Capítulo 8

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Bella

As minhas mãos estão a tremer e os meus olhos não deixam o chão nem por um segundo. Não sei dizer se estou nervosa, ou se tenho medo por causa da presença do Edward. Ele ainda não tinha dito nada, apenas caminhava ao meu lado como se isto fosse a coisa mais aborrecida do mundo. Como se eu lhe metesse nojo. Estou à espera que os lábios dele se abram e que soltem alguma palavra, mas parece que ele não o quer fazer.

Caminhámos por várias ruas, eu sempre atrás dele, até que chegámos ao supermercado. Quando entrámos lá, o Edward entregou-me a lista seguida de um "Diz-me o que tenho que comprar, cabra" assenti e engoli em seco. Meu Deus, chateava-me mesmo o seu tom de voz. "Puta" e "Cabra" eram as únicas palavras que me dirigia e, pessoalmente, dava-me vontade de lhe partir a cara. Mas não me atrevia e era melhor que não o fizesse, tinha que viver com ele e já tinha problemas suficientes com o Harry, não queria arranjar problemas com o Edward também .

Quando acabámos de fazer as compras, ele pegou nuns sacos e eu noutros. Os sacos pesavam demasiado. Caminhei atrás dele, tentando não parar ou pousar um saco, mas foi-me impossível. Isto está a pesar demasiado, tanto, que as minhas mãos já estavam a ficar vermelhas.

- Edward.- chamei-o e ele virou-se para me ver a pousar os sacos no chão e sacudir as  mãos.- Podes esperar um bocadinho?

Ele levantou uma sobrancelha, sem paciência, como sempre.

- Estás a ver-me com cara de quem pode esperar por ti?

Engoli em seco.

- Por favor, é que isto pesa muito.- supliquei e ele bufou.

- Foda-se.- exclamou.- Vá, eu espero.

Maldito Edward. Porque é que ele é assim? Quero perguntar-lhe, mas por outro lado sei que é melhor não. Uma parte de mim diz para lhe gritar, perguntar-lhe porque é que ele é assim e dizer-lhe algo. Mas outra parte de mim diz para me calar.

- Já está?- perguntou e eu assenti. Agachei-me e peguei nos sacos.

Tivemos que parar mais vezes. O Edward só olhava para mim impacientemente e resmungava. Mas na terceira vez que lhe pedi para parar, ele disse-me:

- Já estou pelos cabelos contigo.- aproximou-se de mim e agarrou nos sacos.- Dá-me os sacos que eu levo-os. És uma inútil.

Eu baixei a cabeça e contive a vontade que tinha de o matar. "És uma inútil"  Eu? Uma inútil? Na verdade chateou-me imenso ouvir isso.

- Eu não sou uma inútil.- respondi enquanto esfregava as mãos, devido às dores horríveis.

- Cala-te.- disse-me. Já estava farta de me calar, e na verdade esta situação já me estava a irritar.

Inspirei algum ar e observei-o fixamente, encontrando o seu olhar desafiante.

- Porque é que és assim? Porque que é que me odeias? O que é que eu te fiz?- disse-lhe seguidamente.- Não percebo porque é que te comportas assim, nem sequer me deste uma oportunidade, passas a vida a insultar-me e a dar a entender que não gostas nada de mim.

Ele revirou os olhos.

- Meteste-te em minha casa, foi isso que fizeste. E sim, odeio-te, mas não te vou dizer porquê , porque não há uma razão. Eu odeio-te e ponto. Eu odeio toda a gente. Essa pergunta não tem sentido nenhum.- respondeu e virou-se logo.- E agora vamos para casa antes que me arrependa e te deixe aí sozinha.

- Agora sou eu que te odeio.- disse-lhe cruzando os braços e caminhando ao lado dele. Ele riu-se sarcasticamente.

- Boa, é mútuo.

Os Trigémeos Styles (tradução)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora