Capítulo 28 (Parte 1)

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-Porquê? - disse eu olhando-lhe fixamente nos olhos.

-Porque não. - respondeu friamente. Parecia que o dizia com a maior sinceridade do mundo, mesmo que eu não quisesse que fosse assim. Precisava de saber que ele queria que o conhecessem, mesmo que tudo apontasse para o contrário.

-Isso não é resposta. - queixei-me.

-É a única que há. - disse e voltou a olhar para o papel, ignorando-me de novo descaradamente.

Não voltou a falar e eu também não. Não sabia que mais dizer e, mesmo que chegasse a doer-me a cabeça de tanto pensar sobre um assunto que pudesse fazer o Edward abrir-se mais comigo, não o encontrava. Ele era tão frio que deixava qualquer pessoa sem vontade de lhe falar.

Quando o intervalo acabou, fui diretamente para a minha aula e, quando as aulas acabaram definitivamente, fui buscar o Harry para ir para casa. Não fazia ideia de onde se tinha metido. Fui até à sala onde ele tinha tido a sua última aula e estava vazia. Não havia absolutamente ninguém. Onde é que ele poderia estar? O meu telemóvel tocou e tirei-o do bolso. "Às cinco estou em tua casa. Luke". Sorri e respondi-lhe, confirmando. Voltei a guardar o telemóvel e fui até ao estacionamento para ver se o Harry estava lá. Cheguei ao carro e, tal como tinha previsto, não estava lá ninguém. Sentei-me no chão e fiquei dez minutos à espera, até que ele apareceu com uns papeis na mão e um sorriso de orelha a orelha.

-Já o tenho! - exclamou parando à minha frente e oferecendo-me a sua mão para me ajudar a levantar.

-O que é que já tens? - perguntei eu aceitando a mão e levantando-me. Ele sorriu de orelha a orelha e entregou-me os papéis. Agarrei neles e dei uma rápida vista de olhos para franzir o sobrolho logo de seguida, não entendendo. No entanto, segundos mais tarde, arregalei-os, surpreendida.- Isto é o que eu acho que é?

-Isso depende do que tu achares que é.

-Quê? - perguntei confusa.

-Sim, é um trabalho igualzinho ao que tu tens que fazer. - informou tirando as chaves do bolso e abrindo o carro para entrar. - Não me agradeças.

-Onde arranjaste isto? - perguntei entrando também no carro.

Ele fechou a porta e acendeu o motor.

-Um mágico nunca revela os seus truques.

-Harry...

-Nos ficheiros do departamento de História. - admitiu.

- Como é que entraste lá?

-Foi mais fácil do que eu pensava. - explicou o Harry enquanto saíamos do estacionamento. Olhei para ele, perguntando-me como é que ele pensava sequer que eu aceitaria algo como isto. - Disse-lhes que era o Marcel e acreditaram. Passei a hora toda do intervalo à procura do trabalho mais antigo e fui agora buscá-lo. É esse. - apontou para os papéis sem tirar os olhos da estrada. - Esse é do ano em que eu nasci, e foi corrigido por um senhor que já morreu. Por isso podes ter a certeza que ninguém vai reparar que não é teu.

 -Não posso entregar isto, Harry, este trabalho não é meu.

-Sabia que ias dizer isso. - declarou. - Mas aceita que não tens outra opção, Bella. Esse trabalho não iria estar pronto para a próxima semana nem que um milagre acontecesse.

-E de quem é a culpa? - disse eu olhando para ele.

-Minha. - disse, rindo. - Desculpa, a sério, não quis estragar tudo. - voltou a desculpar-se. - Posso ser um idiota às vezes, mas nunca faria isso de propósito.

Olhei para ele e sorri sem saber porquê. Não tinha que se desculpar, eu sabia que ele se estava a esforçar muito para me ajudar e isso era o suficiente.

Os Trigémeos Styles (tradução)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora