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Isabella Laswick

" — Nunca deixe alguém passar por cima. Você é uma Laswick, foi feita pra ganhar! Não deixe ninguém traçar seu caminho além de você mesma! Ganhe o mundo a todo o custo! Seja perfeita!"

Essas foram suas últimas palavras antes dela morrer. Eu tinha que ser perfeita! Perfeita por ela, para honrar suas palavras. Eu encarava meu rosto no espelho revendo o último dia em que vi minha mãe antes dela morrer. Porquê eu sou assim? Por ela. Mas porquê? Também não sei. Ela podia ser minha mãe, mas ao mesmo tempo não era. Ela nunca chegou a dizer um "Te Amo" para mim, nunca chegou a me dar um presente no meu aniversário, apenas as suas palavras duras de escutar me dizendo para ser perfeita!

Ela poderia ser tudo, mas não deixava de ser a minha mãe. Eu a amava incondicionalmente mesmo depois de todas as torturas e lições que ela me fez passar. Aquelas provas para a postura, andar de saltos desde os 5 anos, livros na cabeça aos 6, postura perfeita aos 7, escolha de roupas aos 8, aulas de etiqueta e classe ainda aos 8, foi horrível não ter tido uma infância com as pessoas da vizinhança, mas eu sempre tive a Cammy, que cresceu comigo e passou por tudo isto comigo, já que nascemos com a diferença de um dia. Eu no dia 5 de Abril e ela no dia 6. Foi a única pessoa que me ajudou a passar por tudo isso, já que o meu pai viajava todo o tempo.

Ao me dizerem que teria uma irmã, eu pensei que seria alguém que eu pudesse passar o meu tempo, eu queria desesperadamente alguém em minha vida, tirando a Cammy, mas eu fui recebida com uma pessoa que me lançou um olhar odioso ao primeiro olhar. Então apenas mantive a minha postura de "Particinha" para que ela me odiasse ainda mais, eu preferia ser sua inimiga. Eu queria que ela se integrasse no meu grupo popular do grande Colégio Study Hearth, mas não, eu fui acabar irmã de um ser Selvagem. Aproveitei e guardei toda a minha confusão de sentimentos na parte mais profunda do meu interior me tornado na pessoa que vocês odeiam, ou estou em erro?

Agora, eu estou no quarto enchendo o meu braço de base para disfarçar a marca que ela deixou no mesmo. Eu tenho uma reputação a manter e ninguém irá saber, se depender de mim claro, que eu e aquela Aberração somos supostas irmãs.
Levanto e caminho até meu closet achando alguma coisa que sirva para vestir esta noite.

É hoje que eu vou reconquistar o coração do garoto mais cobiçado da escola toda, que na verdade, era meu melhor amigo até que seus pais nos separaram mudando de casa e país durante 5 malditos anos. Quando ele foi, eu fiquei destruída e me escondi na máscara da Maldita e Popular Patricinha. Mas quando ele voltou para cá, veio ter comigo e me encontrou noutra versão minha que ele não conhecia, ele se afastou de mim, eu tentei explicar mas fiquei muito abalada, e infelizmente, eu caí por ele novamente.

Ele voltou como a perfeição em pessoa, aqueles olhos azuis intensos como o mar azul, os lábios finos e um pouco rosados, o corpo definido e escultural, a cara de badboy, e além de tudo, fazia parte duma banda que ficou famosa na nossa cidade sendo o guitarrista. Eu o queria pra mim, eu era perfeita e ele também, seria o que a minha mãe quereria pra mim. Mesmo eu amando outra pessoa.

Solto um suspiro longo imaginando o que aconteceria se eu ficasse com ele somente por causa da minha mãe.

Sorrio e olho novamente para as minhas roupas retirando três vestidos. Um branco até ao joelho, com uma cauda na parte de trás e redas na parte de cima fazendo um detalhe lindo. O outro azul marinho escuro também até ao joelho e rodado. E o outro é vermelho e preto, comprido com uma barra preta que começa da cintura e vai até ao fim do vestido e na parte superior é vermelho. Encaro os três magníficos e chamativos vestidos a minha frente e opto pelo branco. Posso ser a chamada Patricinha, mas sei me manter uma mulher decente e com estilo.

