28 - O último gosto de morango

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Após algumas horas conversando, Dahee entrou no quarto com um remédio para Jungkook tomar que o fez pegar no sono. Ela se preocupava que ele não ficasse bom a tempo do pai chegar e ele o visse com todos aqueles machucados, seria uma dor de cabeça para lidar. Yumi e Taehyung saíram pouco tempo depois que Jungkook dormiu. Antes de entrarem no carro, ela disse:

— Tae, o que você acha da gente fazer uma caminhada?

— Como assim?

— Eu queria caminhar um pouco pela cidade, para dar uma desestressada, sabe? Depois voltamos aqui para pegar seu carro.

— Acho uma ótima ideia. — Taehyung sorriu e os dois começaram a caminhar pela calçada. — Já faz tanto tempo que não ando pelas ruas dessa cidade, quase me esqueci de como era.

— Eu vou sentir falta desse lugar.

— Então você realmente vai embora? — Taehyung perguntou enquanto fitava seus pés caminhando.

Yumi suspirou.

— Sejamos realistas, Tae. Já está na hora de eu ir. Eu não tenho mais dinheiro para ficar aqui.

— Mas e o seu trabalho no posto?

— O que eu pedi demissão hoje cedo? — Yumi respondeu sarcástica.

— Namjoon queria te pagar pelo tempo que trabalhou mas você não quis aceitar de jeito nenhum.

— E não vou. O negócio dele está passando por dificuldades financeiras, não vou fazer ele me pagar um salário por duas semanas de trabalho onde a gente só ficava conversando do lado de fora a maioria do tempo.

— Eu só não queria que você fosse embora tão cedo. A gente mal teve tempo de aproveitar.

— Concordo com você. — Yumi sorriu com tristeza. — Foi incrível saber que eu ainda tinha uma última chance de ter uma família. Quando você me viu pela primeira vez e agiu daquele jeito, eu fiquei apavorada. "Oh, meu Deus, não. Ele não pode me mandar embora, ele é a única família que me resta". — Yumi imitou uma voz assustada.

— Desculpa ter sido um babaca. — Taehyung disse com um sorriso envergonhado.

— Tudo bem. — Ela deu um empurrão de leve em seu braço. — Em frações de segundos depois você já tinha se arrependido.

— Mesmo assim, desculpe.

Os dois caminharam mais alguns metros até virarem uma esquina.

— Então... — Yumi o olhou com um sorriso malicioso. — você e Jungkook, huh?

Taehyung deu uma risada e molhou os lábios.

— É, né.

"É, né"? — Yumi arqueou a sombrancelha. — Vocês disseram que se amavam.

— Era verdade da minha parte.

— Você acha que ele não falou a verdade?

— Não é isso, é só que... — Taehyung suspirou. — depois daquela cena, quando a gente tinha se sentado na cama, eu comecei a pensar: E se isso for só a culpa dele? Eu falei sério, mas e se ele só tiver dito aquilo porque sentiu remorso pelo que fez?

— Ninguém sente dor por tanto tempo se não for algo realmente importante para a pessoa. Namjoon, até uns dias atrás, mal conseguia dizer o nome do Jin porque isso doía demais nele. Jungkook nunca deixou de pensar em você e se sentiu mal até hoje pelo que fez porque ele realmente te ama.

— E será se é da mesma forma que eu o amo?

— Eu queria poder te confirmar isso, mas existem tantas formas de amar alguém que você pode acabar se enganando. Mas no fim, ele sempre vai te amar, não importa como. Isso não é o mais importante?

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