3 - Todo mundo precisa do amor de pais

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Yumi achou o hotel da cidade que Namjoon havia falado, e pelo que parece, era o único hotel da região. O hotel tinha dois andares, não tinha um design muito inovador e a cor pintada por fora era um amarelo sujo. Ele não parecia tão ruim quanto o que ela ficou antes, o anterior nunca deve ter recebido uma faxina decente.

Ela estacionou seu carro no pequeno estacionamento em frente ao hotel e entrou no lugar. Ele tinha uma decoração bem rústica e desgastada, parecia ter sobrevivido por décadas. Ela avançou até o balcão, que não tinha nenhum atendente, e tocou um sininho. Segundos depois uma mulher idosa e baixinha saiu de uma porta atrás do balcão. Ela abriu um grande sorriso quando viu Yumi.

— Oh, olá, minha querida. Como posso te ajudar hoje?

— Quero um quarto de hotel.

— Claro, claro. — A mulher pegou um papel e começou a anotar. — Quantas noites?

Yumi hesitou. Não sabia quanto tempo iria ficar ali. Pensou uns segundos e resolveu que iria ficar inicialmente uma semana, e depois, veria se aumentava os dias.

— Sete noites, por enquanto. — Respondeu.

A mulher ficou um pouco perplexa e sorriu de orelha a orelha, voltando a anotar na folha. Depois de cerca de um minuto, ela deu a folha para Yumi assinar, falou o preço e a garota pagou. Assim que assinou o contrato, a mulher disse que a levaria para seu quarto.

— Você veio de onde, querida? — Perguntou a mulher enquanto elas andavam em direção ao quarto.

— Vim de outro país, Brasil. — Respondeu Yumi.

— Nossa. — Ela ficou ainda mais surpresa. — Não conheço esse lugar.

Yumi sorriu e elas finalmente chegaram os quarto que ela tinha alugado.

— Obrigada. — Agradeceu Yumi e a mulher lhe entregou a chave do quarto.

— Qual seu nome mesmo, querida?

— Yumi.

— Certo, Yumi. — Ela sorria. — Pode me chamar de Madame Kim. Qualquer coisa que precisar é só ir na recepção.

Yumi assentiu e a Madame Kim voltou para o saguão de entrada. Quando entrou no quarto, ele tinha a mesma decoração rústica do resto do lugar, mas bem cuidado e arrumado. Já era noite, então Yumi resolveu dormir para descansar da viagem.

————

Acordou no dia seguinte umas sete da manhã e decidiu dar uma volta na cidade para conhecer o pequeno lugar. Vestiu uma roupa bem fresca antes de sair, trancou o quarto e cumprimentou a Madame Kim antes de sair do hotel. A cidade era realmente bem pequena, então não tinha necessidade de usar o carro. Começou então a caminhar pela calçada.

Seus pensamentos foram parar na sua infância, ou melhor dizendo, na que ela teria se seu tio fosse realmente seu pai. Ela olhava as casinhas da rua e pensava que se o universo fosse bom ela poderia ter crescido vendo aquele lugar. Ele não era fabuloso como sua antiga cidade, mas teria sido seu lar. Ela teria sido feliz ali se tudo fosse diferente. Mas, infelizmente, o mundo não é o que a gente quer que seja. A vida de Yumi tinha sido só tristeza e solidão até agora, mas ainda tinha esperança que, um dia, tudo ia mudar.

Ela caminhou por vários minutos, virando algumas vezes nas esquinas mas nunca saindo de seus pensamentos. Caminhou até chegar em frente a um horti fruti fechado, onde parou e encarou o lugar. O tio era fazendeiro, lembrou-se. Aquela cidade tinha sido o lar de seu tio, tinha vestígios dele ali, e isso era o que fazia Yumi se sentir cada vez mais presa ao local, não que reclamasse disso.

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