Vinte e quatro

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Nota da autora:

Oi, gente!

Queria pedir desculpas pela demora para atualizar a história. Como quem me segue no Twitter pode ter visto, agosto não foi um mês fácil. Passei quinze dias longe da internet sem poder escrever, e o resto do mês sem conseguir escrever.  Por favor, não desistam de mim HAHAHAHA

Esse capítulo é ponte para algumas coisas que acho que vocês vão curtir. Pretendo voltar rapidinho com a próxima atualização <3

Beijos,

Vic

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Na quarta vez que tentou bater no portão da casa de Camilo e não obteve resposta, Juliana franziu o cenho e começou a se preocupar.

A noite já estava naquele ponto em que poucos carros circulam pela rua e a maior parte das janelas está trancada à frente de luzes apagadas. Com a proximidade da New York Fashion Week, chegava cada vez mais tarde para buscar a namorada. Naquela ocasião em especial, sabia que tinha exagerado no atraso, mas não o suficiente para não ser sequer atendida.

Ou pelo menos torcia para isso.

A garota puxou o celular do bolso da jaqueta de estampa floral e tentou telefonar para Valentina novamente, apenas para ouvir a ligação cair na caixa postal. Sentiu a apreensão se espalhar como um calafrio e amortecer a ponta dos dedos. Passou, então, a espalmar o portão de ferro com uma ansiedade rítmica e barulhenta. A situação a fazia lembrar dos tempos em que era separada de Val por seguranças, portas e ordens o tempo todo.

No exato segundo em que começou a estudar a possibilidade de pular o muro, Camilo apareceu.

— O que aconteceu? Cadê a Valentina? — questionou ela, alarmada. Não cogitou que a demora para ser atendida tivesse qualquer outra razão que não fosse uma notícia ruim.

Camilo hesitou brevemente.

— Nós fizemos uma regressão, e...

Antes que o homem pudesse concluir a explicação, Juliana o empurrou gentilmente para o lado e abriu caminho para cruzar o quintal e entrar na casa em busca de sua namorada. Quando se tratava de garantir que Valentina estivesse segura, seu cérebro não era muito bom em recordar regras de etiqueta.

A filha mais nova de Leon Carvajal estava encolhida no sofá, de olhos fechados, coberta por uma manta xadrez. Estava pálida como uma folha de papel e tentava segurar um pano junto ao nariz com a intenção de parar uma pequena hemorragia, embora não parecesse ter força o suficiente para estancar o sangue. As mãos tremiam e os cabelos estavam ensopados de suor. A umidade era tanta que fazia com que os fios parecessem estar pelo menos um tom mais escuros, como se tivessem sido lavados.

Juliana se abaixou e afastou algumas mechas claras que insistiam em cair sobre o rosto que considerava o mais bonito do mundo. Ao encostar na pele de sua namorada, sentiu o quanto estava fria. Encontrá-la naquela situação fez seu coração encolher, como se estivesse sentado em um canto escuro abraçando os próprios joelhos. Um mal estar enjoativo e agonizante se apoderou de todo seu corpo.

— Val? — chamou a morena, tão suavemente que sua voz soou quase melódica.

As pálpebras de Valentina tremeram, sinalizando o esforço que estava sendo empregado para abri-las. Quando finalmente conseguiu, seus olhos estavam escurecidos, mas foram tomados por uma intensidade desconcertante assim que encontraram a estilista.

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