Marinette deu dois passos rápidos na minha direção e me abraçou pela cintura, enfiando o rosto no meu peito e chorando com força ali, enquanto repetia "eu te amo" com uma voz abafada contra minha roupa. E cada vez que ela repetia aquelas palavras meu coração se enchia de uma alegria tão simples e verdadeira que mal podia conter a vontade que eu sentia de gargalhar.

Ela nunca havia me dito aquilo. Não que eu precisasse ouvir aquela confissão para acreditar que seus sentimentos eram verdadeiros, mas foi só então que eu realmente soube da intensidade do que ela sentia por mim ao mesmo tempo em que percebi o quanto eu precisava ouvir aquilo.

Ela não gostava de mim. Ela não estava apaixonada por mim. Era muito mais do que isso.

Ela me amava profundamente. Tanto quanto eu a amava.

E, de repente, tudo no mundo pareceu ainda melhor. Tudo pareceu fazer mais sentido e aquela felicidade só inundava mais meu peito a cada segundo.

— Estamos subindo para finalizar a preparação da virada. — Alya falou com a voz um pouco embargada, me fazendo lembrar que ela e Nino ainda estavam ali — Pode ficar por aqui se preferir. Eu não ficarei chateada.

— Obrigado... — Foi tudo o que consegui dizer, ainda sendo apertado por Marinette em um abraço pequeno mas intenso.

Eles saíram, nos deixando sozinhos no bar. Ouvi-a fungar baixo contra minha camisa, e senti uma enorme vontade de confortá-la. Sem muito esforço, levantei-a nos braços e a levei para um dos sofás perto da TV, deitando-a lá. Ela já parecia bastante sonolenta, piscando de forma incrivelmente lenta e deixando as últimas lágrimas escorrerem sem compromisso pelo canto do olho.

Fiquei olhando para ela, e durante algum tempo tudo o que fez foi me encarar de volta. Quando a última piscada pareceu pesada demais, ela não voltou a abrir os olhos, então ajoelhei ao seu lado e tudo o que me permiti fazer foi admirá-la.

Linda. Ela era linda em todos os sentidos. E era minha, de corpo e alma, assim como eu era dela.

Ela era tudo de que eu precisava, e não havia nenhum exagero nesse pensamento. Eu poderia perder tudo o que tinha, menos ela. Porque, no final das contas, ela era a pessoa pela qual eu havia procurado a vida inteira. Era por ela que eu faria qualquer coisa, era nela que eu me basearia para ter a noção do certo e do errado. Ela era a inspiração do que quer que eu viesse a fazer, e mesmo que todos esses pensamentos parecessem melosos demais, exagerados demais, eram tão genuínos que não havia como negá-los.

Deixei que o tempo passasse, ouvindo o barulho de excitação no andar de cima. As pessoas falavam animadamente, certamente fazendo planos para o ano que estava por vir. O espumante já devia estar preparado, as taças prontas para serem cheias, os amigos e as famílias prontos para se abraçarem e desejarem coisas boas uns aos outros.

E eu permanecia ali. Porque se meu ano tivesse que começar com uma única pessoa, essa pessoa era ela.

Sem a menor sombra de dúvidas.

— Como foi que você se tornou tudo p'ra mim em tão pouco tempo? — Falei em um tom muito baixo, enquanto afagava seus cabelos e a admirava.

Ela não respondeu, absorta em seu sono. Sorri sem motivo algum.

Ouvi as vozes aumentarem no andar de cima. Esperei. Seria o meu cronômetro naquela ocasião. Senti uma estranha paz tomar conta de mim enquanto a observava dormir no sofá de couro.

A contagem regressiva no andar de cima começou. Segurei uma de suas mãos, engatinhando até ficar o mais próximo possível dela. Seus olhos se abriram lentamente, piscando algumas vezes com dificuldade, como se ela estivesse esperando pelo momento certo.

Suddenly in Love ♡ AdrienetteWhere stories live. Discover now