Reli o email mais duas vezes pois ainda não tinha a certeza se era real ou se este era fruto da minha imaginação. A data dizia que tinha sido mandado á 3 dias atrás e o meu coração começou a bater a uma velocidade que não era normal. As lágrimas já se tinham formado nos meus olhos e escorriam velozmente pelo meu rosto e eu estava a ter dificuldade em respirar. Perdi todo o controlo que tinha no meu corpo e caí no chão fazendo com que uma pequena tesoura que eu não sabia que se encontrava na secretária caísse também, e me cortasse a mão. Soltei um gemido de dor mas não tinha a certeza se era devido á dor física ou psicológica.
Agarrei nos meus joelhos e coloquei-os junto ao meu peito afundando o meu rosto molhado pelas lágrimas nos mesmos. Eu não sei porque é que estou a reagir desta maneira. Eu sabia que ele vinha á minha procura mas eu tenho andado tão oupada nestas últimas semanas aqui em Londres a conviver com os meus amigos e a ser feliz ( algo que já não acontecia á muito tempo), que me esqueci da pessoa que me aterroriza só de pensar nela.
Ouvi o barulho da porta a abrir e alguém entrou no quarto cuidadosamente. Queria gritar para a pessoa que tinha invadido a minha privacidade saísse mas não consegui dizer qualquer palavra. Senti um corpo a baixar-se junto a mim e finalmente levantei o rosto para ver quem era. Estava á espera de ver os olhos castanhos de Liam, mas em vez de olhos castanhos, encontrei os olhos azuis de Perrie.
"Carol, o que se passa?" perguntou.
Eu não respondi e Perrie envolveu os seus braços em volta do meu corpo. Eu chorei ainda mais e a sua mão percorreu as minhas costas numa tentativa de me acalmar. Eu ouvi um barulho chocado vindo da de trás de mim e soube que a Perrie não tinha entrado no quarto sozinha.
Eleanor encontrava-se em frente ao computador e a sua cara estava mais pálida que o normal. Lembrei-me que não tinha fechado e email e que provavelmente a Eleanor o tinha traduzido parainglês e lido .Afastei-me de Perrie assustado pois teria de lhe explicar o que tiha acontecido e quem era o E.
"O que é isto, Carol? Quem é o E?" questionou Eleanor sem retirar a sua atenção do ecrã do computador.
Perrie levantou-se e foi também ler o email. Eu não queria que ninguém soubesse sobre este assunto mas agora não posso fazer nada. Tal como eu esperava, a Perrie teve a mesma reação que Eleanor e ambas se deslocaram até á minha cama. Sentaram-se e esperaram que eu dissesse alguma coisa.
"Devem ter se enganado no email" limpei os meus olhos e virei a minha atenção para a janela vendo a neve branca a cair e a cobrir toda a natureza e casas por um fino lençol branco.
"Não precisas de mentir. Nós sabemos que aquele email era para ti e que era por causa disso que estavas a chorar. Por favor Carol, conta-nos o que se passa, podes confiar em nós. Quem é este homem ou rapaz que tu tens tanto medo e porque é que estás a fugir dele?"
Uma lágrima escapou pelo meu olho e eu limpei-a rapidamente. Não valia a pena mentir, elas já sabiam que eu só tinha vindo para Londres para fugir deste homem e não vão desistir enquanto eu não lhes contar o que se passou no passado. Mas eu tenho medo que elas me rejeitem depois do que eu lhes vou contar, que fiquem enojadas e nunca mais queiram ver a minha cara nojenta. E se isso acontecer, eu compreendo-as porque também eu me sinto suja e usada.
" O seu nome é Eduardo e ele foi o meu padrasto" elas assentiram e eu deixei escapar um suspiro antes de continuar " Quando o meu pai morreu, eu, a minha mãe e a minha irmã mudámo-nos para Lisboa para junto dos meus avós. Ao ínicio foi um pouco complicado adaptarmo-nos mas depois tudo começou a ficar bem. Eu entrei na escola e conheci a Maria, a minha mãe arranjou um emprego no hospital da cidade onde vivíamos e a minha irmã ficava com os meus avós quando eu não estava em casa. Os anos foram passando e, quando eu tinha 15 anos, a minha mãe apresentou-nos o Eduardo. Ela estava tão feliz e eu fiquei contente por ela se ter apaixonado novamente. Eles casaram e o Eduardo veio viver connosco"
ESTÁ A LER
A Time to Love // L.P.(parada)
Fanfiction"Ela estava sempre a sorrir, mas o que a maior parte das pessoas não sabia, era que ela utilizava o sorriso para mostrar que estava tudo bem, quando na verdade, nunca esteve" ...
