— São perfeitas, obrigada. — Falei um pouco envergonhada.
— Estou feliz que você tenha gostado. — Ouvi sua voz dizer acima de mim, e então senti o toque suave de seus dedos em meus cabelos, trazendo para trás da orelha uma grande mecha que servia como uma espécie de cortina entre nós dois.
Sem saber o motivo, minha voz pronunciou o primeiro pensamento que me veio à cabeça.
— Você esqueceu de me falar sobre uma pessoa.
Ele parou por um momento, tentando processar a informação. Olhei para ele e vi que, agora, Adrien parecia querer entender de quem exatamente eu estava falando. E pelo que tudo indicava, ele suspeitava da pessoa certa.
— Hoje é segunda, não é? — Ele perguntou, em uma voz baixa.
— É.
— Ahm... então, você e Marianne se conheceram?
— Sim.
Ele sustentou meu olhar, fazendo uma pergunta interna para si mesmo e decidindo se deveria ou não a verbalizar.
— Ela te tratou... direito?
Eu conhecia Marianne havia menos de 24 horas, e ainda assim poderia dizer que ela trataria "direito" qualquer ser vivo. Adrien, conhecendo-a por quatro anos, sabia disso muito melhor do que eu. Mas o fato era que eu sabia do que ele realmente estava falando.
— Ela me tratou como todas as outras. Mas a culpa não foi dela.
Sua expressão se contorceu no que parecia ser um desespero contido. Ainda conseguindo adotar uma voz surpreendentemente calma, continuei:
— Eu expliquei a situação... bem, mais ou menos. Ela entendeu, então está tudo bem.
— Me desculpe. — Ele se apressou em dizer — Não foi minha melhor fase...
— Tudo bem. — Menti. Embora eu não tivesse o direito de ter ciúmes de qualquer mulher que Adrien teve ou deixou de ter, simplesmente não conseguia conter a raiva eminente em se quer imaginá-lo nos braços de tantas outras.
E levando em consideração o meu passado, isso fazia com que aquela situação soasse ridiculamente irônica.
Ele continuou me encarando com uma expressão de arrependimento, e quando nenhum de nós dois tinha mais o que falar, me levantei.
— Está frio aqui. Acho que mesmo com tudo fechado, o aquecimento não chega até essa parte da casa. — Falei em um tom casual.
— Eles têm uma limitação por metragem quadrada, realmente não dá vazão. Essa blusa que está usando é minha?
Senti meu rosto queimar de vergonha. Eu havia esquecido que, primeiro, estava vestindo só uma camisa, e que, segundo, havia pego uma peça de roupa dele sem pedir permissão.
— É... é que eu fui pega de surpresa essa manhã, foi a primeira coisa que encontrei no seu closet... desculpa, eu não tive tempo...
— Fica muito melhor em você do que em mim. — Ele me interrompeu, enquanto seus olhos famintos varriam meu corpo de cima a baixo sem a menor discrição.
Fiz uma força sobre-humana para não deixar o arrepio que percorreu minha espinha se transformar em um tremor constrangedor, desviando o olhar e caminhando para o corredor com mais pressa do que o necessário.
Rumei para fora dali com Adrien atrás de mim. À medida que sentia o calor do aquecimento se chocar contra minha pele com maior intensidade, me senti cada vez melhor. Quando parei, sem perceber, me vi de pé ao lado da cama dele, e eu sabia que minha atitude, mesmo automática, o havia deixado feliz outra vez. Me mantive de costas para não ver o sorriso presunçoso de vitória que eu sabia estar em seu rosto, e comecei a me xingar pela minha mais nova e irritante mania de agradá-lo sem querer.
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Suddenly in Love ♡ Adrienette
FanfictionEle, executivo de uma renomada grife da moda Europeia... Ela, prostituta de luxo que não se encaixa no tipo de vida que leva... Uma atração. Um encontro proporcionado pela desesperança. Adrien Agreste está completamente desmotivado para dar qualquer...
Capítulo 58
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