Ano 964 – Verão – Cidade Huang
Nos primeiros raios de sol da manhã do dia seguinte após ter retornado a cidade, Yanluo, equipado como se fosse para a batalha, usando a armadura que ganhou de presente, subiu na muralha da cidade, onde encontrou Shun Liang escorado no parapeito, observando o horizonte.
– Acordou cedo.
Shun Liang se manteve em silêncio.
– Estava pensando... Se uma tartaruga perde o casco, ela fica desabrigada ou nua?
Yanluo sorriu de canto, escorado ao lado do amigo.
– Que tipo de pergunta é essa?
– Não sou mais jovem como costumava ser. – ele deu uma pausa – É triste como as coisas funcionam. Quando aprendemos as regras do jogo, estamos velhos demais para jogar. Eu nunca me preocupei em ser saudável, apenas em ter três coisas: Força, bebida e mulheres. Talvez tenha vivido do jeito errado.
– Ter uma vida saudável é apenas o meio mais lento de morrer. Eu prefiro partir dessa vida com prazeres. É mais divertido.
– É... Sabe, Lu Yan... Eu estou calmo. Já lutei tantas lutas, essa não me parece diferente.
O jovem olhou de canto para o amigo, logo voltando a fitar o horizonte.
– Se você consegue ficar calmo quando tudo a sua volta é caos, é porque não entendeu direito a situação. Nós devemos lutar para salvar Huang, salvar a seita Alma Dourada, para então convocar as outras seitas e lutar para restaurar a paz.
– Guerrear pela paz é o mesmo que fazer sexo pela virgindade. – Shun Liang ergueu o rosto – Se os deuses estão nos observando, o mínimo que podemos fazer é os entreter. – ele olhou para o jovem – Vamos mostrar a eles uma luta como nunca antes vista. Os sobreviventes de uma seita, lutarão de igual contra as duas seitas invasoras. – Ele voltou a encarar o horizonte, ficando os dois em silêncio, aproveitando a companhia um do outro, sem saber se teriam uma outra oportunidade depois da batalha.
Enquanto isso, na casa de Ma Zhen, ela, junto com alguns amigos, novos e antigos, bebiam e davam uma festa. Se fossem morrer em batalha, não queriam partir com arrependimentos, queriam aproveitar os últimos dias ao máximo.
– Ei, Zhen, lembra o dia que lutou contra o Yan pela primeira vez?! – disse Lianshi, no círculo de jovens sentados no chão – Eu fiquei tão furiosa com você, que por dois dias não consegui comer nada!
– Não sei de nada disso, a culpa não foi minha de você ter ficado com problema de estômago.
– Não estou dizendo que a culpa é sua, estou dizendo que estou te culpando!
– Minha consciência está limpa.
– Uma consciência limpa nada mais é do que sinal de ter memória ruim. – Disse Jia Chong, antes de passar a garrafa de vinho para Lianshi, ao seu lado.
– Ha ha. Muito engraçado. – Disse Ma Zhen com uma careta para o amigo.
– Ei, que tal jogarmos o jogo do rei? Pegamos palitos e os números, e apenas um nós marcamos. Quem pegar o palito marcado pode dar qualquer ordem, não pode apontar as pessoas, tem que dizer pelos números, assim não tem como saber quem terá que fazer o que! – Sugeriu Lianshi, já embriagada.
– Já passamos da idade para joguinhos. – Resmungou Jia Gai.
– Nunca se é velho demais para aprender algo estúpido. – Disse Chong.
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Sou: Um mundo de cultivo
ActionYanluo foi criado desde pequeno no caminho do cultivo, crescendo sendo evitado, até mesmo odiado, devido ao seu estranho poder. Em segredo, ele busca se tornar mais forte para não depender de ninguém, ao mesmo tempo que busca novas experiências e co...