Prólogo - A Ascensão de Egípcia

131 7 7
                                    

Midgard. Dez meses antes.

Midgard. Um dos nove reinos, lar dos humanos, onde estes tinham também deuses e heróis de lugares diferentes, com culturas diferentes. Cada lugar acreditava em seus próprios deuses, seguiam suas doutrinas, tinham sua própria maneira de fazer as coisas. Em Nordicia, e em todo território controlado hoje pelas irmãs Grace e Roveria, todos acreditavam nos deuses nórdicos, nas terras orientais de Yamato, seu povo venerava outros deuses, tinham outras formas de seguir com sua cultura, o mesmo se estendia para outros continentes de Midgard, incluindo o vasto continente de Egípcia.

Egípcia era um continente cercado por um enorme deserto que se estendia por milhares e milhares de quilômetros, um lugar quente durante o dia, mas a noite o clima era um pouco mais fresco, suas terras não eram tão férteis como em Yamato ou Nordicia, porém era o suficiente para sua população sobreviver. Tinham um alto índice de agricultores que faziam de tudo para aproveitar os campos férteis próximos às cidades, para sustentar suas famílias, e pagar seus altos impostos aos nobres.

Egípcia era um lugar onde havia muita descriminação entre ricos e pobres, muito mais ainda que em outros reinos. Suas cidades eram como um oásis, uma bela arquitetura construída com trabalho escravo, muitas casas nobres alguns campos com jardins perto de seus inúmeros palácios. Algumas áreas de Egípcia, ostentavam pirâmides imensas, onde guardavam artefatos místicos de imenso poder que eram vigiados constantemente por seres mágicos.

No meio do vasto deserto, graças às águas do oceano, alguns rios se formavam conectando uma cidade a outra, facilitando assim o transporte de mercadorias entre as cidades do continente, do lado de fora de suas ricas e belas cidadelas, várias casas simples feitas muitas vezes de materiais encontrados perdidos se formavam, madeiras, pedras, algumas até mesmo faltando paredes formavam assim, a moradia dos pobres que sofriam trabalhando nos campos de agricultura.

Enquanto isso, os nobres viviam no melhor que o conforto poderia lhes garantir, inúmeros castelos e templos foram construídos para venerar e abrigar seus tão amados deuses e rainhas. Seres de grande poder mágico que governavam as terras do continente de Egípcia com total tirania, sem se importar muito com o que acontecia com os pobres. A principal cidade de Egípcia, Mênfis, era governada pela temível rainha das cobras, Cleo.

Cleo era uma mulher fria, usava um cabelo curto num tom azul, coberto com uma coroa dourada na forma de uma serpente. Cobrindo seu pescoço, havia uma espécie de colar dourado que se ligava a sua roupa que não cobria muito de seu corpo, Cleo sempre queria deixar explicito como era bela, se considerava a mulher mais bonita do mundo. Usava uma saia azul com detalhes em dourado, que também apareciam em sua perna, braceletes, saltos, colares, Cleo ostentava toda sua riqueza com joias nos braços e pernas.

Cleo, e todos os cidadãos de Egípcia testemunharam três grandes acontecimentos em seu território.

O primeiro deles havia sido a grande devastação causada por Jormungand, quando o irmão de Odin se transformou pela primeira vez na grande Serpente de Midgard, cobrindo e devastando o mundo humano com seu imenso tamanho. O segundo, um antigo faraó havia entrado em confronto com alguns deuses e durante sua morte, o faraó lançou algumas maldições nas terras de Egípcia, seu povo sofreu por muito tempo, porém graças a suas divindades, a situação se normalizou. O terceiro, havia sido o segundo ataque que custou a derrota do senhor das terras ardentes de Musphelheim, Surtur. Os pilares de fogo com seus imensos jotuns de fogo, surgiram também em Egípcia.

Cleo e os outros deuses comandaram os soldados, derrotando assim, os terríveis monstros de Surtur. Cleo, que já não gostava muito dos outros reinos, ficou ainda mais irritada com as recentes catástrofes em seu continente. A rainha já havia entrado em guerra contra Nordicia há muito tempo, com o pretexto de dominar o reino e saquear todas as suas riquezas, porém suas forças não foram o suficiente para tomar todo o território na época, e agora, Cleo tinha muito mais motivos para atacar novamente.

