Capítulo 40

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Bárbara

Estou aqui deitada enquanto Eduardo vai atender alguém na porta. Justo agora? Ouço vozes animadas, e parece ser feminina. Quem será? Decido colocar o vestido rapidamente e vou ao banheiro ver se meu rosto está apresentável. Minha bochecha está corada e meus olhos estão brilhando. Passo uma água no rosto e arrumo o cabelo que estava meio bagunçado. Escuto Eduardo conversar com um homem? Quem será? Devo sair ou ficar aqui? Por que não me chamou?

Desisto de esperar e saio do quarto indo em direção as vozes que parece estar vindo da sala. Ando tranquilamente e me assusto com o casal sorridente sentado no pequeno sofá e conversando animadamente. A mulher é muito elegante e bonita, assim como o homem. Ela traja um vestido branco com saltos pretos e médios e o homem com uma calça social e blusa azul com um blazer por cima.

Eles me encaram quando chego à sala e Eduardo arregala os olhos enquanto sua mãe me fita de maneira curiosa. Será que ele pretendia não me apresentar a eles? E quem são? 

— Oi... Quem é a bela moça filho?

Pergunta a tal mulher enquanto Eduardo se levanta ao meu lado e diz:

— Essa é Bárbara, mãe... Uma amiga de infância e minha sócia.

— Prazer querida, sou Alice, mãe de Eduardo.

— O prazer é todo meu.

Digo estendendo a mão e ela aperta calorosamente. O homem que até então estava calado, se levanta e diz:

— Sou Ricardo, pai do garanhão aí.

Os dois são muito simpáticos, e vejo que me olham de maneira bem estranha como se fosse algum objeto ou animal exótico. Eduardo está um pouco nervoso e até mesmo tenso. Sua mãe esbanja um sorriso simpático e eu fico meio sem graça e sem saber o que dizer.

—Como se conheceram?

Pergunta olhando pra mim e eu encaro Eduardo esperando algum sinal, mas ele fica sem reação, até que resolve dizer:

—Nós moramos juntos no orfanato mãe. Meses antes de vocês me adotarem, Bárbara também tinha sido.

—Nossa... Então eram amigos de longa data?

Quem pergunta agora é seu Ricardo. Não sei por que não consigo falar sobre isso... Acho que é porque estamos tão bem, que relembrar do passado me causa anseio.

— Sim... Nós aprontamos muito no orfanato...

Resolvo dizer tentando mudar o foco da conversa para não entrar em campo minado. Eduardo sorri fracamente um pouco constrangido e seus pais parecem estar interessados demais em mim.

— Nossa... Está aí uma coisa que não sabia! Eduardo aprontava? Quando o adotei e ele foi morar conosco, sempre demonstrou maturidade e parecia uma mente adulta no corpo de um jovem rapaz franzino.

Afirma Alice sorrindo enquanto Edu permanece quieto e em silêncio observando o nosso entrosamento de maneira curiosa. Seu pai nos ouve com interesse e pergunta:

— Que tal pedir um café Eduardo?

— Vou pedir o serviço de quarto.

Responde Eduardo indo em direção ao telefone e eu permaneço de pé no mesmo lugar.

— Sente-se querida.

Ordena Alice e eu me sento de frente pra eles. A sala é bem decorada e há uma mesa de centro entre os dois pequenos sofás. Coloco uma mecha de cabelo atrás da orelha nervosamente, e confesso que não estava preparada para conhecer os pais de Eduardo hoje. Na verdade não estava preparada pra não conhecê-los nunca.

Meu para sempre é você - ATUALIZAÇÕES INTERROMPIDAS TEMPORARIAMENTEWhere stories live. Discover now