Suddenly in Love ♡ Adrienette

Capítulo 26

Novamente senti uma dor aguda ao pensar que sua mestria naquilo se dava pelo fato de Marinette ter tido tantas outras experiências que lhe deram praticamente perfeição no que ela devia fazer. Doía saber que eu era só mais um naquele momento, aperfeiçoando suas habilidades.

De fato, eu era só mais um. Eu havia tido essa certeza hoje, e para ser sincero, vinha tendo essa certeza há algum tempo. Lembrar disso só fez com que eu me sentisse ainda menor e mais insignificante, se é que isso era possível.

— Espera. — Falei, enquanto segurava suas mãos que, agora, tentavam puxar minha calça para baixo.

Ela me olhou confusa.

— Só... finja que sente alguma coisa por mim. Qualquer coisa. — Falei, tentando conter a emoção que me dominou, me lembrando novamente o quão bêbado eu deveria estar — Finja que eu sou importante p'ra você, Marin.

Fiz esse pedido a ela de uma forma verdadeira, talvez muito mais verdadeira do que eu gostaria de admitir. Não porque ela era a única garota que poderia fingir que se importava, mas sim porque ela era a única em cujo fingimento eu queria acreditar.

Ela me encarou com uma expressão indecifrável no rosto por algum tempo, então deu um sorriso um pouco infeliz.

— Sevocê soubesse, Adrien...— Começou, acariciando meu rosto com os dedos finos, ainda me encarando.Segurei sua mão ali por mais algum tempo, querendo apenas sentir o calor que apele dela emanava, mas finalmente a soltei, deixando-a fazer seu trabalho.

Inicie a música agora, se desejar.
Música: Always Remember Us This Way – Lady Gaga

Fechei os olhos e me permiti sentir querido naquele momento. Eu sabia que me iludir assim com uma prostituta era patético, mas me deixar enganar pelos "sentimentos" de uma garota de programa como ela era muito mais aceitável do que ser enganado por qualquer outra garota. No final das contas, eu estaria ciente de que fora iludido, o que era diferente de se iludir por ser muito inocente para notar a mentira à minha volta. Além disso, ela vinha sendo mais sincera comigo do que a maioria das pessoas que me cercavam há muito tempo.

Como imaginei, Marinette fez o que pedi com perfeição. Com a ajuda do álcool, eu podia acreditar que aquela não era uma garota de programa, agora cavalgando em mim com tanta intimidade, mas sim uma pessoa que de fato sentia algo por mim. Não necessariamente amor, mas pelo menos algum sentimento bom, algo que não fosse só tesão ou interesse.

Mas, novamente, eu devia lembrar que estava bêbado e, portanto, sensível. Além disso, estava permitindo que ela voltasse com força total à minha vida, exercendo aquele poder estranho que ela ultimamente vinha exercendo sobre mim. Eu estava inclinado a misturar todas essas coisas, o que me deu uma maldita esperança de que aquilo tudo poderia não ser só fingimento.

E essa esperança ia me deixar na merda de novo.

Por que ela tinha que ser tão boa assim? Por que tinha que ser tão linda? Tão ela?

Por que tinha que ter aquele perfume, ou aqueles olhos? E por que tinha que me olhar daquele jeito, como se gostasse realmente de mim?

Tentei manter minha cabeça ocupada com essas divagações porque a única pergunta para a qual eu realmente queria respostas provava que, ao invés de me afastar, eu queria desesperadamente me aproximar cada vez mais dela.