Capítulo 34

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- Negativo. - Ela disse após um suspiro aliviado. - Certo, negativo, graças a Deus. - Disse se sentando no sofá em seguida.

- É, Graças a Deus. - Ele se sentou ao lado dela, e ficou encarando o tampo da mesa de centro.

- Can, está tudo bem. - Ela passou o braço por volta dos ombros dele. - Não vamos ter um bebê. - Disse aliviada.

- É, nem hoje, nem nunca pelo visto. - Ele se levantou, claramente se esquivando dela.

- Can?

- Ne Sanem? Ne? - Disse. - Você acabou de falar que não confia em mim, que está apenas esperando o momento em que eu vou te deixar por outra, ou outras mulheres.

- Can, eu não quis... Eu estava nervosa.

- E foi exatamente por estar nervosa, que você me falou tudo o que você pensa.

- Não, Can, eu não penso isso...

- Agora tudo faz sentido. - Ele a interrompeu. - Você não querendo assumir um relacionamento comigo, esse seu receio em ser apresentada a minha mãe como minha namorada... Tudo faz sentido. Você nunca acreditou em mim.

- Can, eu acabei de achar que estava gravida, ainda estou bem assustada com tudo isso, será que podemos conversar amanhã? - Pediu, usando essa desculpa, com a esperança de que no dia seguinte ambos estivessem mais calmos.

- Eu não sei se eu quero conversar amanhã Sanem. - Ele disse, e ela percebeu o quão magoado ele estava. Can não era o tipo de homem que conseguia, ou se importava em esconder seus sentimentos. Nessa hora, nessa especifica hora, Sanem também entendeu que o havia julgado errado durante todos esses meses. - Eu vou dormir em outro quarto hoje. - Avisou.

- Você está terminando comigo? - Perguntou, e Sanem sim, ela se segurava ao máximo para não demonstrar a dor dilacerante que ela estava sentindo naquele momento.

- Eu... - E então, ele suspirou, encarou o chão por alguns segundos, tentando colocar seus pensamentos em ordem, e se voltou para ela. - Estou, não posso estar com alguém que não confia em mim. - Disse. - Eu não mereço isso. - Ele foi até o quarto, e voltou alguns minutos depois com uma mala de mão. - Pode ficar aqui, e fique a vontade, arrume suas coisas... Enfim...

- Can. - Sanem chamou quando ele já estava na porta. - Me desculpe. - Pediu, mas ele não respondeu, apenas saiu.

Foi quando Can fechou a porta, que Sanem entendeu. Ela entendeu que ele não era mais o mesmo garoto de anos atrás, que agora ele havia amadurecido tanto quanto ela. Ela entendeu que ele a amava, mesmo que nenhum dos dois dissessem isso com frequência. Ela entendeu que ele não a magoaria, porque, apesar de esconder seus sentimentos, Sanem sabia o quão grande eram seus sentimentos por ele, e mais, sabia que ele os sentia na mesma intensidade.

Naquele momento, Sanem entendeu que havia perdido, provavelmente, o amor de sua vida.

...

Na manhã seguinte, quando Eda e Serkan chegaram na E.E, essa manhã ela não tinha aula, ambos encontraram Can no hall, aguardando o elevador.

- Bom dia. - Eda disse a Can.

- Oi Eda. - Ele respondeu. O elevador chegou e eles entraram. - Eda... - Ele chamou, encarava o chão, e Eda e Serkan já haviam percebido que ele estava com uma expressão desanimada. - Eu terminei com a sua amiga, se você puder...

- Estou indo encontra-la agora. - Eda afirmou. - Você está bem? - Can assentiu.

- Vou até sua sala com você tudo bem. - Serkan avisou sabendo que é claro que o amigo não estava bem. - Eda, se quiser... - Serkan passou as chaves do carro para ela. - Use meu carro.

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