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Ano 984 – Outono – Reino das Tribos

Yanluo entrou na floresta, passando pelos acampamentos militares, certamente de suprimentos, destruídos, com corpos para todos os lados e muitas cabeças fincadas em estacas. Ver tal cena o fez se sentir mal por Sou, pelo que ela se tornou.

Seguiu entrando na floresta, encontrando grupos de caçadores das tribos mortos vez e outra. Ele não sabia o que a esposa havia passado depois que ele partiu. Não sabia o que ela teve que suportar sozinha, a dor que carregou no peito sem ninguém com quem compartilhar.

O cenário do que um dia foi as tribos, o deixou nostálgico. Ele havia passado sua infância nas tribos, e se divertiu muito, apesar de ser tratado como um estorvo, um incomodo, por todos. No tempo que fugiu e viveu com Xiao, toda noite pensava em voltar para a Tribo da Garça, a qual ele andava agora, destruída.

Yanluo foi até a casa que passou mais tempo em sua infância. A casa que pertenceu a Wang. Lamentava tudo que aconteceu e como tudo acabou. Gostaria de poder ter reunido todos e os tornado amigos, para beberem e rirem juntos.

Ele respirou fundo e foi embora, não tinha mais nada ali do que um dia foi seu lar. Desde que deixou as tribos para criar sua própria vida, sua própria história, não teve arrependimento. Mesmo quando foi para Huang e assumiu uma nova identidade, Yanluo nunca deixou de ser Yanluo, mesmo que para os outros fosse Lu Yan.

Parando para pensar, a vida que teve em Huang, foi uma boa vida. Tinha dinheiro, luxo, influência e todo um clã a suas costas para o ajudar e proteger. Agradece pelas lutas que teve que lutar, pois assim aprendeu novas técnicas, aprimorou suas artes marciais e adquiriu experiência em luta de verdade, diferente da esmagadora maioria dos cultivadores, que sabem apenas cultivar e participar de torneios, sem a experiência de ter sua vida em jogo na batalha, podendo perdê-la em um único movimento errado.

Também teve sorte quando foi para a Sociedade Secreta, onde conheceu mais sobre si mesmo e sua verdadeira família. Foi onde também teve contato com os cultivadores usuários de talismãs, estilo de cultivo que nunca tinha visto antes. Além de fazer bons amigos.

Não poderia esquecer de sua estadia na academia, onde pela primeira vez sentiu o que é amor de verdade. Se não tivesse ido parar como castigo na academia, não teria conhecido Sou, e talvez sua história, sua vida, tivesse sido bem diferente.

Apesar de ter chamado muitos lugares de casa, apenas um lugar pode chamar de lar. Lichang, a cidade que se formou como que por acaso quando ele tentou ajudar pessoas necessitadas e usar seu dinheiro para algo útil. Nunca esperou que se tornaria uma cidade, mas ficou feliz por ter acontecido. Foi onde morou com sua esposa e suas filhas. Sua família. Onde teve os momentos mais felizes de sua vida.

Por esse motivo, pela família que perdeu no passado, ele seguiu indo mais fundo na floresta, ao encontro de sua amada.

Cidade Kong

Nos primeiros raios da manhã, o exército partiu da cidade.

– Lorde Niu, devemos seguir a marcha acelerada até a noite. Nosso tempo é curto.

– Eu sei, Mona. Eu sei. – Niu não deu muita conversa. Sua expressão mostrava firmeza, mas também receio, torcendo para seu imperador deter a tempo o tal deus obscuro de se libertar, ou duvidava que algum exército mortal fosse capaz de detê-lo.

Reino da Lua

Tao Bohai entrou ofegante no grande salão, onde seu pai estava sentado no trono.

Sou: Um mundo de cultivoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora