Capítulo 43

7.2K 716 235
                                    

-Marcel, mas tu tens namorada. - disse eu. Meu Deus, não o entendia. Pensava que já se tinha decidido.

-Mas vamos lá ver. - disse Edward. - Não podes gostar das duas por igual.

Assenti, o Edward tinha razão. Era impossível que o Marcel gostasse das duas por igual, dado que por muito apaixonado que estejas - coisa também impossível no seu caso - há sempre uma rapariga de que gostas mais. Queiras ou não aceitá-lo.

-Deixem-me, eu sei o que estou a fazer. - disse o meu irmão. - E não é disso que estamos a falar por isso não mudem de tema.

-Não te deixo em paz porque não me apetece. - disse Edward.

Olhei para o Niall e neguei com a cabeça ao ver como ria. Ao notar-me, este fez o mesmo e então eu ri.

-Desculpem. - desculpou-se o loiro. - Mas é que isto tem muita piada.

-Vamos lá ver. - disse eu. - É minha, se é que ainda não repararam.

-Mas ela odeia-te. - disse Edward óbvio.

-Isso é mentira. - declarei. - Ela odeia o Marcy.

-Marcy? - perguntou Niall e o Marcel franziu o sobrolho.

-Disseste Marcy? - perguntou Marcel mudando de tema.

-Sim. - assenti. - Gostas?

-Não. - respondeu o meu irmão.

-Eu gosto. - declarou Edward. - Parece nome de gato. - virou-se olhando para o Marcel. - Marcy! Ei, Marcy! Anda aqui Marcy, bichano ! Anda aqui gatinho bonito! - continuou Edward, fingindo que chamava um gato ao mesmo tempo que olhava para o Marcel, que o matava com o olhar. - Marcy! Não me olhes assim que não te dou comida.

-Imaturo. - disse Marcel e Edward deixou de rir e olhou para ele sério.

-Harry, o teu gato está-me a desafiar. - disse ainda chateado. - Relaxa a fera, senão mato-o.

Tanto o Niall como eu começámos a rir às gargalhadas ao ver a cara de raiva do Marcel. Edward olhou para nós indiferente e encolheu os ombros.

-Não acho piada nenhuma. - disse Marcel.

Neguei com a cabeça de novo e o Edward riu também. A verdade é que isto era um momento estranho visto que normalmente estaríamos a discutir numa situação assim, mas em vez disso estávamos a rir-nos.

Fiquei a olhar para um ponto fixo na parede e entrelacei as minhas mãos, apoiando-as no meu estômago. Tentando imaginar que era com a rapariga que ocupava a minha mente e não comigo mesmo. Triste, não é? Não gostava de fazer isto, não gostava que o meu subconsciente imaginasse coisas sem que eu pudesse fazer nada contra elas. Mas a vida era assim e, para além do mais, não podia fazer nada contra isso. Ela não queria nada comigo, mesmo que eu soubesse que era mentira. De facto, tudo se tinha comprovado na hora do jantar, se ela não quisesse mesmo, teria feito uma algazarra. E sabia que mesmo que ela se dissesse a si mesma que não o tinha feito porque estavam lá os meus pais, não era assim.

Bufei.

Esta rapariga é uma parva, mas eu adoro-a.

Não tinha falado com ela, mas não era porque a fosse mesmo deixar em paz. Se não porque queria ver se ela fazia algo em relação a isso. Porém, pelos vistos, não ia fazer nada. Às vezes isto chegava a magoar-me. Porque é que tinha que ser eu a perder todo o meu orgulho e a mudar, quando ela não mexia sequer um dedo por mim? Isso não era justo. Para completar, ainda andava aí aos abraços com os meus irmãos, e eu, ao ir comprar-lhe uma porcaria dum café,  já estava a cometer o pior dos delitos e quando falava com uma rapariga, já era o pior dos mulherengos. Mas não. Não era assim, e ela sabia. Por isso, se ela gostasse de mim, vinha ter comigo.

Os Trigémeos Styles (tradução)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora