Meu Menino Prodígio

Surpresa Infeliz

Bruce andava mancando, após estacionar seu Volvo na garagem. Não demorou até abrir a porta de entrada, ainda escorriam lágrimas de decepção em sua face.

Quando Alfeed o avistou, não conseguiu controlar a supresa em vê-lo naquele estado lamentável. Nunca o vira chorando daquela forma.

- Master Bruce, gostaria de ajudá-lo com seus ferimentos.

Bruce olhou para si próprio e acabou concordando, seguindo mordomo até a batcaverna, onde estavam todos os aparatos de pronto-socorros.

Enquanto cortava suas roupas e analisava os ferimentos, Alfred aproveitou para falar.

- Que briga...

Bruce ficou em silêncio.

- A marca dos punhos é grande demais para serem causadas pelo Dick, então me questiono, quem você deixou fazer isso?

Bruce permanecia calado, tentando conter as lágrimas que insistiam em se formar seus olhos. Não acreditava que Dick pode ser tão baixo.

- Master Bruce, nessas tantas décadas já vi o senhor quase morrer mais vezes do que posso ser capaz de me lembrar, ser traído mais vezes do que eu gostaria e machucado mais que um animal acuado por monstros. E em nenhuma das vezes o vi assim, nesse estado, como está agora.

Bruce disse, então, com uma bola na garganta.

- Isso porque nunca me viu ser traído por um filho, pela pessoa que mais amei na vida.

Alfred, apesar de triste, sentia que estava experimentando alguma conquista ao fazer com que Bruce falasse. Para um sujeito fechado como Wayne, aquilo era um grande desabafo.

- Bem, Master Wayne, o garoto está às vésperas de completar dezesseis anos. Eu fazia besteira aos dezesseis anos e o senhor, pelo o que me lembro bem, também, e como fazia! Cabe a nós perdoar e orientar para um futuro menos inconsequente e egoísta.

- Você tocou num ponto Alfie, egoísta. Egoísta é o que esse moleque é!

- Todo garoto nessa idade é egoísta, Master Bruce.

- Mas nesse nível?

- Não sei o que houve... Mas, normalmente são. Cabe a nós sermos mais maduros e pensarmos no melhor para eles.

Bruce ouviu aquilo e, ferido como estava, era difícil pensar com tamanho altruísmo. Tudo o que ele queria era esganar Dick pelo que fizera.

- O que o Sr. pensa em fazer agora, Master Bruce.

- Bom, Alfred, não sei. As mentiras dele estão crescendo numa velocidade absurda.

- Era isso que queria ensiná-lo ao trazer Selina para cá, correto? O que acontece com mentiras?

- Sim, Alfred. Mas agora, infelizmente, ele aprenderá da vida e não de mim. E da vida eu sei que dói muito mais.

- Ele fez as escolhas dele, Master
Bruce.

Foram inumeros sons de gemidos e ossos sendo colocados no lugar, Bruce não parava de ouvir seu celular e os telefones casa tocarem. Se questionava se havia algum problema na empresa.

- Sistema remoto de ativação. - Ordenou Bruce ao sistema central, ativando-o por comando de voz.

- Sistema remoto ativado. - a voz robótica respondeu.

- Abrir e-mails.

Os e-mails abertos apontavam para dezenas de pedidos de entrevista sobre o abuso apontado por Dick.

Bruce se levantou em meio aos pontos que levava, fazendo Alfred resmungar contrariado.

- Mas o que está acontecendo?! Sistema ligar na CBN ao vivo.