Os Trigémeos Styles (tradução)

Capítulo 14

- Meu amor!- exclamou a Stacy e lançou-se até ao Harry. Agarrou nas bochechas dele e ele abraçou-a. Revirei os olhos e o Harry olhou para mim, satisfeito.

- Tinha saudades tuas, bebé.- disse Harry o suficientemente alto para nós conseguirmos ouvir.

- Sim, sim, mas vão matar saudades para outra parte, por favor.- disse Edward.

- Também acho.- disse.- Não tenho vontade de apanhar um trauma.

Eles reviraram os olhos.

- Ver-nos seria melhor do que ver qualquer filme porno.- disse Stacy, orgulhosa.

Elevei as sobrancelhas.

- Acho que nem me vou dar ao trabalho de te negar isso, visto que parecida a uma atriz porno és de certeza.- disse.

- Vê lá se falas comigo com respeito.- disse Stacy.

- No dia em que tiveres respeito por ti mesma eu falo-te com respeito.- disse.

- Oooh, toma lá esta, puta. - disse Edward. - Comecem a lutar que eu gosto destas coisas.

- Cala-te.- dissemos eu, a Stacy e o Harry ao mesmo tempo.

Ele olhou para nós com uma cara de "Vou-vos matar".

-Cabrão, voltas a mandar-me calar e pego na ruiva e expulso-a de casa. Se ouvir um gritinho que seja meto-a no carro e atiro-a da ponte. Ouviste, puta? - disse Edward, aproximando-se deles com a sua atitude dominante. Ele agarrou o Harry pela camisola e aproximou a sua cara à dele.- Ultimamente tenho sido demasiado simpático contigo, não ganhes já confiança, porque te vai correr mal.

Nem o Harry nem a Stacy disseram nada.

O Edward largou o Harry e este foi até ao seu quarto, seguido pela Stacy. Fecharam a porta e eu fiquei sozinha com o Edward, no corredor. Olhei para ele assustada à espera de que ele me dissesse algo, mas não o disse. Ele olhou para mim e piscou-me o olho, deixando-me completamente impressionada. Ele deu meia volta e acabou por ir embora. Abri a porta do meu quarto e entrei, fechando-a e encostando-me a ela de seguida. A sério que o Edward me piscou o olho? O EDWARD?!

***

- Bom dia!- disse, entrando no banco traseiro do carro do Niall.

- Bom dia, Bella. - disse Niall, educadamente.

- Bom dia, bebé.- disse a minha amiga, animada.

- Bom dia.- disse Marcel entrando pela outra porta. Niall e Lottie viraram-se logo quando viram o aspeto do rapaz.

- O que é que tens vestido?- disse Niall.

O Marcel suspirou.

- Lembras-te de eu te contar que me queimaram a roupa?- disse Marcel e o Niall assentiu.- Pois, isto é o que tenho agora de roupa. Eles encarregaram-se de mudar o meu visual.

- Estás incrível, Marcel.- disse Lottie com um sorriso de orelha a orelha.- Gosto da tua nova forma de penteares o cabelo.

Marcel corou logo que a nossa amiga o elogiou. Este rapaz definitivamente não estava habituado a este tipo de elogios.

- Obrigado.- disse ele.

O Marcel penteou-se da mesma maneira que eu lhe disse e vestiu umas calças que lhe ficavam um pouco justas juntamente com uma camisa branca de botões. Estava a dar-me vontade de lhe tirar a camisa aqui mesmo. Ok, não. Não, não... Quer dizer, sim, definitivamente sim. Estava com vontade de o despir e fazer-lhe tudo.

-Abandonaste-me . - disse Niall, dramático. - Agora sou o único esquisito.

Lottie olhou para ele e sorriu.

- Aw, mas és um esquisito muito adorável.- disse, acariciando as bochechas dele.

- Não tanto como tu.- disse ele e eu e o Marcel olhámos um para o outro, confusos.

Lottie sorriu como uma parva e deu um beijo nos lábios do loiro.

- Perdemos alguma coisa?- sussurrou no meu ouvido.

- Parece que sim.- disse.

Lottie beijou as bochechas do Niall e ajeitou-se no seu banco quando Niall começou a conduzir até à Universidade.

- Não nos vão contar nada?- disse Marcel.

- Contar o quê?- disse Lottie.

- Como assim contar o quê? Vocês parecem aqueles namoradinhos todos lamechas.- disse.

- Não há nada para contar.- disse Niall.

- A sério?- disse Marcel, irónico.

- A sério.- disseram eles os dois ao mesmo tempo.

- Sim, claro.- disse.

Não dissemos mais nada durante o resto do trajeto. Notei o Marcel um bocado inquieto. É normal, agora com certeza que toda a gente ia olhar para ele e pensar "Este deve ser o 4º gémeo" .

Eu e ele não voltámos a falar sobre o beijo desde ontem à noite. Ele ficava muito tenso e incomodado quando ficávamos sozinhos e, na verdade, isso chateava-me, foi por isso que falei com ele. Ele sentia-se mal, dizia que tinha feito algo de mal quando não tinha feito nada. Por alguma razão suspeitava que o Harry tivesse alguma coisa a ver com a atitude do seu irmão.

Quando chegámos à Universidade, aconteceu o que eu já suspeitava. Toda a gente estava a olhar para nós, bom, para o Marcel. Inclusive, vi como algumas raparigas o devoravam com o olhar. O Marcel encontrava-se vermelho como um tomate. Coitado.Para ser sincera, metia-me raiva ver como muitas raparigas olhavam para ele com cara de apaixonadas.

Dei conta que me estavam a observar. Virei a cabeça e encontrei a Paola a olhar para mim fixamente nos olhos, com cara de poucos amigos. Olhei para ela de volta e deixei logo de olhar. Senti-me como se ela me estivesse a matar com o olhar. Esta também me odeia?

- Sinto-me como se fosse novo aqui.- disse Marcel e nós rimo-nos.

- É normal, todos nós estávamos habituados ao teu outro estilo. Estás surpreendente.- disse Niall.

- Mas estou bem, não?- disse Marcel, nervoso.

- Estás perfeito.- disse apertando o seu ombro e sorrindo .

Despedi-me dos rapazes e fui sozinha para a minha aula de Literatura. Fui a olhar para o chão como sempre, a pensar numa coisa qualquer. Tentava sempre despejar a mente antes de ir para as aulas. Tinha passado imenso tempo sem pensar nos meus pais, e de um momento para o outro acabei por me lembrar deles. Não me ligaram, nem uma mensagem. Na verdade, eu para eles não existia. Sentia um nó na minha garganta e uma vontade imensa de chorar de impotência e de raiva. Não o fiz, não o queria fazer, apesar de saber que mais cedo ou mais tarde aconteceria.

De repente senti alguém a agarrar-me no braço e a arrastar-me com força. Elevei o meu olhar e vi a Paola. Fiquei calada e ela levou-nos para fora do edifício, encostando-me à parede.

- Tu e eu vamos falar seriamente.- disse ela e eu engoli em seco.

Meu Deus, só quero sair viva daqui.