Mata-me de Prazer - Redenção

Vick socorre Diane

Victória

Theo andava um pouco ocupado com as gravações do último seriado, então não tinha tempo pra me acompanhar nas minhas atividades. Era engraçado que antes isso me causaria raiva, talvez mágoa sem motivos, mas eu sentia que estava evoluindo e não tinha mais aquela dependência do meu marido.

Ele ainda era o meu mundo, mas eu estava mais centrada.

Naquela tarde deixei Theo no set de gravações, August na escola e resolvi ir dar um passeio no shopping, era sexta-feira e eu precisava cortar os cabelos, eu os cultivava longos a vida toda, mas tinha o critério de mantê-los sempre rente as costas. Já tinha cogitado usá-los mais curtos depois de casada, pra perder aquele ar de menina, mas Theo amava os meus cabelos e eu amava isso.

Acho que foi uma força do destino que me levou aquele shopping, porque encontrei justamente a noiva do Andrew!

Não que eu quisesse qualquer aproximação com ela, ou provocar aquele mala de algum modo, eu teria ignorado-a totalmente, não fosse a curiosidade pelo modo como ela está prostrada diante de uma mureta de proteção

Me aproximei e toquei suas costas, assustando-a.

- Me ajuda! - ela sussurrou sôfrega.

- O que você está sentindo? - olhei em volta e acenei para um segurança, que veio solícito em nossa direção, a tempo de amparar Diane de cair no chão.

O orientei a levá-la para o meu carro e dirigi o mais depressa que pude até onde eu era conveniada. Liguei pra Theodoro do caminho, eu não queria atrapalhá-lo, mas aquilo era uma emergência e alguém tinha de me ajudar.

Talvez o ideal fosse ligar para o marido dela, não para o meu, mas Andrew me odiava, e a última coisa que eu queria era escutar os impropérios daquele moleque mimado.

- Theo? - meu marido atendeu após o terceiro toque. - Eu preciso de você!

- O quê ouve? - Ele pareceu se preocupar do outro lado.

Olhei para Diane desacordada no banco de trás e percebi que ela estava tendo uma hemorragia.

- Tem uma grávida abortando no nosso carro! - Eu estava preocupada- É a mulher do Andrew!

- Victória... Leve-a imediatamente ao hospital... Vou seguir o seu sinal do GPS. Vou ligar para Anthony.

- Faça isso! Estou infringindo algumas leis de trânsito, em alta velocidade pra chegar logo ao hospital. Por favor não demore!

Nem terminei de falar e Theo já tinha desligado para não perder tempo

Estacionei o carro diante da clínica e praticamente corri porta adentro pedindo uma maca. Tempo era crucial!

Logo uma equipe estava a postos, tirando Diane do meu carro e prestando o atendimento a ela.

- Vai ficar tudo bem! -sussurrei, apertando sua mão, enquanto seguia a maca, ao perceber que ela tinha aberto os olhos. - Fique calma!

- A senhora é parente? - Uma enfermeira veio atrás de mim com uma ficha na não.

- Não! Sou apenas uma conhecida!

- A senhora tem o telefone de algum parente ou marido?

- Acredito que o marido dela já tenha sido avisado e provavelmente deve estar a caminho.

- Não me deixe sozinha! - Diane sussurrou sôfrega. - Meu bebê... meu filho...

- Deixarei que fique... - A recepcionista sorriu amável. - Pode me dar o nome do seu Marido?

- Theodoro Austin! - afirmei- O cunhado e o marido dela estão chegando, são Andrew e Anthony Herbert! -Diane voltou a desmaiar- Ela vai ficar bem?

- Sim... não se preocupe. - Levaram Diane para dentro da emergência, eu tive que ficar onde estava, na saleta da emergência para esperar noticias e os rapazes.

Não tardou para que Anthony e Andrew chegassem a emergência. Andrew parecia apavorado e pela primeira vez, senti alguma empatia por ele.

- Ela vai ficar bem! O socorro foi rápido

Andrew me olhou agora enxergando que eu estava lá.

- O que ouve? ela perdeu o bebê? - ele não parava quieto.

- Oi! - Theo apareceu atrás de nós e veio em minha direção me abraçando. - Você está bem?

- Eu estou! Mas a Diane... Havia muito sangue! - me refugiei no calor do seu abraço

- Há, meu Deus!!! - Andrew ao escutar aquelas palavras entrou em desespero levando as mãos a cabeça. - meu filho!!!

- Ela vai ficar bem! - tentei confortá-lo.

- Não entre em desespero, Andy! - Anthony o puxou para um abraço. - Você precisa estar bem pra ela.

Algum tempo depois um médico veio do quarto onde tinham levado Diane e veio até nós.

- Vocês são parentes de Diane Lancaster? - Andrew deu um passo a frente, os olhos lacrimejando. - Ela teve um princípio de aborto! - ele informou. - Com sorte conseguimos reverter o quadro a tempo, talvez se demorasse mais cinco minutos, teríamos perdido os dois.- ele informou. - O quadro dela inspira cuidados, mas ela está estável, no momento está sedada, mas logo vocês podem entrar pra vê-la.

- Quero vê-la... - Andrew juntou as mãos como se pedisse em súplica.

- Ela só não vai poder falar com você!

- Podemos ir embora, Theo? - Não havia mais nada que eu pudesse fazer ali.

- Claro... - Theo olhou para Anthony e Andrew que mais parecia uma barata tonta. - Vai lá ver sua esposa... eu ligo para seu irmão para ter noticias.

- Está... Bem! - Andrew hesitou e me abraçou rapidamente. - obrigado...

- Não precisa agradecer! Tenho certeza que ela faria o mesmo.

Andrew concordou, deu um tapa no braço de Theo e seguiu o médico para dentro do hospital.

- Bem! Agora vai ficar mais calmo ao ver a esposa. - Theo sorriu numa linha amigável. - Qualquer coisa, pode me ligar, Anthony.

- Os manterei informados. - Anthony concordou. - Você foi incrível, Victoria! Jamais esqueceremos.

- Não fiz nada, Anthony.

- Fez sim! Uma vida foi salva. - Theo me deu um beijo nos cabelos. - Até mais Anthony.