Capítulo 67

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Ayla

Ser contratada como fonoaudióloga - quase - foi uma das melhores coisas que aconteceram na minha carreira, só que eu não sabia que seria tão cansativo assim. Eu passei a maioria das noites dessa semana preparando e avaliando as fichas dos meus primeiros pacientes, e vou ser sincera, não há sentimento melhor do que esse.

Me sinto super realizada mas admito que tem tantos pulos que eu ainda quero dar, sei que se eu continuar desse jeito eu vou chegar bem longe e é isso que não me faz quebrar o despertador no murro.

Hoje, quinta-feira, eu iria finalmente assistir o filme que o tanto queria nos cinemas, depois de toda a treta com o Rafael ele resolveu que iria me recompensar e pagaria o meu jantar. Mas nesse momento, cá estamos nós sentados no refeitório da faculdade aguardando todo o tumulto de organizações para as exposições que iríamos fazer.

Fernandinha estava deitada no meu colo enquanto o resto do grupo ria alguma piada que eu nem cheguei a escutar, vale lembrar que depois do barzinho o Guilherme começou a andar com a gente pra cima e pra baixo, o que não deixa o Leonardo muito feliz porque ele sempre tem umas crises de ciúmes comigo e com o Gui mas sei bem que é amor encubado. O Rafa também se resolveu com ele e esclareceram a rixa antiga, chegando a conclusão que era apenas por influência do traste.

— Posso falar com vocês? — escuto a voz do Yan e olho pra cima.

— Já tá falando — Leonardo resmungou e eu dei um chutão nele.

— É bem rápido — Yan se apressou — Só vim entregar os convites do casamento pra vocês, mesmo depois de tudo eu quero muito a presença de vocês lá — entregou um envelope branco pra cada e encarando o Guilherme — Agora ele anda com vocês?

— Pode deixar que nós vamos ver certinho — Rafael interrompeu — Mais alguma coisa?

— Não — negou e olhou pra Nanda — Quero muito vocês comigo, nesse momento importante — concordei e ele saiu. Eu deveria sentir raiva pelo o que ele me disse lá na praia mas só consigo sentir dó.

— Vocês vão deixar o maluco se casar? — Guilherme perguntou.

— Porque não deixaria? — Sarah perguntou — É opção dele, já tentamos conversar e contar tudo mas ele só acredita na verdade divina que a Bianca conta.

— Eu acho que deveria tentar mais uma vez — Mada comentou — Sei lá, casamento é um marco tão importante e sério, imagina ele casar com alguém que trai ele sempre e que o bebê é filho de outro?

— Eu concordo — Nanda falou — Por mais que eu quero que ele se foda, acho tenso ele casar assim.

— E vai fazer como? — perguntei — Chegar e falar "Oi Yan, você é corno e o filho é do Lucas, não case"?

— Acho que vale tentar — Guilherme deu de ombros — Eu posso falar com ele também, só no acho que ele vai acreditar em mim.

— Então a gente combina de falar com ele amanhã, pode ser? — Rafa perguntou e todos concordaram com a cabeça.

Meu horário de ir trabalhar já estava quase chegando, almocei com o Rafa em um restaurante perto da faculdade e ele me deixou lá na clínica. Cheguei e peguei as fichas dos pacientes que já me esperaram na recepção, segui pro "meu" consultório e chamei o primeiro.

Túlio meu amor foi me buscar depois do expediente e me contou com detalhes de como estava sendo a burocracia pra começar a grife dele, bichinho tava radiando de felicidade. Entrei em casa correndo pra tomar um banho e me arrumar rapidão pra sair com o meu mozão, coloquei uma calça jeans e uma blusa mesmo até porque não estava nos melhores climas pra sair de saia ou shorts.

Não vejo outra saída [EM REVISÃO]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora