CAPÍTULO 22

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JACOB


— Mas iríamos de carro ou barco, Mozão? – inquiri.

— Melhor de barco, Ursinho, porque assim não passamos pelo posto fiscal na estrada.

— E eu não preciso ir de novo no porta-malas de um carro – Theodora comentou de boca cheia novamente, fazendo a gente rir.

— Melhor a gente correr, senão vamos chegar atrasado no estúdio. Vamos, Bonequinha.

— Eu ainda tô com fome.

A encarei incrédulo.

— Minha filha, só você, comeu as panquecas quase tudo do café e tu ainda está com fome? – retruquei a vendo levantar.

— Estou comendo por dois, então não enche o meu saco, Ursinho. E você, Mozão, vai comprar comida no caminho para mim.

— Porque que só eu tenho que comprar as coisas para ti, hein?

— Porque você que é o meu caixa eletrônico favorito...

Eles saíram da cozinha nessa discussão, um tanto quanto divertida, que me fez sorrir à medida que eu terminava o meu café da manhã.




THEODORA


— Fotografar é muito complicado? – indaguei de repente enquanto estávamos parados no sinal.

— Mais ou menos. Por quê? Quer se aventurar no ramo da Fotografia também?

— Vou precisar ter uma profissão para me manter depois que eu for embora, né? Então, eu pensei que você pudesse me ensinar tudo sobre o seu trabalho – falei dando um sorriso, mostrando todos os dentes e Apolo riu, já colocando o carro em movimento de novo.

— Hum... Tudo bem, Bonequinha. Eu te ensino, mas depois você precisa fazer um curso superior de Fotografia, porque para abrir um estúdio ou para ser contratada por alguma empresa, você vai precisar ter um diploma.

— Ok. E muito obrigada por aceitar me ajudar, Mozão – o agradeci bastante animada.

— Você está pensando em ir muito longe? Ou só vai mudar de cidade?

— Por quê?

Apolo me encarou de lado rapidamente, depois voltou a olhar para frente.

— Acho que o Ursinho vai querer te visitar nas nossas férias, porque ele gosta muito de você. Ele fica bem triste quando você não está perto.

— E você? – indaguei curiosa.

— Eu? Eu gosto do seu jeito doidinho de ser, mas consigo viver naturalmente se você for embora.

— Ahãm, sei... Admita que você vai sentir minha falta também – murmurei o cutucando nas costelas, fazendo ele rir, já me mandando parar, pois o mesmo estava dirigindo – Eu não sei para onde eu vou ainda, Mozão – comentei um pouco mais séria – Quanto mais longe do Jaime eu for, melhor.

— E se ele ficasse na cadeia para sempre, você moraria aqui na cidade?

— Não sei, acho que sim – falei dando de ombros.

Depois disso, não conversamos mais e só viemos falar quando chegamos na frente de um enorme prédio.

— É aqui o seu estúdio? – indaguei antes de sair do carro.

Um Jeito Estranho de Amar + Cenas Inéditas + Conto ExtraWhere stories live. Discover now