Capítulo 28 (Parte 1)

Começar do início
                                    

-Não te desculpes mais, está tudo bem. - disse eu.

-De qualquer maneira, desculpa. - repetiu.

-Já te disse para parares.

-Ok, desculpa.

-Voltaste a fazê-lo.

-Merda, ok, foda-se, desculpa. Ai, merda, é melhor calar-me.

-Harry, fala-me bem que já pareces o Edward. - ri-me e ele soltou uma gargalhada.

-Não, o Edward seria mais do tipo "Puta que vos pariu, caralho que vos foda estou farto de vocês" - disse ele.

-Ou tipo " Ei, puta, estás a olhar para onde, caralho?" - continuei eu.

-"Não me roubes a vodka, desesperado". - disse Harry imitando o Edward. - "Metes-me pena". - soltei uma gargalhada e ele olhou-me da mesma maneira que o Edward. - "Sou o Edward Styles e odeio toda a gente. A ti também, cabra, e os meus irmãos são uns maricas. Matei o Stilly e substituí-o por uma lata de atum porque sou demais". - comecei a rir como uma maluca. Tanto, que me custava respirar. O Harry conseguia ser muito divertido.

-És igualzinho.

-Não me digas.

-Se o Edward te vir a fazer isso...

-Defenestra-me. - disse Harry rindo e eu olhei para ele de testa franzida.

-Defe quê? - perguntei eu. Era a primeira vez na minha vida que ouvia essa palavra.

-Defenestra-me.

-O que é isso?

-Defenestrar, ação de atirar alguém pela janela. - disse Harry satisfeito.

-Já pareces o Marcel.

-Foi ele que me ensinou isso. - disse Harry. - Pensavas que eu ia aprender uma palavra dessas sozinho?

-Não, realmente não. - admiti.

-O Marcel insulta-nos sempre com palavras estranhas, no final acabamos por aprender algumas. - disse Harry.

-Não me admira. - disse, pensativa por uns segundos. - Defenestrar... Não sabia que havia  uma palavra para a ação de atirar alguém pela janela.

-E ainda há mais.

Quando chegámos a casa fui diretamente para o meu quarto, com o Harry atrás de mim, como sempre. Deixei as coisas na cama e pus o trabalho em cima da mesa.

-Vais copiá-lo, certo? - perguntou o Harry nas minhas costas.

-Claro. - respondi obviamente. No entanto não ia arriscar, não ia entregá-lo exatamente como estava.

-Ah, está bem.- disse e atirou-se para a cama.

Olhei para ele elevando uma sobrancelha. Ele sorriu-me como resposta e eu neguei com a cabeça. Olhei para as horas, eram três e meia. Ainda não tinha comido e o Luke vinha às cinco, por isso saí do quarto e fui até à cozinha. Estava a achar estranho o facto de o Harry ter ficado sozinho no meu quarto. Deveria estar com medo? Sim, possivelmente. Suspirei, fiz algo rápido para comer e depois voltei para o quarto, tinha que copiar tudo o que pudesse do trabalho, só faltavam cinco dias para o entregar. Cinco. Um trabalho de mais de cem páginas, à mão. Comecei a copiar, sem reparar que o Harry continuava deitado na cama. Ouvi um ronquido e virei-me rapidamente. Aí estava ele, a dormir com uma almofada espalmada na cara. Sorri para mim mesma enquanto o rapaz roncava como se não houvesse amanhã. Estava tão fofo.

-Harry. - chamei-o. - Harry.

Não respondeu. Continuava a dormir que nem uma pedra. Revirei os olhos divertida e aproximei-me dele.

-Harry. - apoiei a minha mão no seu ombro e abanei-o um pouco. Como resposta, ele deu a volta para o lado contrário e com uma mão atirou-me a almofada para a cara. - Autch, Harry, pára de roncar!

Nem se mexeu. Bufei resignada e tapei a cara. Ele roncava muito, por amor de Deus, era como se me tivessem metido um trator no quarto.

-Harry, acorda. - disse e subi para cima dele. Sim, para cima. Porquê? Não sei, apenas me apetecia. - Harry, Harry, Harry, pára de roncar. - voltou a roncar e vi um sorrisinho nos seus lábios. - Estás a fazer de propósito. - respondeu com um ronquido. - Pára. - voltou a responder-me com um ronquido e eu tentei levantar-me.

-Ei, onde vais? Estás bem aqui. - disse abrindo os olhos.

-Agora já falas, não é? - disse eu revirando os olhos.

-Sim. - disse ele e fingiu um ronquido.

-Meu Deus, não sabes o quanto isso incomoda. - disse eu.

-É por isso que o estou a fazer.

Neguei com a cabeça e desta vez consegui levantar-me, mesmo que ele insistisse para não o fazer. Pus-me a copiar enquanto o Harry falava e falava de coisas que não tinham o mínimo interesse, mas eu já me tinha habituado a deixá-lo a falar sozinho, por isso nem me dava ao trabalho de fingir que estava a ouvir cada palavra que ele dizia.

-Bella! Tenho que fazer uma coisa. - disse Marcel entrando no quarto um pouco exaltado e aproximando-se de mim.

Os Trigémeos Styles (tradução)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora