Um Pouco De Amor

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Regina ON

Sinto uma luz sobre meu rosto, me fazendo acordar vagarosamente, olhando ao meu redor e analisando onde eu estava, meu quarto não era.

Olho para meu lado e vejo Lena agarrada comigo, seu rosto no vão de meu pescoço e sua respiração era calma e ritmada, coisa que eu agradeci, já que ela demorou anos para dormir depois do que me contou.

Olhando-a atentamente, pela primeira eu vejo o quanto ela é parecida com Ruby. Todos falam que Lena era a minha copia, mas só falam isso porque não conheceram Ruby ou não a viram por muito tempo. Lena tinha traços que só Ruby tinha, e isso me machucava, olhar para ela e lembrar de sua mãe me machucava.

Ruby e eu planejamos Lena depois de três anos de casamento, tentamos por três meses até que aquele teste deu positivo. Uma alegria que não cabia no peito foi o que eu senti naquele momento em que ela saiu do banheiro chorando e pulando em meus braços falando que finalmente íamos ser mães. A primeira consulta foi a mais linda, pois ouvimos o coração de Lena com toda força, e por sermos mães de primeira viagem, pesquisamos tudo o que devíamos saber sobre a gravidez. Organizamos o quarto neutro, pois só queríamos saber o sexo quando nascesse. 

Mas o dia em que Lena nasceu não foi nada tranquilo. Eu e Ruby estávamos brigando muito nesse dia, pois ela estava com ciumes da minha secretaria Eve, coisa que era um absurdo já que Eve era muito bem casada e tinha até um filho de dois anos. Mas Ruby batia na tecla de que eu estava traindo ela por eu estar chegando tarde em casa, e não atender suas ligações. Mas não era nada disso que ela estava pensando, pois eu estava preparando uma surpresa para ela montando seu studio de fotografia que ela tanto queria, então eu tinha que ver o local, o material, cor das paredes e os equipamentos.

Meu pior erro foi esse. De tanto brigarmos, Ruby fez as malas para sair de casa e não olhar mais na minha cara. Eu não a impedi, mas depois de uns cinco minutos que ela bateu a porta do quarto eu ouvi um barulho na escada, meu coração gelou e rapidamente eu fui ver o que tinha acontecido. Ela tinha caído da escada, estava no chão desacordada e uma poça de sangue se formava no chão.

O resto eu só me lembro de flashs rápidos, o hospital é um borrão na minha mente. Minha esposa deu a luz a Lena e logo em seguida teve uma hemorragia e não resistiu.

Eu realmente não sei o que me afastou de minha filha, se foi a morte de Ruby ou a culpa de ter causado sua morte. Olhar para minha filha e ver nos olhos dela o mesmo olhar que sua mãe me dava quando eu chegava da empresa me quebrava no meio, pois ela só não conheceu a mãe por minha culpa. 

Sou tirada de meus pensamentos por uma pequena pessoa se remexendo na cama e acordando devagar coçando seus olhos e olhando diretamente para mim.

Lena: Bom dia mãe.- Sua voz é acanhada, e sua postura é retraída.- Você não vai trabalhar?

Regina: Hoje vou trabalhar em casa, quer ficar comigo no escritório?- Vejo sua surpresa e apenas ela concorda me abraçando.- Bom então vai escovar os dentes, tomar um banho bem gostoso e desce para tomar café, ok?- Mal terminei a frase e ela já havia pulado da cama para o banheiro. Dei uma leve risada de sua atitude. 

Não custava nada dar um pouco de amor para ela.

[...]

Depois de um banho revigorante eu desço para meu café. Lena vem em meus braços, agarrada como um macaquinho em mim mexendo em uma mecha de meus cabelos. Lena mesmo tendo sete anos e ser bem responsável, ainda sim tinha algumas atitudes de criança de cinco ou quatro anos.

Coloquei ela em sua cadeira ao meu lado e me sentei na minha, me servindo do suco de uva natural que havia na mesa.

Regina: Você quer alguma coisa?- Pergunto e ela me aponta o suco e o mamão.- Pronto, assim está bom?- Ela concorda com a boca cheia de mamão e toma uma golada do suco. Sinto uma vibração em meu bolso, e vejo que minha secretaria passou o número de Emma para minha agenda e me pediu a confirmação para marcar a entrevista para amanhã.- Eu vou em meu escritório resolver umas coisas, quando você terminar de comer, lave as mãos e vá para la.

Lena: Ta bom mamãe.- Dou um beijo no topo de sua cabeça e sigo para meu escritório para resolver assuntos pendentes da empresa.

Depois de uns dez minutos, estranho a demora de Lena e na mesma hora ouço um estrondo na sala de jantar me alarmando. Largo meu celular na mesa e sigo para onde ouvi o barulho, vendo uma cena que realmente vai me fazer ir para a cadeia pelo que vou fazer.

Cozinheira: Olha só o que você fez garota, eu devia te fazer comer esse bolo do chão sua problemática.- Essa mulher estava apertando o braço da minha filha, e a mesma praticamente berrava para que ela a soltasse.

Regina: LARGA A MINHA FILHA AGORA!!!- Surpresa a mulher larga Lena, o que faz com que a menina caia no chão e bata as costas no pilar que dividia a sala jantar da cozinha. Assustada vou até ela e a pego em meus braços apertando a mesma em forma de mostrar que ela estava segura e que nada mais iria machuca-la.- Shhhh, ta tudo bem, calma e respira.- Seu corpo tremia e sua respiração era descompensada e eu podia sentir seu coração acelerado pelo susto.

Cozinheira: Senhorita Mills... a senhora não foi trabalhar?

Regina: Eu não quero ouvir uma só palavra que saia da sua boca, vá avisar a outra cozinheira que eu quero as duas em meu escritório em vinte minutos para acertar as contas de vocês imediatamente.- Me viro e vou ao meu escritório tentando acalmar Lena para que pare de chorar.

Sentando em meu sofá que havia no escritório, coloco Lena em posição de bebê, fazendo sua cabeça se esconder em meu pescoço onde eu sinto suas fungadinhas e soluços pelo choro recente. Enquanto vou a ninando penso em tudo que ela pode ter passado com aquelas duas aqui em casa. Por isso que ela chorava quando ia embora da escola, e me ligava quase todo dia para ir a LuthorCorp. Ela queria fugir e eu com minhas atitudes acabei impedindo essa "fuga".

Sinto sua respiração calma e quando a olho ela esta dormindo, provavelmente por tanto chorar.

Ouço o bater da porta e logo falo para entrar, vendo as duas mulheres com suas coisas prontas em suas mãos de cabeça baixa. Ajeitando Lena em meu sofá para que ela fique confortável vou para minha mesa e pego o talão de cheques.

Regina: Aqui está o que é de direito de vocês, e eu acho que não vão ter a cara de pau de pedir carta de recomendação depois do que eu soube e presenciei hoje.

Cozinheira: Senhorita Mills nós...

Regina: Nada justifica maus tratos a uma criança, e podem esperar um belo processo contra vocês duas. Pois eu vou tirar até o que resta da alma de vocês por fazerem isso a uma criança, e principalmente a minha filha.- Falo com o pior tom de ameaça que existe em meu ser. As duas só concordam, pegam os cheques e saem pela porta.

Vou até Lena e a pego no colo novamente, ficando agarrada com ela.

Espero que Emma seja uma pessoa em que eu possa confiar minha filha.

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Gente eu sei que os caps estão mais focados em Regina, mas garanto que tudo isso é necessário para o decorrer da historia do nosso casal e das nossas meninas.

Parece que alguém ama a Emma não é meismo? E parece que alguém ama a Regina.

Beijos, e ate o próximo cap.

Quatro Corações Um Grande AmorOnde as histórias ganham vida. Descobre agora