Coloco o vestido tendo cuidado para não o manchar com nada, e me encaro no espelho vendo as definições do meu corpo refletidos no mesmo. Sinceramente, por mim eu usaria calças pretas e uma blusa branca, mas enfim.
Sorrio e me sento na minha mesa de maquilhagem a começando a organizar meu rosto. Blush amarronzado, batom rosa avermelhado, sombras esbranquiçada, corretivo aqui e ali e enfim. Deixo meus cabelos loiros e lisos soltos e calço meus saltos vermelhos, pronta para ir até a festa, e fazer o garoto dos olhos azuis voltar a ser meu.

Melissa Stuart

Me deito na cama e sinto meu corpo sendo acolhido pela quentura da cama. Ah, como queria ficar deitada aqui até o fim dos tempos, mas tenho que infernizar a vida da loira oxigenada e a qual seria a melhor maneira de o fazer? Exato, indo a tão querida festa que ela não parava de tagarelar.

Me levanto da cama suspirando e carrego minha mala ainda por desfazer, a colocando em cima da cama. Abro a mesma e logo na parte superior avisto minhas tão amadas calças pretas. Sorrio e coloco as mesmas estendidas sobre a cama, encontro uma blusa preta com um quadrado branco no meio com escritas pretas que diziam "Comida é Vida". Fecho a mala e começo a despir as roupas do meu corpo, me sento na cama e coloco as minhas calças pretas, rasgadas, ou melhor, desfiadas nos joelhos. Visto a blusa e regulo a parte de frente deixando as letras bem visíveis, pego a minha correte dourada e a coloca em volta da minha cintura. Solto meus cabelos e os mesmos caiem sobre minha cintura, calço minhas All Stars pretas e mudo os atacadores para brancos. Coloco minhas pulseiras nos dois braços e sorrio novamente para o meu belo reflexo.

Pego meu celular e o coloco no bolso traseiro, me encaro novamente no espelho e saio do quarto e ao olhar para o lado, vejo Isabella tambéms saindo do seu quarto, que aposto que é rosa. Ela me encara e eu faço o mesmo a avaliando tal como ela está fazendo comigo. Ela estava bonita, estava decente e bem vestida, nada de patricinha, mas a única coisa que eu não gostei e me tirou do sério foram os saltos finíssimos que a mesma usava calçados em seus pés. Revirei os olhos e desci as escadas.

- Vamos? - ela pergunta e eu apenas levanto a seguindo. Não quero confusão agora, a confusão é para a festa.

Entramos no carro e seguimos rumo a tal festa. Ela está calada, e eu também, mas isso logo irá terminar. A paisagem é linda, as luzes da cidade dão uma beleza indescritível a cidade. Viramos numa rua onde só se encontravam grandes e magníficas casas como a de Leon Laswick. Ao longe, viam-se carros estacionados e a música estava tão alta, como eu gosto, que dava-se para escutar até aqui. O motorista para em frente a casa que tinha decorações e colunas na entrada e assim, eu e Isabella descemos do carro começando a caminhar até a entrada.

Assim que entrámos, todos os olhares se direcionam a nós as duas, e sorrio de lado e vejo um bar ao fundo. Ignoro a multidão e o som altíssimo da música e vou andando até ao mini-bar.

- Um sumo com gelo. - digo ao barman e o mesmo assente. Não estou afim de beber, um sumo é o melhor neste momento. No instante seguinte, o barman me entrega o sumo e eu me viro para ir embora, mas nesse momento, o conteúdo que se encontrava no copo é entornado em cima de mim e na pessoa que passava sem cuidado algum.
A paciência que eu já não tinha sumiu e eu me encarei totalmente suja.

- Seu idiota, olhe para o que me fez. Você é um descuidado, não vê por onde anda? - grito, mas pelo volume da música, as pessoas não ouviram. Ergui meu rosto e vi os olhos azuis, os malditos olhos azuis conhecidos por mim... Maldito seja.

- Olha só...

- Garoto do Avião? - ele? Logo ele? Porquê ele? Ah meu deus, eu até aceitaria se fosse o capeta, mas ele? Ah não!

Apenas Outra Garota | Reescrevendo |Onde as histórias ganham vida. Descobre agora