Capítulo 5

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Ayla

— Calma amiga, olha pra mim — segurou meu rosto — Respira e inspira — Eu não conseguia acompanhar, eu não conseguia me mexer, tudo estava congelado — Merda, pega água pra ela Rafael.

— Aqui — entregou a garrafa pra mim — Inspira por 3 segundos e respira — fiz o que ele disse — agora toma um pouco da água.

— Tá melhor? — Sarah segurou minhas mãos — Concordei com a cabeça — Toma mais um pouco.

— Obrigada — falei baixo para o Rafael. Eu não sabia o que fazer, queria fugir mais rápido que puder e esse é o maior mal de todos, o sentimento de fuga conforta a decepção.

— Vamos embora — Nanda falou.

— Não — respondi — Eles não vão me controlar de novo, chega disso — Levantei e andei depressa, parei bem na frente deles, todos me olharam e não falaram nada — O gato comeu a língua?

— O que você tá fazendo aqui? — Madu perguntou rapidamente.

— Sério? — ouvi a Sarah falando atrás de mim. — Vocês são muito caras de pau mesmo!

— Garota cala a sua boca — Ana levantou.

— O que eu estou fazendo aqui? — dei risada —Eu to pra perguntar quando vocês iriam me contar que sabiam de tudo. Quando porra? —gritei.

— Calma Ayla — Guilherme respondeu.

— Calma é o caralho — Cá estamos, os dois grupos reunidos novamente, um encarando o outro como se fosse a cena de Crepúsculo quando um vampiro ataca o outro — Responde!

— Nunca — Ana disse — Porque você é fraca demais pra descobrir a verdade,  fraca demais pra ver a realidade e perceber que ninguém te suporta mais.

— EU VOU MATAR ESSA MENINA — Sarah gritou e o Leonardo segurou seu braço — Me solta — ele negou com a cabeça.

— Chega Ana Carolina — Gustavo falou alto.

— Não se faz Gustavo, você era quem emprestava o seu apartamento pro Lucas transar com a Vic — olhou pra mim e abaixou a cabeça.

— Eu to com nojo de todos vocês — senti uma lágrima descer — NOJO!

— Garota não começa, você só é burra demais, chega a ser hilário você tendo crises de ciúmes enquanto era pra mim que o Lucas corria. —Vitória entrou na minha frente — Abaixa a sua bola que nin... — fiz ela parar da melhor forma, um belo de um tapa naquela cara harmonizada dela.

— Vamos Ayla — Rafael me puxou — Tu tá pálida, vamo sair daqui.

— Tá com medo de apanhar? — o traste falou.

— Apanhar de você? — deu risada — Você só é mais um garoto mimado e sem educação que não soube respeitar uma mulher, não enxerga o estrago que você fez na vida dela e ainda se acha o fodão. Eu sinto é pena de você. — Sarah bateu palmas.

— Tá se achando né garota? Pode ficar com a amizade dela, eu não aguentava mais. — Ana olhou pra mim. — Ainda bem que já resolvemos esse assunto.

— Tua filha da puta — Sarah segurou nos cabelos da nojenta e puxou — Vira mulher ou tu vai se fuder sozinha — deu um tapa estralado na cara dela — Cresce garota!

— Chega — Yan segurou os braços da morena - A Ayla tá pálida já.

— Nunca mais — Fernanda me segurou — Nunca mais quero ver vocês na minha  vida.

— Tira ela daqui Rafa, por favor — Sarah pediu.

Rafael

Segurei na mão da Ayla e sai puxando pela multidão, fui em direção as ruas mais afastadas e o local que eu tinha estacionado meu carro. Ela soltou a minha mão e abraçou o seu corpo, ela estava chorando mas também preocupada em não mostrar isso para mim. Parei numa barraquinha armada na rua e comprei uma água, aquele menina iria desmaiar aqui comigo e eu não estava nem um pouco afim de passar por isso.

— Toma um pouco — entreguei a garrafinha pra ela, que já estava sentada na calçada.

— Obrigada — respondeu baixo, sentei ao seu lado e fitei o outro lado da rua. O som do choro dela começou a aumentar, eu posso ser o cuzão que sou, entro em briga pra caralho mas não suporto ver mulher chorar.

— Sabe mina... — comecei — Sempre vai ter alguém pra te destruir, você só não pode deixar isso acontecer — ela não me interrompeu e eu entendi que era pra continuar falando — Eu nunca namorei pra ser traído, prefiro evitar essas fita aí, mas já levei muito nas costas de gente que eu pensava ser amigo.

— Ser traída por alguém que você planejava o futuro dói demais — ela respondeu bem baixinho — Mas ser traída por alguém que você chama de amigo é uma dor insuportável. — Concordei com a cabeça. O que mais eu ia falar? Era foda e se eu fosse ela já estaria todo perturbado.

— Quer ir pra algum lugar? — perguntei.

— Pra casa, por favor — concordei e levantei, os moleques iriam se virar então só passei uma mensagem pra Nanda avisando que eu tava levando ela pra casa. Ayla me explicou onde morava e eu conhecia ali perto, o caminho foi em silêncio, ela tava com a cabeça encostada na janela chorando baixinho, e eu só respeitei o momento. — Aquela casa ali — até assustei, parei no sobrado branco — Obrigada.

— De nada — respondi destravando as portas. — Mina, fica bem, beleza? — ela concordou e sussurrou um tchau.

Não vejo outra saída [EM REVISÃO]Where stories live. Discover now