Capítulo 18
Bárbara
Hoje já é sexta-feira, e me sinto profundamente triste. Edu já deve estar sabendo que vou embora hoje e nem veio falar comigo. Mas o que eu esperava? Que viesse até aqui me pedir pra ficar? Eu não poderia desistir agora. Não poderia fazer isso com a dona Débora e agora estou aqui arrumando minhas poucas coisas que tenho. A mala é pequena, pois não tenho muitas roupas, e o mais importante já está guardado. A carta e a pétala que minha mãe deixou pra mim. Sorrio ao me lembrar da pétala de cravo roxo e do seu significado, porém não é um sorriso felicidade e sim de melancolia. O significado do cravo roxo representa tudo que fui e o que sou no momento...solitária. É estranho dizer isso, pois sou rodeadas de pessoas, mas sou essencialmente sozinha. Sem Edu é assim que me sinto. Apesar de ter a Malu e a Ju, é assim que me sinto, pois elas não preenchem o que o Edu sempre preencheu. Uma vez na aula de matemática, aprendi o estudo de “Conjuntos”, e dentro de conjuntos, aprendemos o vazio. O professor disse que o conjunto vazio está contido em todos os conjuntos. Achei essa premissa bem curiosa, e pensei que nós seres humanos somos como conjuntos, e que dentro de nós sempre há um vazio que tentamos buscar maneiras de preencher. Entretanto, hoje não há nada que preencha o meu conjunto vazio. Ele sempre será assim...vazio e solitário como o significado de um cravo roxo. Depois que minha mala fica pronta, me olho no espelho para checar se está tudo ok. Depois passo a observar o quarto que a vida inteira foi meu...é claro que não só meu, mas foi parte da minha vida até hoje. Sei que vou sentir saudades daqui, e por um momento me sinto arrependida. Não sei se vou conseguir me adaptar facilmente a minha nova vida, mas tenho certeza que farei de tudo para ser feliz. Mesmo sentindo saudade daqui e de todos, sei que estou fazendo o que minha mãe queria que fizesse. Ter uma vida digna e boa com uma família. Fico em transe durante um tempo, observando tudo até escutar a voz de Juliana...
— Babi?
— O...oi...Juliana...está há muito tempo parada aí?
Pergunto enquanto a vejo parada encostada na porta.
— Não muito...está pronta para ir embora?
Perguntava com lágrimas nos olhos e vindo em minha direção com os braços abertos.
— Não sei amiga...
Respondo abraçando-a e chorando também.
— Calma Babi...vai dar tudo certo...shiii...shii... não chore..
— Você viu o Edu?
Pergunto saindo do abraço.
— Não vi não amiga...ele sumiu desde ontem. Acho que está trancado no quarto, pois sabe que vai embora hoje. Ele ainda está muito magoado com tudo...
— Ele não virá se despedir né?
— Acho que não...mas no momento é melhor assim né? Sem choros e mágoas...E depois você volta e conversa com ele com mais calma.
— Você tem razão...eu fiz uma carta para Malu entregá-lo pra mim..
— Então...tudo vai dar certo.
Ela diz abrindo os braços novamente para mais um abraço. Ficamos um tempo abraçadas, até escutar a voz da Hilda.
— Bárbara...o casal Albuquerque já está a sua espera.
Dizia ela secamente, mas com um estranha paciência.
— Já estou indo dona Hilda...me dê mais um minuto.
— Está bem...não demore.
Disse saindo do quarto, enquanto Juliana me olhava.
— Bom...acho que é hora de ir embora né...
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Meu para sempre é você - ATUALIZAÇÕES INTERROMPIDAS TEMPORARIAMENTE
RomancePLÁGIO É CRIME- Artigo 184- Que traz o seguinte teor: Violar o direito autoral: Pena- detenção de 3 meses a 1 ano, ou multa. Obra registrada na Biblioteca Nacional. ...