Capítulo 61

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Ayla

— Acorda piranha — senti o meu corpo sendo empurrado da cama.

— Ô porra — gritei — Vai se fuder, Túlio.

— Já são quase onze, a gente não ia lá no almoço? — perguntou e eu pulei da cama — Ah bom, foi o que eu pensei.

— Cadê a Maria Eduarda — gritei entrando no banheiro.

— To aqui, nem vem descontar em mim — gritou de volta e eu revirei os olhos.

Entrei no meu banho e dei aquela acalmada, só que rápida, coloquei um vestidinho solto e uma rasteirinha e sai correndo. Meu cabelo não tava sujo então tava suave, nem parei pra comer senão a Vóvó Borges ia me comer sem tempero. Túlio já tinha chamado o uber e em menos de cinco minutos já estávamos no caminho.

Abri o meu WhatsApp pra ver se tinha alguma mensagem do Rafael mas nada, to me estressando já. Cheguei abrindo o portão porque sim e fechou, família Borges me adotou - tirando a sururu - e eu já tava cheia das intimidades.

— Fala vovózinha, suave? — abracei ela por trás e ela me bateu com o pano de prato — Aí pra que tanta raiva?

— Sua cara de pau, nera pra você estar aqui bem mais cedo? — colocou as mãozinhas na cintura e eu não me aguentei — Tá rindo de quê, palhaça?

— Mete a moral nessa aí, vó — Madu deu um beijo na bochecha dela e foi para os fundos com o Túlio.

— Quase não dormi essa noite aí acordei tarde — me expliquei.

— O que houve?

— Rafael — suspirei — Tá muito pro lado da ex vaca e não me dá nem explicação.

— Já conversou com ele, fia?

— Já sim — bufei — Mas não vamos ficar mal por causa dos meus assuntos, não é? — sorri — Já tá todo mundo aí?

— Todo mundo, huh? — sorriu debochada — Tá sim filha, paciência.

— Sou a pessoa mais paciente desse mundo — sorri e fui pros fundos dando bem de cara com a piranha rainha. Eu só não falo nada pra ela porque to em um lugar de respeito e de muito amor. — Oi vô!

— Querida — abriu os braços — Tua vó já tava toda estressada pensando que você não viria.

— Acordei atrasada — suspirei e ele deu risada.

— Tá adotando os mais carentes, vô? — Ana perguntou.

— To sim, já que os de sangue só me dão estresse — falou no meio de todo mundo e eu mentalizei bem profundo pra não dar aquela gargalhada.

— Mó fome, né — Madu quebrou o clima — Tava querendo um pão de alho bem gostosin...

— Tá pronto aqui — Léo respondeu e eu me aproximei dele.

— Tá sabendo do teu amigo? — perguntei.

— Ué, ele não dormiu contigo não?

— Como assim, Leonardo? — me estressei dos pés a cabeça — Ele foi embora da minha casa logo depois de vocês.

— Vish Ay — coçou a cabeça — Jurava que ele tinha dormido lá, não pisou os pés ontem e nem hoje de manhã — me olhou nervoso — Pera aí que eu vou ligar e resolver esse problema.

— Eu quero mais é que ele vá se fuder — bufei e sai atrás de comida.

Leonardo fez sinal pra mim indicando que não tinha conseguido falar com ele, tava ficando cada vez mais nervosa. As meninas falaram pra eu me acordar que às vezes era só um problema pequeno e nem tudo o que tava pensando, mas se fosse isso mesmo o bicho ia comer.

Não vejo outra saída [EM REVISÃO]Where stories live. Discover now