Capítulo 10

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Os dois comeram algo rápido, e após meia hora voltaram para a sala de espera. O silêncio foi total desde aquela hora da madrugada até de manhã, quando o médico apareceu novamente.

– Ela foi transferida para o quarto. - O médico avisou. - Vocês poderão vê-la, mas ela estará sedada até o fim da tarde mais ou menos, então, sugiro que vão para a casa, e descansem um pouco.

Eda entrou com Serkan dessa vez, no entanto, se limitou a ficar próxima a porta, apenas observando. Serkan foi para o lado dela, e se pôs a acariciar seu rosto e cabelo. Eda bem sabia um pouco da história de Nina, sabia o que Sanem a havia contado, mas não o suficiente para entender porque ela acabava com sua vida daquele jeito. Ela não a julgaria, mas tampouco a entendia. Ambos chegaram em casa, e meia hora depois, Serkan saiu de seu quarto de banho tomado, com aquela pose impecável, e pronto para voltar para a empresa.

– Não seria melhor você descansar? – Eda perguntou desinteressada, com uma caneca de chá na mão.

– Não. – Respondeu sério, passando por ela direto para o elevador, sem sequer olhá-la.

Eda com certeza aproveitaria as horas que tinha antes de voltar ao hospital para descansar. Mesmo tendo perdido já 1 semana de faculdade, não era hoje que ela iria voltar.

Quanto a Serkan, esse chegou a empresa justo a tempo de participar de uma reunião que tinha com Can naquele mesmo dia.

– Nós temos o capital para isso, o hospital duraria mais 2 anos e depois? Por Deus! – Can argumentava sério, tentando convencer os donos de um hospital que estava entrando em falência, que os vendessem.

- Certo, mas porque não nos tornamos sócios ao invés de assinarmos um contrato de venda. - Um dos donos falou, todos estavam relutantes em vender o hospital por completo, ao mesmo tempo que sabiam que sozinhos, o hospital não duraria.

– Eu vou dizer o que vai acontecer, se não nos venderem esse hospital.  – Serkan entrou no meio da reunião e todos se viraram sérios para ele, inclusive Can, que se impressionou quando ele chegou. – Este hospital está falindo, sem recursos, quase sem médicos e equipamentos. Olhe, ninguém vai querer investir em seu hospital, digo, para que investir em um hospital falido, se podem investir um que esteja indo bem. – Esperou, e eles assentiram. – Mas... sabe porque vocês vão nos vender esse hospital. – E viu eles aguçarem o olhar para ele. – Porque nós o queremos, e eu, particularmente, consigo o que eu quero. A localização é boa, o tamanho dele é bom, ele apenas teve uma administração de merda nos últimos anos, o que o levou para a situação que está hoje.

– O que está fazendo aqui? – Can sussurrou quando o amigo chegou até ele. – Como está Nina?

– Já foi pro quarto. – Respondeu brevemente se voltando para a mesa de reunião.

– Então, tudo isso é por ambição? Comprar esse hospital, só porque você o quer? – Perguntou sério, um dos donos do hospital.

– De certo modo sim, eu coloquei na cabeça que quero mais essa expansão para a minha empresa, e só vou sossegar quando conseguir, e é exatamente ai que está o problema de vocês... Porque se não for o de vocês, vai ser outro, e vai ser o melhor em tudo que puder oferecer, e é ai, quando o único fio que segura o hospital de vocês da falência, vai se romper, porque eu vou esmagar vocês com o que tiver de melhor. - Nessa hora até mesmo Can estremeceu, como sempre acontecia quando o amigo falava assim.

– Mas então porque não nos associarmos?

– Porque eu quero mais. - Serkan respondeu duro. - Eu quero algo que seja meu, e de mais ninguém.

Serkan bem deixou aquela reunião um pouco antes do fim, e meia hora depois Can entrava na sala dele com a noticia que, obviamente, ele estava esperando.

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