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Ano 956 – Verão – Rio Nailan

Xiao e Yanluo estavam no rio, com Kun e Zhu treinando com lanças na beirada.

– Tem certeza que está pronto? – Perguntou Xiao.

Yanluo respirou fundo, acenando com a cabeça.

– Vamos lá.

– Vou restringir o seu Qi forçando o meu em você, deve tentar o forçar de volta para fora. – Xiao deixou a mão tomada por energia dourada, então a pousou sobre a cabeça de Yanluo – Respira fundo. – Ela o afundou na água.

Kun e Zhu pararam de treinar para observar.

– Ele não deveria subir?

– Talvez. – Respondeu Kun.

Zhu ficou apreensivo, com o garoto já estando a algum tempo submerso, com algumas bolhas subindo.

– Ele vai se afogar! – Gritou para Xiao, que continuou forçando o garoto para baixo.

O peito estava apertado, a garganta parecia se retrair para dentro, os ouvidos foram tomados por um zunido e a cabeça parecia pesar dez vezes mais. Yanluo se manteve calmo, envolto por seu Qi, também em tom dourado, forçando o de Xiao que prendia sua força, para fora, mas incapaz de fazê-lo.

– Xiao! – Gritou Kun quando Yanluo começou a se debater, se afogando.

Xiao esperou o momento certo, recuando então seu Qi, fazendo o do garoto, que estava forçando com toda sua força, explodir em pura energia dourada, partindo o rio ao meio ao criar uma onda enorme, tendo deixado metros do rio em pura terra, com peixes se debatendo.

Xiao o tirou do rio, deixando a água cair novamente como uma cachoeira, retomando seu rumo. O garoto ficou de joelhos na beirada, tossindo água para fora, para então se atirar de costas, exausto.

– Seus canais se expandiram. Agora não deve ter mais problema para progredir.

– Irmão Yanluo! Irmão Yanluo! Está bem?! – Perguntou Zhu ao se agachar ao lado do amigo.

– Zhu, o chame apenas de Yan. Não podemos estragar a nova identidade que ele assumiu. – disse Kun, para então olhar para Xiao, que olhava, de braços cruzados, o garoto estirado no chão – Não acha que exagerou um pouco? Ele podia ter morrido.

– Uma pessoa normal talvez teria morrido. – ela olhou Kun com um olhar frio – Mas são seguidores do caminho do cultivo, se isso é o bastante para matá-los, não deveriam trilhar esse caminho, que só tende a se tornar mais difícil.

– Kun, não brigue com a Xiao. Eu que pedi para ela me ajudar. – disse Yanluo, levantando – Preciso comer algo, estou faminto. – Disse ele esfregando a barriga.

Lá está o homem!

O grupo virou, vendo Guan Pai apontando em direção a eles, acompanhando um homem encapuzado, montado em um cavalo negro. Guan Pai pegou a bolsinha de moedas que o estranho lhe lançou, cavalgando até o grupo, que ficou alerta.

– Finalmente te achei... – disse o cavaleiro ao desmontar – Lu Yan. – Ele tirou o capuz.

Yanluo sorriu de canto.

– Shun Liang, o que veio fazer aqui?

– Conhece ele? – Perguntou Kun, ainda atento, com um pé atrás com o estranho.

– Sim. É um amigo.

– Precisamos conversar. – Disse Shun Liang.

Yanluo acenou com a cabeça para ele o seguir, saindo os dois andando juntos. Zhu deu de ombros, indo fazer carinho no cavalo, Kun correu até Guan Pai para tirar satisfação por ter mostrado onde moravam, enquanto Xiao ficou parada, de braços cruzados, observando Shun Liang por trás, tentando, através da presença de Qi dele, medir o rank de cultivo em que estava.

Sou: Um mundo de cultivoWhere stories live. Discover now