A.S.P: True Love (Amor Verdadeiro)

54ºCapítulo

Gatilho: tentativa de estupro, arma.

Já fazem quatro dias que estou nesse inferno, pelo menos, eu acho. Sinto como se não tivesse forças para nada mais, nem para prestar atenção no tempo.

Nada para no meu estômago, me sinto completamente fraca, me forço a ficar acordada durante a noite com medo do Terry me tocar, quando tenho uma brecha eu me tranco no banheiro e cochilo um pouco dentro da banheira.

Toco com as pontas dos dedos o machucado na minha bochecha feito pelo recente soco que levei, Terry me bateu, de novo.

Nesses últimos dias ele me obrigou a cozinhar e a limpar para ele, dizendo que eu fui muito mimada e precisava reaprender a ser uma "mulher de verdade". 

Tento ao máximo não irritá-lo, não desagradá-lo, mas tem coisas que são impossíveis eu não reagir, como ele tentar me beijar, por isso levei um soco a alguns minutos. 

-Você é uma ingrata, sabia disso?! Estou aqui, te mostrando o quanto te amo, o quanto eu me importo com você! Acha mesmo que alguém um dia te amaria como eu?!

-Eu não queria nem que você me "amasse"!- Retruco me levantando do chão. Estou muito fraca nesses últimos dias por conta de não dormir direito e por nada parar no meu estômago. 

-Você não sabe o que fala! Acha mesmo que aquele pirralho te ama?! Você não sabe o que ele faz com você!

-Então me diz! Se ele é tão errado para mim, me diz o que ele fez!- Tomo coragem e o empurro, mas recebo outro soco, dessa vez no olho. 

-Não interessa mais, agora você é minha! Ele não vai ter a chance de te magoar. 

-Ele me magoar?!- Rio com deboche sentindo meu olho esquerdo latejar. -Terry, você quase me estuprou! Você tenta me beijar a força toda vez que pode, você sente prazer em me espancar!- Ele aponta o dedo para mim e se aproxima rápido. 

-Você pedia para apanhar! Não venha colocar toda a culpa em mim!

-É diferente, porra! Antes era consensual! Antes eu estava doente! Antes eu achava que precisava disso!- Aponto para ele e para mim. -Mas não era saudável! Para nenhum de nós!

-Você está errada! Só está falando essas coisas por causa daquele imbecil! 

-Pode ter certeza de uma coisa, Terry.- Me aproximo. -Daqui eu saio morta antes de me apaixonar por você.- Ele ri e me puxa pelos cabelos até o sofá que há na sala. 

-Vou te fazer mudar de ideia.- Diz e começa a beijar o meu pescoço, me contorço tentando sair, me desvencilhar, mas ele aperta com mais força minha cintura. 

-Não! Terry! Não!- Me remexo mais, levando um tapa na cara. -Você prometeu que não ia me tocar! Você disse que estava melhorando!- Ele beija meu pescoço e coloca uma mão por debaixo do meu casaco apertando meu seio com força, sinto vontade de vomitar. Meu choro é compulsivo, continuo me mexendo, completamente em pânico.

-Eu não aguento mais não poder te tocar, eu prometo que vou te fazer sentir bem.- Soluço alto e não consigo parar de chorar. 

-Não! Terry! Por favor, não! Eu não quero! Socorro! Socorro!- Tento empurrá-lo, tento bater nele, me debato e tento afastar suas mãos. 

Quando ele ia colocar a mão dentro da minha calça, ouvimos passos. 

-Ai, que nojo! Vão para um quarto!- A voz da Mônica preenche o ambiente, Terry suspira irritado e se afasta um pouco, consigo pegar o prego que venho guardando no bolso todos esses dias e o furo no braço.