Auto-Controle

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Os dias seguiram com Dick tentando se controlar para frequentar a escola, estudar e não se envolver em investigações criminais.

Bruce fora claro com ele sobre as regras e o garoto tentou com toda a sua força se atentar a isso. Ter descoberto sobre a identidade secreta de Bruce tornou o vínculo entre os dois mais estreito.

Bruce não precisava mais esconder nada do garoto e Dick não precisava mais duvidar das intenções do milionário. Ele não assassinara seus pais, apenas se afeiçoou a Dick em sua patrulha noturna como Batman.

Mas a tentativa do menino em andar na linha não durou mais que três dias, quando viu estampado no jornal um crime cometido na madrugada anterior.

Enquanto ele lia a matéria na mesa do café da manhã, junto a Bruce e Alfred que os servia, comentou.

- Com certeza isso é obra do Coringa!

Bruce apenas olhou sério para o garoto por cima de sua caneca de café quente, sem dizer nada.

- Veja essa foto, ele deixou essa mulher completamente desfigurada.

Bruce remexeu na cadeira, percebera que o papo atraíra Alfred para mais perto que tirou o jornal das mãos de Dick calmamente.

- Isso não é um tema adequado para um jovem da sua idade, Master Grayson.

O garoto revirou os olhos e fuzilou com o olhar o mordomo que tirou das suas mãos uma notícia tão importante. Grayson não sabia a razão, mas o Coringa chamava muito a sua atenção.

Não havia nada que o ligasse ao assassinato de seus pais, mas um sexto sentido sempre lhe fazia dar mais atenção ao modo macabro de agir e pensar do vilão.

Bruce vendo a atitude do garoto crescer, apenas limpou a garganta com bastante barulho, querendo chamar a atenção de Dick para si próprio, como que o recordando da conversa que tiveram.

Grayson olhou para Bruce e, após sustentar um olhar como quem implora por ajudar, acabou por baixar a cabeça mirando seu colo. Bruce se deu por satisfeito e levantou-se, dizendo um pouco enfadado.

- Alfred, eu tenho reuniões até as duas da tarde na sede da empresa.

- Sim, Master Wayne. Algum pedido especial para o jantar?

Foi quando Dick, que não conseguia se controlar, resolveu agir.

- Alfred, por que você não faz aquele assado de cordeiro com molho de hortelã de novo?

- Receio que não temos cordeiro aqui, jovem Master Grayson.

- E por que você não me deixa na escola e passa no açougue?

Alfred e Bruce estranharam, o menino nunca pedia nada, mas talvez aquilo significasse que ele se sentia mais a vontade. Bruce acenou concordando com a ideia para Alfred que sorriu.

- Seria um prazer, Master Graysson.

- Tudo bem, vou pegar meus livros.

Dick disse e correu para o seu quarto pegando seus livros e orquestrando seu plano. Enquanto isso Alfred e Bruce conversavam sobre trivialidades.

- Pronto.

Bruce foi em seu Mercedes-Benz até o trabalho, enquando Alfred e Dick aproveitaram para caminhar um pouco sob o sol outonal. Em que pese Alfred acreditasse que Bruce devia ser mais duro, achava que o garoto era ótimo em todos os aspectos.

- Alfred, posso te perguntar uma coisa?

- Você já o fez, Master Graysson.

- Outra coisa, então.

Meu Menino ProdígioWhere stories live. Discover now