Capítulo 15

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Ayla

Essa semana foi corrida, prova atrás de prova e trabalho atrás de trabalho. Fernanda me pilhava dia e noite porque todas as minhas duplas eram com ela, no meu trabalho tava indo de boa mas eu evitava ir na pediatria por questões de trauma.

Recebi um convite pro aniversário da minha vó, que seria no próximo final de semana e eu já comecei a pensar em todas desculpas possíveis para não ir, mas a minha velhinha ficaria muito triste e a Maria Eduarda não vale a pena. Recebi uma mensagem de um primo meu de Minas, gay assumido e meu maior defensor.

— Mensagem
Viado: to confirmadíssimo no aniversário da vovó, guarde meu lugar na sua casa e no seu ❤️
Eu: sérioooooo? Tá zoando né?
Viado: to falando sério cacete, semana que vem eu to em sp
Eu: nossa a gente vai sair demais, aqueles roles que vc me infernizava qnd eu namorava.
Viado: finalmente vc tá livre pra eu levar pra passear, falando em namoro...
Eu: não começa não Túlio
Viado: minha mãe já me contou todo o babado e disse que a Maria Eduarda sabia de tudo, é vdd?
Eu: verdade verdadeira
Viado: chocadoooo viado, nunca gostei daquela menina mesmo.
Eu: tua prima ela
Viado: to nem aí, semana que vem eu vou causar na cabeça dela, fica vendo!
Eu: não quero estresse não ein, vc para com esse fogo.
Viado: QUEIMA QUENGARAL 🔥

Túlio era doidinho de pedra mas não dava ponto sem nó, ele nunca se deu bem com a Maria Eduarda e agora eu entendo os motivos dele, falsa que só ela. Ele também nunca apoiou o meu namoro com o traste, o que era motivo de discussão no meu relacionamento, meu primo tentava me levar para as baladas gays e o Lucas não gostava nem um pouco disso.

Resolvi não sair hoje porque amanhã tenho que acordei cedo pra ajudar na feira de adoções, eu sempre gostei de participar de ong's então não era nenhum trabalho.

— Mensagem
Ogro: tá confirmada amanhã? Tão fazendo a contagem de voluntários e pediram pra eu confirmar cntg
Eu: vou simmmm
Ogro: tá

O Rafael é a pessoa mais bipolar que eu conheço nesse mundo, depois daquele dia que ele conversou comigo não trocamos muitas palavras. Eram apenas "bom dia" ou "tchau" ou apenas acenos, mas eu também não fazia questão.

Acordei as oito da matina em pleno sábado, levantei e comecei a me arrumar. Desci pra tomar café e encontrei meus pais sentados na mesa conversando, até se assustaram quando viram que eu estava acordada nessa hora.

- É milagre? - minha mãe perguntou.

- Vou ajudar na feira de adoções do hospital veterinário de um colega meu - respondi passando a manteiga no pão.

- Já to até vendo - meu pai falou - Não é pra trazer nenhum pra cá.

- Eu não queria mesmo... - dei de ombros.

- Foi assim que a Shakira veio parar aqui em casa, depois morreu e você ficou triste por semanas - minha mãe disse e eu fiz uma careta.

- Não vou trazer nenhum cachorro, tá bom? - concordaram.

Já ia dar 10 horas e eu não tinha saído de casa, me apressei e chamei um uber. Cheguei e estava lotado e uma fila enorme, várias pessoas saindo com um cachorrinho ou um gatinho em mãos. Você não vai pegar nenhum Ayla, se controla!

Entrei e cacei o Rafael, fui em direção a uma tenda enorme e achei uma cabeça loira e uma pessoa com os braços tatuados em um jaleco branco. Me aproximei mas ele não notou, estava ocupado demais brincando com um filhotinho, até parecia uma pessoa normal assim.

- Doutor Dolittle - chamei e ele olhou - Cheguei!

- Oi - sorriu - Tá preparada?

- Prontíssima pra ajudar esses bebezinhos - peguei um filhotinho no colo - Aí cara, que coisinha mais linda da vida de mamãe - fiz voz fina enquanto brincava com aquela bola de pelo.

- Vai assustar eles com essa sua cara - deu risada e eu mandei o dedo do meu - Respeito que eles são bebês, não podem aprender isso! - ri do jeitão dele com os animais.

Rafael

Eu cheguei cedo na feira pra ajudar o pessoal, era cachorro e gato pra caramba. Começou às 9h30 e já tinha uma fila enorme, eu gostava demais de ver todo mundo adotando, sou defensor dos animais sim e poucas ideia.

A Ayla não tinha chego e eu já tava pensando que ela tinha desistido, mas só foi eu começar a julgar a mina que ela aparece com os olhos brilhando para os filhotinhos. Ela tava com um vestido longo que deixa ela bonita pra carai, pegou um filhote e começou a brincar, deixava ele lamber a cara dela e tudo.

Me olhou sorrindo e devolvendo o filhotinho pro cercadinho dele. - Eai, aonde que eu fico pra ajudar? - perguntou.

- Vem cá - fui em direção a outra tenda, onde estava com uma fila maior - Aí, essa aqui é a voluntária que eu trouxe - apontei - Ayla esses são Will e Jaque - apresentei.

- Prazer - ela sorriu - No que eu ajudo?

- Me ajuda nas fichas - Jaque puxou ela, as duas começaram a conversar e arrumar as coisas enquanto o Will se aproximou com um sorrisinho.

- Tua amiga é bonitona, tá solteira? - perguntou.

- Tu não tem que ajudar na outra fila não, tontão? - bufou e saiu.

Voltei a ajudar na fila de adoção, famílias ou pessoas sozinhas vinham procurar algum pet e nós procurávamos garantir que seria um lar adequado pro animal. A Ayla entrou dentro de um cercadinho pra pegar uma bolinha que deixaram cair lá dentro, o farofa tinha visto a bolinha primeiro e não deu outra. Ele começou a querer brincar com ela enquanto a Ayla tentava pegar da boca dele, o molecão tava adorando aquela situação, só não corria ali porque não tinha espaço e ela não se aguentava de dar risada.

- Hm amiga né - Jaque falou - Eu não fico olhando toda boba pros meus amigos não...

Boa noite e obrigada pelos 3K de leitura!!! Amanhã vai ser difícil de ter capítulo novo e se der eu posto bem cedinho.
Ps: Só amigos né Rafa...rs
Bjo bjo

Não vejo outra saída [EM REVISÃO]Where stories live. Discover now