Minha pulsação, para variar, começou a acelerar. Antes, eu não estava acostumada a sentir isso toda vez que me via prestes a me aproximar de alguém, mas ultimamente me sentir assim estava se tornando um hábito. Eu não podia evitar, era involuntário: Sempre que me dava conta de que Adrien estava a menos de dez metros de mim, meu coração insistia em querer sair pela boca. Era exatamente assim.

Cruzei os braços no peito para me proteger do frio e corri até ele. A porta do carona se abriu para mim, então no segundo seguinte eu já estava sentada e trancada no interior do carro aquecido junto com ele.

Fiquei encarando o painel luminoso do carro à minha frente como uma imbecil. Eu sabia que ele me olhava sem nem tentar disfarçar, o que estava fazendo com que meu rosto ficasse mais e mais quente a cada segundo decorrido.

— Você está vermelha. — Sua voz saiu em um tom divertido.

— Estou? — Me fiz de burra, ainda sem tirar os olhos do painel.

— Está com vergonha?

Adrien estava prestes a gargalhar na minha cara, eu podia sentir sem nem mesmo precisar olhá-lo. Me convenci de que, se ele o fizesse, teria toda razão: Eu era patética, e ficar sem jeito de encará-lo só porque nossa noite juntos havia sido um pouco "diferente" era tão lamentável que me envergonhava até de sentir vergonha. E o pior de tudo era que eu tinha quase certeza de que ele sabia que esse era o motivo.

— Já disse que você fica ainda mais linda envergonhada? — Ele falou se divertindo com minha falta de resposta, então deu a partida no carro e nos colocou em movimento na estrada.

— Obrigada. — Foi o que consegui dizer. Tê-lo frisando o fato de que eu estava sem graça só fazia com que eu sentisse mais vergonha, mas eu bem sabia que ele adorava fazer isso.

O trajeto foi curto e silencioso. Não perguntei a Adrien para onde iríamos ou como havia sido seu dia, mas ele pareceu não se importar, embora eu tivesse certeza de que se desse a ele uma oportunidade de conversar comigo, ele falaria durante todo o percurso.

Depois de algum tempo, mas ainda no antigo e majestoso bairro de Palais Bourbon, chegamos a um restaurante bem iluminado e aconchegante, especializado em frutos do mar. Dentro, uma decoração sóbria, onde o preto e o branco mesclavam com o ar intenso e caloroso de alguns elementos como as mesas em nogueira e cadeiras estofadas em turquesa. Complementando o cenário, uma parede branca com relevo em forma de ondas e em destaque, um artesanato em tapeçaria com franjas pendentes e suas pontas pintadas em um tom forte de amarelo, causando contraste.

O garçom nos guiou até uma das mesas para duas pessoas, nos entregando o cardápio e se retirando assim que pedimos bebidas, para que ficássemos à vontade. Adrien parecia acompanhar cada movimento meu, o que me deixava cada vez mais nervosa e me fazendo corar violentamente sem nenhum motivo. Ele prestava ainda mais atenção na minha roupa, então comecei a me preocupar se havia me arrumado de acordo.

— Você está linda.

— Obrigada. — Respondi simplesmente, ainda mais envergonhada do que já estava.

— Está com fome?

— Na verdade, não. Desculpe. Eu não costumo jantar, você sabe...

— Eu sei. Também não estou com fome. Vamos pedir algo mais leve.

Ele me olhava com ternura e cansaço, e a cada segundo eu me sentia mais derretida por aquele olhar.

— Então... — Ele começou — Vai me contar o que você e Alya estão tramando?

Sorri com a ideia de um Adrien curioso.

— Não seja tão curioso, você saberá em poucos dias. — O assegurei — Mas não precisa se preocupar, não vou mais tirá-la de perto de você.

Suddenly in Love ♡ AdrienetteWhere stories live. Discover now