Um Jeito Estranho de Amar + Cenas Inéditas + Conto Extra

CAPÍTULO 31

APOLO

— Aquela dali está em coma, com certeza – ele comentou rindo, já se despedindo de mim também, antes de sair.

Como ainda era cedo, resolvi tomar um banho e depois voltar para a cama e dormir até mais tarde. Minutos depois, quando eu saía do banheiro, enrolado na toalha, vi a Theodora sentada na cama, esfregando os seus olhos, com os cabelos mais bagunçado que o ninho de um passarinho.

— Bom dia – falei e ela me olhou, fazendo logo uma careta.

— Já está na hora de ir?

— Não. Vamos só mais tarde, então se quiser... – parei de falar de repente quando a vi cair para trás, deitando-se e fechando os olhos novamente – Espera eu pelo menos terminar a frase antes de tu voltar a entrar em coma, né? – resmunguei, mas Thea não me respondeu, então adentrei o closet, coloquei uma cueca boxer preta e voltei para a cama.

Mal me deitei no lado do colchão que eu dormia, senti ela se aconchegar a mim, abraçando-me por trás.

— Estou com frio, Mozão – escutei Theodora murmurar perto do meu pescoço.

— Você está com frio, porque além de estar pelada, a senhorita chutou o edredom para o pé da cama.

— Não preciso de edredom, porque você tá tão quentinho – ouvi ela sussurrar e ressonar segundos depois, indicando-me que a mesma havia voltado a dormir de novo.

Com um dos meus pés, consegui puxar o edredom e o ajeitei sobre nós dois, da maneira que deu, então fechei os olhos e tentei dormir novamente.

THEODORA

Lentamente fui abrindo os olhos, piscando um pouco por causa da claridade do quarto e logo focalizei um braço perto do meu rosto.

"Senhor! Tenho que me depilar urgente" pensei, já notando segundos depois que não era o meu braço e sim o de outra pessoa.

Então, me apoiando sobre o cotovelo, ergui um pouco o corpo e olhei para trás, vendo Apolo despertando, provavelmente devido eu ter puxado o meu braço que estava sob o dele.

— Bom dia, Mozão – murmurei, me sentando.

Minha bunda estava muito dolorida, mas nada que eu não pudesse aguentar.

— Bom dia, assombração.

— Eu não sou assombração – resmunguei e cruzei os braços sobre o busto, encarando-o com a cara fechada.

Ele riu e o vi se inclinar para o lado, pegando seu celular sobre a mesinha de cabeceira.

— Fica parada... Isso – Apolo disse, quase me cegando segundos depois com o flash da câmera – Olha aqui o que eu estou vendo agora – ele me passou o seu telefone – Se isso não é uma assombração, eu não sei o que é.

Olhei para tela do celular e me assustei com a minha aparência. Meu cabelo se encontrava todo bagunçado e tinha umas marcas meio roxas bem sutis distribuídas pelo meu pescoço.

— Eita que vocês me deixaram toda roxa – comentei brincando.

Apolo não disse nada, apenas se sentou na beirada da cama e se espreguiçou.

— Vou fazer algo para comermos e enquanto isso você vai para o banheiro, tomar um banho – ele falou se levantando.

— E você, Mozão?