22 - A volta do floquinho de neve

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Voltei povo!! Esse feriado foi mara e eu escrevi um bocado, por isso não se preocupem com o cap curto, em breve tem mais. ;)

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Camila

– Eu acho que seria legal pôr umas prateleiras numa das paredes do galpão. – comentei com Ally assim que ela saiu do banheiro, eu já havia tomado banho e estava deitada na cama dela, mexendo no celular.

– Prateleiras? – Ally perguntou enxugando os cabelos.

– É, estou vendo num site, pros gatinhos subirem, eles gostam.

– Legal, vamos ver com as meninas.

– Vamos sim. – continuei pesquisando e percebi o olhar dela sobre mim. – Que foi? – sorri.

– Nada, é que... Você está querendo ajudar.

– Tô ué! – franzi o cenho ainda sorrindo. 

– E há pouco mais de um mês parecia que se a fazenda pegasse fogo você não estaria nem aí.

– Não exagera, Ally!

– Verdade, tudo que você mais queria era ir embora.

– Eu queria, ainda quero, digo, eu vou em algum momento. – Disfarcei mexendo no celular de novo. Esse assunto se tornou estranho ultimamente, eu não queria pensar sobre isso. Me apertava o peito de uma maneira estranha.

– Entendo. Vai dormir aqui hoje?

– Não, vou pro chalé. Eu prometi que tomaria conta da casa dela, não quero a Laurentina me azucrinando por causa disso. – revirei os olhos.

– Tá bom então, vai pelo menos jantar com a gente?

– Vou sim.

O jantar até que foi divertido, Arthur tentava contar uma história, sobre uma moça com síndrome de down que ele conheceu no consultório do fonoaudiólogo que frequenta, nós penamos para entender alguma coisa, porque ele estava muito empolgado, e falava rápido demais, mas no fim compreendemos que a moça se chama Luciana e que tem cabelos curtos e loiros.

No fim eu quis levar os quatro filhotinhos pro chalé, mas os gêmeos insistiram tanto pra tomar conta deles, porque amanhã é sábado e não têm aulas, que eu acabei cedendo, mas amanhã eu pego meus filhos e de Lauren de volta, fico com saudades deles. Por falar em filhos, eu tenho que fazer a hidroterapia com o Vitinho, mas não sei muito bem por onde começar... Acho que vou pedir ajuda pro Rich.

Rich, será que vai ter coragem de contar a Ally sobre ele? Comigo foi tranquilo, porque somos só amigos, mas o rapaz parece apavorado com a ideia de contar à baixinha e acabar sendo rejeitado por ela. Eu tenho certeza de que a Ally não vai fazer isso, mas o Rich ainda parece assustado com a ideia.

Assustada fiquei eu quando li sobre a cirurgia de mudança de sexo para homens trans, são tantos relatos do coisas que deram errado, vou falar com o Rich sobre isso, ele quer fazer, mas não sei se sabe de todos os riscos que está correndo.

Meus pensamentos foram interrompidos por um barulhinho de galho quebrando em algum lugar, e eu parei no meio do caminho pro chalé – Quem está aí?! – nada. Esperei mais um pouco observando a escuridão. Nada, nem um barulho.

– Vamos, eu sei que você está aí! –  interroguei novamente e esperei por longos segundos até que finalmente ouvi outro barulho, vindo do bosque. Droga, se for o animal selvagem de novo?! Lauren disse pra ninguém andar a pé à noite! Pelo menos eu trouxe a espingarda de dardos.

LOST BOY (a camren tale)Where stories live. Discover now