53ºCapítulo

1K 87 82
                                    

Gatilho: comentários racistas, arma

Acordo sem saber onde estou, minha cabeça está pesada e latejando, meus olhos doem, sinto minha boca seca e meu estômago revirando como se eu fosse vomitar até as tripas. Passo a mão no rosto e me sento devagar tentando me orientar, me sinto completamente zonza.

-Finalmente acordou, estava ficando preocupado.- Ouço uma voz grave e me sento rapidamente pelo susto, minha cabeça reclama. Me sinto lenta, letárgica, como se estivesse bêbada. 

Tento me levantar, não consigo focar minha visão, que está embaçada. Tateio procurando alguma coisa em que me apoiar, meu corpo está pesado e estou sem coordenação motora. Tropeço em meus próprios pés e quase caio, mas braços me rodeiam não me permitindo ir ao chão. 

-Cuidado, florzinha. É melhor você ficar deitada por um tempo, ainda está sob o efeito do tranquilizante.

-Não! Me solta!- Minha voz sai fraca e rouca por conta da garganta seca, tento me desvencilhar de seus braços, mas ele me segura mais forte. -Me solta!- Tento gritar e continuo me mexendo da melhor maneira que posso. 

Sou jogada com brutalidade em cima de uma cama, respiro fundo e forço meu cérebro a voltar a funcionar direito. Minha visão está quase totalmente nítida e isso me deixa aliviada, quando foco meus olhos na figura a minha frente, prendo a respiração. Terry está agora sem o paletó, as mangas das camisa social estão dobradas até os cotovelos e ele colocou as mãos nos bolsos da calça social. 

Olho ao redor do grande quarto procurando uma saída, quando olho pela janela percebo que é de dia, parecendo final de tarde. Por quanto tempo eu fiquei pagada? E que estou no segundo andar de uma casa no meio do nada. Provavelmente a zona rural de algum lugar. Logo me desespero, onde eu estou?!

Terry me encara avaliativo, como se esperasse meu veredito ou aprovação, encaro a porta de esguelha e a primeira coisa que penso em fazer é correr através dela. Ando de costas na cama até parar do outro lado, me levanto e fico o encarando com medo de ser atacada, de novo. 

-Eu...bom, você deve estar confusa.- Ele coça a nuca e se vai até uma poltrona que tem em frente a cama. -Deixe-me explicar...

-Terry, eu quero ir embora.- O corto com a minha voz ainda fraca. Ele suspira pesadamente e me encara com os olhos castanhos cintilando. 

-Creio que isso não será possível.

-Por favor! Se um dia você realmente me amou...-Sinto vontade de vomitar ao dizer essa frase. -Me deixa ir!

-É por te amar que eu não vou te deixar ir embora, florzinha.- Ele sorri, e pela primeira vez não é um sorriso macabro ou cruel...é um sorriso satisfeito, feliz. -E-Eu mudei! Eu mudei por você! Esses últimos meses eu passei um inferno, aquele bosti... o Jack, colocou pessoas atrás de mim, e você foi a polícia para me denunciar.- Me lembro desse dia.

***2 meses atrás***

"Estou sentada na mesa do novo delegado, Simon, ele substituiu Greg depois da transferência. Gregory sempre reclamava que esse cara era um verdadeiro imbecil e tonto, só espero que faça seu trabalho direito. 

-Senhorita Vanralsem, você afirma que conhece a muito tempo o senhor Terry McCurdy?- Engulo em seco. Me sentiria muito mais a vontade se estivesse conversando com uma mulher.

-Sim, nos conhecemos em um bar. Éramos...colegas.

-Qual era o tipo de relacionamento que vocês dois tinham?- Olho para Leo ao meu lado e encaro o contrato de confidencialidade que o delegado teve que assinar, respiro fundo e tomo coragem. 

A.S.P: True Love (Amor Verdadeiro)Where stories live. Discover now