-Ainda bem. - disse e peguei nele, guardei-o na minha capa gigante. Caralho da mala, era tão grande que nem sabia onde a meter, mas se fosse mais pequena as folhas de tamanho A3 não caberiam.

-Harry, onde vais? - ouvi um voz que parecia a da Bella no corredor. O que é que esta estava a fazer no edifício de artes?

-Já vais ver. - ouvi dizer o meu irmão e levantei-me para ver o que iriam fazer. Sim, sou um coscuvilheiro . Gosto de saber tudo.

Bella

-Harry, a sério, porque é que me estás a levar para o edifício de artes? - disse um pouco confusa. Ele não disse nada, mas agarrou-me pela mão para que fosse mais depressa.

-Vamos rápido antes que comecem as aulas. - disse ele.

-Mas para onde? - disse eu enquanto percorríamos o corredor que cheirava a tinta e estava cheio de quadros.

Não disse nada, este rapaz conseguia ser mesmo estranho quando queria. Ontem estava frio como o gelo, expulsando-me do seu quarto depois de me apalpar toda, e hoje tinha acordado com um espantoso bom humor. Só havia uma palavra para o descrever: bipolar.

O Harry levou-me até o final do corredor e abriu uma porta. Lá dentro, fechou a porta para continuar a passear pelo corredor no qual nos encontrávamos. Os meus nervos aumentavam à medida que avançávamos por portas e corredores e cada vez estávamos mais sozinhos. Onde é que ele me estava a levar?

Avançámos até uma última porta e o Harry introduziu uns códigos na maçaneta, fazendo com que uns segundos mas tardes a porta se abrisse. O Harry arrastou-me para dentro e voltou a fechar a porta enquanto me tapava os olhos.

-Harry, não estou a perceber nada. O que é que estamos aqui a fazer? Porque é que... - deixei de falar quando o Harry me destapou os olhos, deixando que eu observasse a grande maravilha de relíquias que havia nesta sala.

-Meu Deus. - disse eu.

-Aqui guardam todas as coisas esquisitas de História. - disse Harry. - Sei que gostas de História, por isso... Pensei que fosses gostar de ver estas coisinhas estranhas.

Sorriu timidamente e eu devolvi-lhe o sorriso, aproximando-me de uma vitrina com fósseis.

-Como descobriste este sítio? - perguntei-lhe e ele baixou o olhar.

-Eu vinha cá para... - disse ele incomodado e eu não o deixei acabar a frase.

-Não continues, já percebi. - disse eu um pouco enojada. Ou seja, vinha para aqui fazer sexo. Boa.

-Está bem. - disse ele aliviado e não disse mais nada, apenas me olhou nos olhos um pouco incomodado.

-Gostas? - perguntou.

-Sim, muito. - disse eu. E gostava, era incrível a quantidade de antiguidades que havia. E que dizer sobre mim? Eu amava antiguidades.

-Porque é que estudas Arqueologia? - perguntou sem se aproximar de mim, olhando para uma estátua.

Encolhi os ombros.

-Simplesmente acho incrível o que a História te pode mostrar. E a ideia de algum dia descobrir alguma coisa entusiasma-me. - disse olhando para um osso que estava na vitrina com os olhos brilhantes. Entusiasmada. - Seria incrível poder dizer que fui eu que encontrei isto. Não achas?

Virei-me e olhei para ele.

-Deve ser. - disse ele encolhendo os ombros. - Eu a estudar Ginecologia não tenho esse tipo de objetivos.

Arregalei os olhos e fiquei a olhar para ele fixamente, não acreditando no que ele me tinha acabado de dizer. Ginecologia. Agora a minha teoria de que era um doente parecia estar ainda mais correta.

Os Trigémeos Styles (tradução)Donde viven las historias. Descúbrelo ahora