Solução Extrínseca

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Heey! Voltei!

Não sei quem vai passar a virada sóbrio além de mim, então resolvi soltar mais cedo.

Enfim, espero que gostem.
Boa leitura!

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Novos desdobramentos no caso do possível sequestro da cantora country Kara Danvers. Fontes próximas à família dizem que houve um pedido de resgate. O FBI foi consultado sobre o caso, e as autoridades não confirmaram uma quantia ou mesmo que o resgate tenha sido de fato solicitado, mas, novamente, fontes próximas à família confirmaram que um pedido de resgate foi feito.

Elas dormiram como defuntos, e, quando Lena acordou e olhou, ainda sonolenta, no relógio de cabeceira, o visor mostrava dez e meia da manhã. Ela não dormia até tão tarde ou tão profundamente desde que era adolescente. Talvez tivesse sido a sensação da garota em seus braços, o cheiro da pele macia e os cabelos limpos fazendo cócegas em seu nariz. Enterrou o rosto mais fundo nos fios perfumados e tentou voltar a dormir, não querendo ficar consciente, porque a consciência aguçava mais os sentidos, e ela já estava consciente demais da coxa jogada por cima da sua e dos braços em volta do seu tronco. Kara escondia a cabeça quando dormia, encolhendo-se, e Lena sentia a respiração dela fazer cócegas em seu peito coberto apenas pelo top de acadêmia preto. Ela não tinha vestido camiseta na noite anterior porque só tinha uma limpa de sobra, e Kara a estava usando. Ela tinha visto as tatuagens. Não havia mais nada a esconder.

Lena havia pensado que, assim que Kara recuperasse a identidade e os cartões de crédito, as duas poderiam seguir caminhos separados. No entanto, agora era tarde demais para isso. Muito havia acontecido, e, mesmo se Lena quisesse que ela fosse, o que não era verdade, elas estavam inextrincavelmente ligadas, e ela temia tanto pela loira quanto temia por si mesma. Kara, obviamente, não estava com medo, por isso ela precisava estar. A garota era um problema, mas também estava com problemas, e Lena sabia que não podia deixá-la para trás. Talvez fosse a propensão de Kara para o desastre. Ao que tudo indicava, ela havia usado cada restinho de sorte nesta vida na loteria do estrelato, pois era um acidente em potencial. Para onde quer que se virassem, tudo o que ela tocava parecia ir depressa para o brejo. E ainda assim Lena estava ali, ao lado dela, tentando descobrir o que fazer, o que era melhor para ela, e se ia ou não ser sua própria morte... ou pior, ser o motivo pelo qual ela perderia a liberdade novamente.

Mas a consciência despertou outra vez a preocupação persistente de que o fiasco da noite anterior houvesse sido um negócio maior do que apenas um veículo apreendido e taxas pesadas. Se a polícia estava realmente procurando pelas duas, então ela não recuperaria a Blazer. Toda empresa de guincho pesquisa o número da placa e do chassi quando um veículo é rebocado. Isso Lena sabia. Os policiais poderiam estar rastejando por cima da Blazer naquele exato momento, até onde ela sabia. E as bolsas de Kara estavam lá dentro. A corda não parava de ficar mais apertada ao redor de seu pescoço. Não demoraria muito para descobrirem que seu pai vivia na região. E então viriam atrás delas.

O pensamento a fez se desvencilhar dos braços e pernas de Kara e deslizar para fora da cama. Ela vestiu a calça jeans e desceu as escadas, ansiosa para um café e precisando da confirmação de que uma equipe da SWAT não estava, naquele exato momento, reunida na frente da casa. Ela abriu a porta da frente com tudo e se viu frente a frente com um gigante com um punho erguido. Aparentemente, o homem estava prestes a bater na porta. Ou isso, ou Lena estava preste a levar um soco no meio dos olhos.

O homem era enorme, não tanto gordo, mas grande. Ele levantou os óculos escuros na testa e lançou um olhar frio para Lena, inexpressivo e venenoso que a fez reajustar rapidamente sua opinião sobre o bairro onde seu pai estava vivendo. Aquele cara não era um vendedor, e não era um policial. Lena não sabia o que ele era, mas era assustador. O homem, muito bem vestido, parecia meio velho demais para ser um estudante e muito bem arrumada demais para pertencer a uma gangue, embora os grandes diamantes em suas orelhas gritassem "traficante de drogas", na opinião de Lena.

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