Conversa Séria

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POV Bruce

Eu estava mais calmo, mas não sabia ao certo se estava no caminho que eu queria. Eu realmente achei que seria capaz de criar Dick sem punições físicas, mas parecia que ele simplesmente não me escutava nunca. Eu falava, brigava, cheguei a tirar algumas regalias dele, mas nada o fazia parar com essa obsessão por perseguir provas e encontrar criminosos.

Eu não o queria envolvido nesse mundo perigoso. Minha garganta fechou quando o vi amarrado de cabeça para baixo no alvo de uma flecha do Charada. Sem dúvida eu acabei agindo por impulso, aquelas armadilhas eram mais do que esperadas... Afinal, era o Charada.

Eu não podia deixá-lo mais se colocar em perigo daquela forma. Só me questionava se não bastava o susto que ele levou para faze-lo parar. Eu olhava para o teto sentado em minha poltrona, me questionando qual a melhor forma de fazer com que Dick sossegasse seu desejo de vingança.

Foi quando mr vi repletido no espelho e me toquei que tentaram reprimir isso em mim, de todas as formas, e não conseguiram. Batman fazia parte de mim e não era possível me parar. Se nem eu saberia dizer como me deter, se nem Alfred e Jim conseguiram, cono eu faria isso pelo Dick?

A verdade é que mesmo quase desacordado, eu estava abismado com a rapidez do garoto. Ele praticamente voou em direção ao transformador para que eu não fosse eletrocutado. Não era para se esperar menos, afinal, ele fora acrobata no passado. E se... Não, não queria nem pensar na possibilidade, a noite de Gotham era perigosa demais. Eu acabaria com aquelas ideias de Dick naquele instante.

Me levantei, já vestindo meu pijama, andando pesado até chegar ao quarto do garoto, e entrei sem bater na porta. Ele estava sentado na cama com oa olhos arregalados e um semblante preocupado.

- Você tem ideia do que fez hoje, Dick?

- Me desculpe Bruce... Eu...

- Eu não pedi desculpas. Perguntei se sabe o que você fez hoje?

- E- eu desobedeci?

- Digamos que este seja um item de uma longa lista. Comecemos por você continuar me seguindo e bisbilhotando quando eu deixei claro que isso não é aceitável nessa casa.

O menino ficou quieto, eu bem sabia que ele estava se segurando para me perguntar sobre minha identidade secreta.

- Depois você mentiu para o Alfred, simplesmente dando nome e telefone falsos para que ele acreditasse que você ia estudar. Que absurdo! Ele se preocupa com você e você simplesmente mente deslavadamente!

- Eu não quis enganar o Alfred... Eu só... Não quis preocupá-lo.

- Daí você, não contente em continuar seguindo pistas e criminosos, decide se esmerar em meter esse seu narizinho onde não devia e entrando sei lá como na batcaverna...

Os olhos do moleque brilharam, ele queria falar comigo sobre eu ser o Batman. Mas aquela era uma bronca, não uma conversa de comadres. Engrossei ainda mais a voz.

- Se já não fosse o bastante, você resolve se esconder no batmóvel sem ter ideia do local para onde eu ia e, na sua cabeça oca, acha que pode tentar derrotar um vilão como o Charada?!

- Mas...

- Mas NADA! Fomos quase ambos mortos por responsabilidade sua em se meter onde não devia!

Vi o garoto se encolher, em todos os meses que estive com ele, nunca falei daquela forma. Ao mesmo tempo, eu sabia que ele ainda era recém chegado e devia pegar leve.

- Bruce... Eu não queria que você se machucasse, de verdade. Eu só pensei que, talvez, pudesse vingar os meus pais.

- Mas quem disse que o Charada assassinou os seus pais?

Meu Menino ProdígioWhere stories live. Discover now