Recentemente, as atuais rainhas de Nordicia, que durante o ataque de Jormungand aos mundos estavam indo de continente a continente, conversando com seus respectivos lideres, chegaram às terras quentes de Egípcia, sua penúltima parada e a mais difícil. Grace e Roveria queriam enfim propor uma trégua na longa disputa entre os continentes.

- Rainha Cleo, viemos até aqui para... – de repente Grace é interrompida.

- Basta! Eu sei o que vieram fazer. E já deixo aqui minha resposta minhas caras princesas. – dizia Cleo.

- E então? – perguntou Roveria.

- É claro que não. Minhas caras, Vocês acham que podem vir até meu reino e então propor um tratado de paz insignificante? Faz-me rir HAHAHAHA! – respondia Cleo.

- Estamos em tempos diferentes! Não podemos mais pensar em guerras! - gritava Grace.

- E acha que eu me importo? Passei todo o meu governo conquistando tudo para mim, e acha que eu vou parar? Estão muito enganadas. Não teremos acordo. Saiam de Egípcia e quem sabe eu poupe vocês. – retrucou Cleo.

Grace e Roveria saíram do palácio e partiram de Egípcia, rumo a outro continente, antes de voltarem para Nordicia. Cleo se levantou do seu brilhante trono dourado e desceu as escadas parando em meio ao salão de seu palácio.

O lugar era coberto do mais lindo mármore encontrado no deserto, com muitos detalhes em dourado, ao lado das paredes que davam para a entrada da sacada do local, haviam duas estatuas de serpentes uma de frente para a outra banhadas em ouro, algumas portas dando acesso a outras áreas do palácio de Cleo ficavam aos lados juntamente com a porta que ligava a saída, flores nos cantos e diversas pinturas penduradas nas paredes, retratando não só Cleo, mas também outros deuses e seres do continente, no chão se estendia um enorme tapete vermelho com detalhes em dourado nos lados, atrás de seu brilhante e dourado trono havia uma espécie de quadro, ostentando belíssimas assas brancas.

Cleo balançou seus braços e ativou um enorme circulo mágico feito de areia, com sua magia, Cleo conseguiu enfim se comunicar com outros deuses de seu reino, com os quais tinha um total afeto e carinho, pois juntos governavam e mantinham a ordem em seu continente.

- Meus caros. A hora de agirmos se aproxima. Não podemos esperar que outra tragédia vinda dos imundos continentes a fora recaiam sobre nós novamente. É chegada a hora de dominarmos as outras terras. – dizia Cleo.

- Então finalmente tomaremos os outros reinos? Demorou muito para acontecer. - Dizia uma voz de mulher num tom de desânimo.

- É até compreensível. Devido aos ataques que os outros continentes estão sofrendo, esperar foi a melhor opção ou sofreríamos também. Agora com eles quebrados como estão, podemos enfim invadi-los e dizima-los por completo. – dizia outra voz feminina num tom um pouco mais sério.

- Estou tão excitada. Enfim iremos tomar tudo daqueles imundos que se jugam donos do mundo. – dizia outra voz de mulher se empolgando com a situação.

- Quero que se preparem muito bem, analisem seus alvos com cuidado e estejam prontos para quando eu der o sinal, pois em breve... Todos os continentes serão inteiramente nossos. Pertenceram somente a Egípcia. Vamos mostrar para eles o poder dos Deuses do Deserto. – afirmava Cleo.

Logo depois, o circulo mágico de comunicação foi desativado. Cleo andou até a sacada de seu palácio observando toda a cidade de Mênfis. O sol estava se pondo no horizonte, uma leve brisa percorria o local anunciando a chegada da noite no continente.

- Vocês não perdem por esperar. Logo, o mundo será meu. Será da mulher mais bonita do mundo. – Afirmava Cleo dando um longo sorriso diabólico.

Valkyrie Connect 3 - O Deserto dos Deuses (Fanfic)Where stories live. Discover now