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Bruce dormiu muito mal, o desespero que passara pela segurança de seu protegido fizera mal e lhe trouxera pesadelos. Acabou por deixar o garoto na cama sozinho, sem antes lhe cobrir com um grosso cobertor.

Chegando na cozinha e se deparou com Alfred fazendo o café da manhã.

- Bom dia, Alfred.

O mordomo permaneceu em silêncio, sem se virar para o homem-morcego. Bruce sabia o motivo daquilo, ele havia mentido e escondido informações importantes.

- Alfred, podemos resolver isso? Veja, foi apenas uma vez que ele bisbilhotou e acabou descobrindo sobre a batcaverna... Então se escondeu no batmóvel e tentou ajudar num caso. Achei que não valia a pena te preocupar.

- Master Bruce, creio que haja aqui uma clara discordância entre nós. Eu entendo que, por uma questão de justiça, tenho direito de participar dos assuntos do Master Graysson, já que estou aqui e compartilho de sua rotina e cuidados. Já você, acha que devo estar alheio a tudo.

- Não é isso Alfred...

- Claro que é. Eu fui claro desde o início que não queria que ele se envolvesse com sua vida contra o crime!

- Sim, mas...

- E quando ele o fez você não puniu o garoto! Isso foi um convite a ele quase se matar novamente!

- Essa noite eu o puni, Alfred, está bem, eu fiz do seu jeito.

Alfred cruzou os braços.

- Você deu meia dúzia de tapas no garoto sobre a roupa. O que eu fiz com você quando se colocou em perigo pwla primeira vez? Hãm?

Bruce engoliu em seco se lembrando da surra de palmatória que levara naquela data. Alfred, por ter uma formação nas escolas inglesas, era adepto daqueles instrumentos como varas ou canes, palmatória ou paddles.

- Não acho necessário algo tão extremo com Dick... O garoto entendeu, vai tomar jeito agora Alfred. E me desculpe por não ter te contado, eu apenas não quis preocupá-lo.

Alfred desfez a face consternada para sentar perto de Bruce com compreensão no olhar.

- Quando eu me vi com a obrigação de criar você, eu estava completamente perdido. Não sabia nem por onde começar a encontrar meu lugar...

Bruce olhou para Alfred assustado, ja que ele sempre parecera tão seguro de si.

- Eu chamei algumas vezes o comissário Gordon para me ajudar, a princípio parecia que a única pessoa que você respeitava era ele.

Bruce esboçou um pequeno sorriso no canto dos lábios.

- O que eu quero dizer, Bruce, é que não tem problema conversar e pedir ajuda quando estiver em dúvida do que fazer ou não fazer. A paternidade não é fácil.

Bruce concordou com o cabeça, um pouco aliviado de saber que não era difícil só para ele. Logo, sentado na copa com a televisão ligada enquanto bebia seu suco de laranja, percebeu a chegada de Dick.

- Bom dia garoto.

- Bom dia Bruce, bom dia Alfred.

- Master Graysson, seus ovos estão prontos.

Dick fez uma ceninha ao se sentar, como quem esboça dor, mas os dois adultos sabiam que a surra sequer dor devia causar ainda e reviraram os olhos.

- Posso faltar na escola hoje?

- Você por acaso está doente?

- Não... Mas...

- Então não. E nem comece a discutir Dick.

Meu Menino ProdígioDonde viven las historias. Descúbrelo ahora