A.S.P: True Love (Amor Verdadeiro)

Epílogo

***1 ano e meio depois***

Antes eu achava que eu era, sou e sempre seria a pessoa que os outros pensam em salvar, mas isso não verdade. 

A quase dez anos que moro em Nova Orleans e muitas coisas aconteceram comigo, tanto boas quanto ruins. E todas as vezes eu tive pessoas maravilhosas ao meu lado, que estavam dispostas a me ajudar no que eu precisasse. 

Eu só não conseguia enxergar. 

Faz um ano e meio desde o julgamento e prisão do Terry, não posso dizer que tudo ficou cem por cento bem pois não foi o que aconteceu. Os advogados cumpriram sua promessa e vazaram para a imprensa todo o meu passado que lutei com tanto esforço para escrever. 

Demorou alguns meses para eu conseguir se quer sair de casa tranquilamente sem ser xingada pelas pessoas e perseguida pela mídia. Recebi ataques constates nas minhas redes sociais, pessoas me chamando de tudo quanto é nome e dizendo o quanto eu era nojenta e doente. 

Eles não deixaram nem o Jack em paz, a mídia foi cruel com ele e por isso, decidimos que era melhor eu não aparecer ao seu lado por um tempo. 

Porém, eu prefiro que essa situação desconfortável esteja acontecendo do que ter aquele lunático a solta. Eu consigo passar por essa situação, estou trabalhando muito para me fortalecer e já progredi mais do que o esperado. 

Meu relacionamento com Jack ficou conturbado durante muito tempo, ainda mais por conta de todos os ataques, nós brigávamos muito e ele quase não parava em casa. Porém, depois que nossa vida sexual começou a voltar, tudo melhorou, ele voltou a ser o homem doce e gentil de antes. 

Demorou ainda mais de um ano para eu conseguir deixá-lo me tocar de maneira mais íntima, mas após dezesseis meses eu consegui, e tivemos várias noites juntos. Ele não conseguia desgrudar de mim, ficou até sem ir trabalhar para passar mais tempo comigo. 

E agora estou olhando o resultado disso. 

A palavra "positivo" está escrita em letras garrafais no papel do exame que fiz. Sorrio feliz e as lágrimas descem pelo meu rosto. 

Quando comecei a ter enjoos frequentes já comecei a desconfiar, fiz testes de farmácia e todos deram positivo, não satisfeita fiz um exame de sangue. 

Estou um turbilhão de emoções, felicidade e preocupação inundam meu coração de um jeito quase dolorido. 

Minha Kayla, ela realmente voltou para mim! 

-Se quiser podemos fazer uma ultrassom.- A doutora Pearl Jones diz com um sorriso doce. 

Por conta do estresse pós traumático eu preferi trocar todos os meus médicos, a doutora Jones me ajudou na época em que eu estava me recuperando depois do sequestro e é muito atenciosa comigo. 

-Claro.- Meu coração bate tão rápido e forte no peito que eu não sei como ainda não tive um ataque. 

Me deito na maca e levanto o vestido, ela passa o gel na minha barriga e começa o ultrassom. Observo a tela em expectativa e ansiedade. 

-Está tudo bem com ela?- Pergunto quando a médica fica em silêncio olhando a tela com figura enigmáticas demais para mim. 

-Ela? Ainda é muito cedo para saber o sexo.- Doutora Jones brinca e isso me deixa um pouco aliviada. -Sim, seu bebezinho está ótimo aparentemente. É muito pequeno ainda, provavelmente umas cinco ou seis semanas.- Diz e aponta para para uma pequena bolinha. -Diga oi para o seu bebê. 

Deixo as lágrimas rolarem pelo meu rosto sem ligar se pareço uma bagunça. 

Estou grávida!

Eu realmente estou grávida!

*****

Após pedir para a médica imprimir o ultrassom e marcar mais exames para a próxima semana, eu saio praticamente correndo ansiosa para contar ao meu noivo a grande notícia. 

Não me preocupo em ligar, quero fazer uma surpresa. 

O segurança para o carro em frente ao prédio e eu pego o elevador, ao chegar no andar observo que o hall está vazio. 

Liny não trabalha mais aqui, voltou para Nova Iorque com Cristal, e Harper saiu faz seis meses, Jack cumpriu o que prometeu e buscou Chloe para trabalhar como secretária, isso foi o motivo de uma de várias brigas na época. 

Ao não ver Chloe na mesa de secretária eu logo penso que ela e Jack estão em alguma reunião. Minha ansiedade aumenta por pensar que terei que esperá-lo para contar a notícia. 

Não sei por que mas conforme me aproximo da porta da sala dele me sinto nervosa e minhas mãos começam a suar, sinto um frio na espinha e franzo o cenho. 

Coloco minha mão na maçaneta e respiro fundo antes de girar. 

Me arrependo no mesmo estante o observar estática e com os olhos arregalados a cena grotesca que parte meu coração em milhões de pedaços. 

-Que merda é essa?!- Grito sentindo meu corpo todo tremer. 

Fim <3