Ano 957 – Inverno – Pousada Recanto do Andarilho
Na volta para casa, o grupo parou novamente na pousada a beira de estrada. Dessa vez ela estava mais vazia, silenciosa, com os mesmos músicos tocando, porém uma música calma. Assim que o grupo sentou, a atendente foi até a mesa.
– Vão fazendo o pedido. Qualquer coisa para mim. – disse Yanluo ao levantar e ir até o dono da pousada atrás do balcão – Com licença, posso falar com a Peng?
– Peng?! Ha! Ela não trabalha mais aqui! Ela me abandonou no dia seguinte que falou com vocês e tive que arranjar outra cozinheira de última hora! O que disseram pra ela que a fez ir embora?!
– Nada que tenha a ofendido. – o garoto pegou a bolsinha de pano, colocando duas moedas de prata sobre o balcão, sendo vinte moedas de cobre cada quarto por noite – Vamos ficar apenas uma noite, a outra moeda de prata é pela alimentação e bebida.
– Eu sei, eu sei. O mesmo de antes. – disse o homem de bochechas roliças ao pegar o dinheiro – Difícil não lembrar de clientes que são um bando de crianças sem acompanhante e com dinheiro.
Yanluo ignorou o comentário do homem, voltando para a mesa.
– Yan, aquele pessoal não tirou os olhos de você. – Disse Kun ao acenar com a cabeça em direção ao grupo de sete pessoas, todas de batina preta e cabeça raspada, com batões com pequenos sinos presos na ponta, no chão ao seu lado, do outro lado da pousada.
Chen Hua olhou para trás, reconhecendo o símbolo de um dragão e um tigre frente a frente dentro de um círculo de espinhos, voltando a olhar para frente rapidamente.
– Não podemos ficar aqui...
– Por quê? – Sussurrou Yen, curiosa.
– São do culto religioso que prega que os portadores das essências das chamas, são a prole do Lorde Demônio, que é o verdadeiro Deus da Destruição e o Devorador de Mundos é apenas seu cão de caça.
Ficaram todos olhando para ela com um olhar confuso.
– Não entendi... – Disse Zhu.
– Por que estão sussurrando? – disse Kun, alto – Se quiserem problemas, acabamos com eles. – Seus olhos encaravam o grupo de religiosos, estando sentado de frente para eles.
– Eles usam o Qi para artes místicas, não sabemos o quão forte são.
– Artes místicas? – Estranhou Yanluo ao olhar para Chen Hua, ao seu lado.
– Existem muitos caminhos de cultivo, mas os mais conhecidos e utilizados são, arte marcial, arte mística e, o mais temido e proibido, a arte demoníaca. O exemplo é a diferença de nossas técnicas. Vocês utilizavam o cultivo de arte marcial utilizando técnicas, enquanto eu sigo o cultivo da arte mística, utilizando talismãs.
– Long Mu utiliza os dois. – disse Yanluo – É possível aprender quantos?
– Quantos tiver aptidão, paciência, forma de estudo e treino, além de muita quantidade e controle de Qi para dominar.
A atendente trouxe a comida, ajeitando tudo com a mestria de quem faz a mesma coisa todos os dias, para então ir para trás do balcão com o dono da pousada.
– Está bem? – Perguntou Zhu ao perceber que Yanluo ficou de olhar baixo, olhando para o cordão com a pedra em seu pulso, o símbolo de sua promessa com Houyi na infância.
– Chen Hua, quanto tempo devo treinar com a velha mestre?
A garota estranhou a pergunta de Yanluo.
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Sou: Um mundo de cultivo
ActionYanluo foi criado desde pequeno no caminho do cultivo, crescendo sendo evitado, até mesmo odiado, devido ao seu estranho poder. Em segredo, ele busca se tornar mais forte para não depender de ninguém, ao mesmo tempo que busca novas experiências e co...