Infinito Contável

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Me desculpem por qualquer erro, preguiça de revisar antes de soltar.

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A viagem que deveria ter levado três horas e meia, levou quase seis. Elas entraram em Portsmouth depois que o sol já tinha baixado. Samantha vivia na parte oeste da cidade, do outro lado do rio Scioto, e disse que ainda dava para ver o que restava do antiga canal Ohio-Erie, mas estava bastante encoberto e, no escuro, era impossível enxergar. Na verdade, Kara estava cansada demais para se importar muito com qualquer vista. Ruby e Sam tinham cochilado, mas Kara ficou acordada com Lena, observando a paisagem de Ohio passar por elas, ponderando as voltas e reviravoltas do destino e da fama, querendo saber como tudo isso acontecia.

Tinham parado uma vez para ir ao banheiro e comer, Kara insistiu em pagar. Sam deixou. Havia coisas que ela queria dizer, mas se continha. Com Samantha as orientando nos últimos quilômetros, finalmente se encontraram em frente à casa das Arias, um pouco depois das seis horas da tarde. A loira ajudou a transportar as bagagens para a casa térrea bem-arrumada enquanto Lena desconectava o Fiesta da traseira da Blazer. 

Ruby estava dormindo a essa altura. Embora ela fosse grande para ser carregada para a cama e ainda fosse o início da noite, Kara a pegou, embalando o corpinho nos braços, sabendo que sua ternura por ela era parcialmente devido à sua doença. A doença de Alex. Até tinha se traído e a chamado de Alex uma vez na longa viagem. A menina a olhou sem entender, e ela gaguejou e corrigiu imediatamente, mas Lena lhe lançou um olhar. Ela não deixava muita coisa passar, mas Kara realmente gostaria que ela não tivesse percebido aquilo.

Sam mostrou onde ficava o quarto de Ruby. Kara passou pela porta e a deitou na cama, desamarrou seus tênis e puxou o cobertor até seus ombros. Endireitou o corpo, deu alguns passos para trás e notou que os pôsteres na parede eram quase todos dela. Estranho. E também meio legal. A loira encontrou uma caneta preta entre um punhado de cores que despontavam de um porta-lápis de lata sobre uma cômoda cheia de lápis de cor, tintas e desenhos. Deu a volta no quarto e autografou todos os pôsteres.

— Kara?

Kara se virou e Ruby estava olhando para ela, sonolenta, tentando manter os olhos abertos.

— Não quero que você vá embora.

— Não quero que você vá embora. — Alex tinha dito a mesma coisa na noite anterior à sua partida para Nashville pela primeira vez. Kara se agarrou a ela, e ela a apertou também.

— Então eu não vou — respondeu, simplesmente. — Vou ficar aqui. Tem todo ano.

A ruiva suspirou e a soltou, afastando-se para longe dela em sua cama de casal.

— Não. Só estou um pouco triste. Você precisa ir, Kara. Você vai vencer. Posso sentir isso. Aí você vai ganhar um milhão de dólares, e nós vamos viajar pelo mundo inteiro juntas.

Kara também estava triste. Assustada. Nunca tinha passado uma única noite longe de Alex. Não em todos os seus quinze anos.

— Você não pode vir comigo? — perguntou. Ela sabia a resposta. Já tinham falado sobre isso.

— Você sabe que só tem dinheiro suficiente para você e a vovó. — E ela estava muito doente para ir. Também estava muito doente para Kara deixá-la.

Você não pode ficar? — A voz de Ruby. Não a de Alex. Ruby estava tentando se sentar, e a loira agachou ao lado de sua cama.

— Onde eu vou dormir? — Tentou sorrir. — Eu não caibo na sua cama. E a Lena? 

Part Of Me | SupercorpWhere stories live. Discover now