Capítulo 40

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Rafael

Acordei e me liguei que eu tinha dormido na casa da Ayla. Não to me reconhecendo, namoral. Nunca dormi na casa de alguma mina sabendo que os pais dela estão no quarto do lado e eu aqui de conchinha, moleque meu coração já tava batendo rápido e eu não sei se era de desespero ou medo.

Olhei pra Ayla que estava dormindo encolhida nos meus braços, achei um monte de pelo entre as nossas pernas desmaiado que só faltava roncar. O relógio embaixo da televisão indicava 10h20 da manhã, tentei me mexer sem acordar nenhum dos dois mas foi em vão. Farofa deve ter esquecido que eu estava dormindo ali porque quando me viu acordado só faltou chorar, pulou na minha cara e começou a me lamber todinho deixando a bunda dele bem na Ayla.

— Caralho Farofa — ela resmungou — Tira essa bunda de mim — puxei ele e ela se remexeu na cama.

— Bom dia — desejei tentando apagar o fogo daquela cachorro.

— Bom dia — sentou na cama com a maior cara de sono e cabelo todo embolado — Tava dormindo tão bem, aí vem esse cachorro e me acorda — resmungou.

— Pelo menos não levou lambida até no tímpano — respondi limpando a cara e ela deitou a cabeça no meu braço — Tava cansado pra caramba.

— Nossa, eu também — se cobriu mais com o edredom — Deitei e dormi na hora.

— Deixa eu pegar o meu celular, pera aí — levantei um pouco e me estiquei pra mesinha. Ayla se aconchegou mais perto de mim e eu desbloqueei o celular entrando no WhatsApp, tinha a total ciência que ela estava olhando o meu celular junto comigo e por mais estranho que pareça eu não dei a mínima. Li uma mensagem do Léo falando que o vô da Sarinha já estava fora de risco. — O Léo chamou a gente pra ir num barzinho com música ao vivo hoje, topa?

— Uhum — concordou — Tenho que comemorar mesmo.

— Comemorar que tá comigo? — perguntei e ela deu risada — Palhaça.

— Você que é iludido — fiz um careta — Minha chefe me chamou pra atender lá no consultório dela, com sala e tudo.

— Tá zoando? — perguntei surpreso — Isso é bom demais loirinha, tu merece demais — coloquei o celular na cama e apertei as bochechas dela — Como prêmio eu vou te dar um beijo com bafo, aproveita bem que é versão limitada — Puxei ela e dei um beijão, aquele com direito a sacanagem e pelo arrepiado ao mesmo tempo, parei antes que resultasse em nós dois pelados aqui no quarto dela. — Só não continuo porque to ligado que os seus pais estão em casa e é mó falta de respeito com eles.

— Que menino educado — apertou a minha bochecha — Nem parece que a primeira vez que eu te vi você tava socando a cara de alguém.

— Eu sou incrível, tá ligada? — me gabei — Nunca soquei alguém sem motivos, então...

— Então você tinha motivos e pronto — falou e eu concordei — Farofa para de rasgar o meu edredom — puxou dele que puxou de volta — Olha aí o seu amigo, fala pra ele parar.

— Eu não dou o doutor Dolittle não, filha — falei e ela me olhou brava — Farofa parceiro, vamo parar de rasgar as coisas da sua mãe porque senão vai sobrar pra mim e eu não to querendo confusão — ele me lambeu.

— Viu como ele te obedece? Sacanagem.

— Eu tenho dons — me olhou debochada.

— To com fome, bora levantar — pulou da cama e não deu nem tempo de puxar ela de volta — Vamos, levanta essa bunda loira dai.

— Só mais dez minutinhos — pedi e ela negou.

— Você tá é com medo, dormiu aqui e agora vai ter que dar bom dia pros meus pais.

— Olha a roupa que eu tô — respondi já em pé.

— Para de graça, tá mó estiloso com esse chinelo e meia — riu e deu mandei o dedo do meio — Bora marrento — me puxou pra fora do quarto. Desci a escada com o cu na mão, nunca tive que me apresentar pra pais de ninguém e porra, nem quero também. Entramos na cozinha e demos de cara com os pais dela sentados na mesa comendo, o pai dela já me encarou de cima a baixo e deu uma risada enquanto eu votei de vergonha. — Rafael esses são os meus pais, mãe e pai esse é o Rafael — Ayla falou sentando na mesa.

— Conhecemos você ontem mas você não viu — a mãe dela falou — Sou a Fabi, mãe dessa dai — apontou pra Ayla — e esse é o meu marido Bernardo — o cara me encarou firme, quase sai correndo — Pode comer a vontade, sem ficar com vergonha.

— Ele já tá — a Ayla falou enquanto cortava o pão.

— Não to não — dei uma risada pra descontrair e peguei um pão pra mim.

— Você faz o que da vida, Rafael? — Bernardo me perguntou.

— To terminando a faculdade de medicina veterinária e já trabalho na área em um hospital veterinário — falei com o cu na mão, ele tava me avaliando.

— Veterinário — olhou pra Ayla — Já até entendi da onde veio o farofa.

— Eu tratei dele — respondi — Chegou muito machucado e quase não aguentou, mas agora tá fortão.

— Forte até demais, tá gordo que ninguém aguenta no colo — Ayla riu.

— Farofa é o xodó da casa — Fabi falou — Esses dias ele saiu correndo pela rua com um sutiã da Ayla, pensa numa menina que correu — falou rindo — Isso porque ela é sedentária e não malha por nada.

— E come tudo que vê pela frente — respondi e ela me olhou com o pão na boca.

— Isso eu vou concordar, Rafa — o pai dela respondeu rindo. Me chamou de Rafa, +1 ponto pra papai aqui. — Eu vou à falência com essa garota aí.

— Tudo mentira, seus mentirosos. — resmungou.

— Mentira? — dei risada — Você detona uma cachorro quente enorme em menos de 5 minutos.

— Você acha que isso é muito? — Bernardo perguntou — Nunca leve ela pra uma churrascaria, é falência na hora.

— Olha o que você fala da sua filha — Fabi bateu no ombro dele.

— To só mostrando no que ele tá se metendo — resmungou e ela me olhou sem jeito.

— Bom dia família — Túlio apareceu com a cara amassada — Olha só, o bofe loiro aqui.

— Tava com saudades? — perguntei.

— Demais, amor — passou a mão no meu cabelo e sentou na mesa — Vocês vão no barzinho hoje?

— Vamos — Ayla respondeu bebendo suco.

— Só vivem em barzinho, saudade dessa época — Bernardo suspirou.

— Saudade, é? — mãe da Ayla olhou brava e ele negou.

— Sabe quem eu vou chamar? — Túlio perguntou e a Ayla negou — O Guto.

— Isso — respondeu animada e eu olhei desconfiado — Ele é nosso primo que tem um parafuso a menos — explicou. Terminei de tomar o café da manhã e me despedi de todos, ela me acompanhou até o portão, chegava até ser engraçado eu de pijama andando na rua.

— Te vejo mais tarde, quer carona? — perguntei segurando a cintura dela.

— Não, vou com o Guto — concordei.

— Vou indo — beijei ela e entrei no carro.

Vou ser sincero contigo, to quebrando muitas regras com essa mina e eu não sei se isso é bom ou ruim.

Capítulo pequeno só pra fechar a noite, beijão e comentem bastante ❤️

Não vejo outra saída [EM REVISÃO]Where stories live. Discover now