Número Ímpar

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Não demorei muito dessa vez, certo?

Eu queria perguntar o que estão achando da fic. Pq eu sinto que os capítulos não estão 100%, e queria de verdade a opinião de vocês...

Me deixem saber o que estão achando pelos comentários, ou se preferirem, podem me mandar uma mensagem privada, estou disponível para ouvi-los.

Boa leitura!

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St. Louis mal tinha saído do espelho retrovisor quando elas pararam para abastecer em um pequena cidade chamada Pacific. Lena estava nervosa e Kara parecia abalada demais, porque, quando não estava olhando no espelho retrovisor, Lena a pegava lançando olhares furtivos para trás. Kara estava tentando ser discreta, mas não era boa em ocultar os sentimentos. Ela estava aborrecida quando saiu do banco em St. Louis, embora não tivesse falado muito a respeito. Tinha murmurado algo sobre um "acerto de contas", mas, quando Lena a questionou, Kara apenas balançou a cabeça e disse:

 — Estou cansada da droga da minha vida. E estou cansada das pessoas, exceto de você. Deixei um monte de gente rica, e pode acreditar que vai ter um acerto de contas.

Lena a achava bonitinha quando dizia "acerto de contas". Mas não riu. Kara Danvers tinha sido usada e abusada emocionalmente em seu caminho para a fama e a fortuna, e Lena ia ajudá-la em seu acerto de contas, esmo que isso significasse colocar a si mesma no fogo cruzado. Mesmo que significasse aparecer em um evento como o Oscar em toda a sua glória de "bad girl", só para que Kara pudesse esfregar isso na cara da avó.

Enquanto ela enchia o tanque e comprava dois sanduíches no posto de gasolina, Kara atravessou a rua até uma pequena loja. Lena gemeu por dentro, pensando que ficaria esperando para sempre, mas Kara estava de volta em aproximadamente o mesmo tempo que ela levou para cumprir suas atribuições. Ela trouxe uma camiseta limpa para cada uma delas, além de roupas íntimas e meias para as duas também — que ela alegremente informou que havia trocado, além de uma camiseta branca com decote V que ficava muito melhor que aquela que Lena havia emprestado, embora a morena meio que gostasse da ideia de Kara vestir suas roupas.

Ela queria saber o que Kara tinha feito com a calcinha de caveirinha, mas não perguntou. Ficava encantada com o modo como ela era fácil de agradar, como aquelas pequenas coisas, tipo calcinha limpa e camiseta nova, podiam fazê-la sorrir, e pensou novamente no acerto de contas. Interessante que ela tivesse pensado em fazer justiça quando diminuiu a velocidade e parou no sinal vermelho pouco antes de entrar na autoestrada.

Um mendigo estava na calçada entre as pistas, entretendo os motoristas em troca de compaixão e dinheiro. Kara o observou enquanto Lena esperava o semáforo abrir para fazer a conversão — ela sempre se sentia mal por não oferecer às pessoas que pediam ajuda a dignidade do contato visual, mas o contato visual significava que o vidro ia baixar, que o dinheiro ia trocar de mãos. Com firmeza, Kara pegou sua bolsa, e Lena lhe lançou um olhar que dizia "não". Ela se endireitou no banco com pesar.

O cabelo do mendigo era uma confusão selvagem. A barba do homem era grisalha e igualmente emaranhada, e ele tinha olhos loucos, arregalados e esbugalhados. Calçava meia — sem sapatos, apenas meias — e um enorme casaco militar verde-ervilha. Pelo que Lena via, o homem estava usando todas as suas roupas em camadas abaixo do casaco, tornando-o volumoso além do que se pudesse esperar, e provavelmente exalando extremo mau cheiro, mesmo sob o sol frio. O homem virou a plaquinha de papelão na direção delas bem na hora em que o sinal ficou verde, e Lena desviou os olhos assim que os carros começaram a avançar devagar.

— Pare! Lena! Encosta! Encosta! — Kara gritou, com a mão na maçaneta da porta quando ela se virou no assento, olhando para algo além de seu ombro. — Pare! — Ela gritou de novo. Então, em vez de virar e seguir a fila de carros em direção ao acesso, ela avançou um pouco e acendeu o pisca-alerta, desviando em meio ao tráfego para o acostamento estreito da rodovia. Talvez tenha sido tão receptiva ao pedido porque Kara estava gritando e batendo em seu braço.

Part Of Me | SupercorpWhere stories live. Discover now