Victória foge da clinica

1.9K 232 5
                                    

Victória

Havia algo de muitos estranho acontecendo. Dr Anthony não tinha aparecido para a nossa sessão de psicoterapia e Sidney não veio para dar continuidade ao nosso projeto. E ela estava tão empolgada pra continuar que eu tinha quase certeza que aquele sumiço dos dois não era um bom sinal.

Resolvi indagar a Dra. Ellen, sobre o que poderia estar errado.

- Ellen! O que houve com o Dr. Herbert? -  Eu e ela já estávamos bastante íntimas pra que não precisássemos de rodeios.

- Ele está de luto... A mãe faleceu e pediu uns dias para ir visitar o tumulo da mãe. - Ela se voltou para mim. - Estou um pouco atarefada... Esqueci de te falar que não teria terapia hoje. me desculpe.

- Tudo bem, Ellen! Agradeço. E a Sidney, você sabe porque ela não veio hoje? Tínhamos uma reunião sobre o projeto!

- Há!... Acabei de vir do hospital... Ela teve febre alta e convulsionou... A deixei em observação por 12 horas, está muito gripada. mas vai ficar bem. - Ellen sorriu.

- Convulsionou? - Me mostrei preocupada. - Eu posso ir vê-la, Ellen? - Eu já imaginava que receberia um sonoro Não, mas tinha que tentar.

- Infelizmente não está autorizada a sair da clinica, Victória! Sinto muito. Mas ela está bem! - Ellen colocou a mão no meu ombro, pegou a prancheta dela. - Ela está medicada, passou por exames...Acabei de vir de lá.

- Dr. Anthony me liberou pra passar o fim de semana em casa. Essa regra não vale para uma visita hospitalar a uma amiga?

Ellen torceu a boca tentando não rir.

- Faremos assim... Dentro de 4 horas tenho que voltar ao hospital para reavaliar a Sidney. Levo você comigo. Mas nada de fugir! - Ela disse rindo.

- Quatro horas é muito tempo, Ellen! Eu sou uma pessoa ansiosa.

- Eu não posso sair daqui antes disso. Tenho alguns pacientes para atender. - Ela se sentou atrás de sua mesa. - Tente não surtar dentro dessas 4 horas, sim?!

Sorri para ela.

-Tudo bem, Ellen! Será que você pode me dar o número da floricultura? Dr Anthony me permitiu fazer ligações. Quero falar com a moça que trabalha com ela, apenas para ter notícias!

- AnnaBelle é o nome dela... - Ellen folheou sua agenda, pegou um papel e anotou o numero. - Tem um rapaz que trabalha para ela, pode ser que ele atenda, Foi AnnaBelle que estava com ela na hora da convulsão, então não sei se ela já saiu do hospital.

- Obrigada, Ellen! - deixei-a e segui até a enfermaria 1 onde eu já tinha ficado internada e as enfermeiras já sabia que eu era uma "paciente especial" ou seja, com algumas regalias- Bom dia! - cumprimentei as moças. - Eu preciso fazer uma chamada!

- Vai ligar pro gato do seu marido? aqui todas comentão de como é muito atraente.

- você é uma mulher de sorte. - disse a outra cortando Gilda.

Senti raiva daquele comentário, e subitamente lembrei de Gabrielle Petrusqui.

"Não perca o foco e o controle, Victória!"

- Podem me dar dois minutinhos? -sorri amável

- Claro! - Respondeu Gilda.

As duas saíram da sala me deixando com livre acesso ao telefone.

Sorri amável para as duas e disquei o número da floricultura, sendo atendida por uma voz masculina, que parecia ser de alguém bem jovem.

-Bom dia!- cumprimentei o rapaz- Meu nome é Victória Austin, eu sou amiga de Sidney (?), poderia me passar o endereço da clínica onde ela está internada

- Bom dia, Senhora Austin! um segundo que vou passar. - Ouvi o telefone ser apoiado no balcão.

- Bom dia... - Uma voz feminina atendeu o telefone. - Soou AnnaBelle, Sidney é minha funcionária e amiga, em que posso ajudar?

- Oi, eu sou Victória Austin, fazemos tratamento juntas na clínica Santa Mônica e a Sidney é minha amiga pessoal. Estou preocupada com ela e gostaria de ir visitá-la no hospital

- Há! a arquiteta... - A voz de AnnaBelle soou mais tranquila. - Ela está no hospital Geral de Sta. Mônica, é só falar para o taxista que ele te deixa na porta... O quarto é o 308. ela ficará feliz com uma visita.

- Obrigada, Anabelle! Você foi de grande ajuda. - Desliguei o telefone e segui rumo ao meu quarto, eu não tinha nenhum dinheiro, mas os brincos que eu fui internada eram de ouro branco e deviam valer uma corrida de táxi, apanhei-os e segui rumo aos fundos da instituição, o quartinho dos funcionários podia ser acessado facilmente por qualquer um, troquei as minhas roupas por uma farda de faxineira e escondi os cabelos dentro de uma touca de cozinha e um boné e segui nervosamente até o portão.

Era tudo ou nada!

Tive a sorte de não ser interceptada pelo segurança ou quem quer que fosse e quando alcancei a rua estava quase correndo.

Eu sabia que logo perceberiam a minha fuga e que Theodoro não ficaria nada feliz com isso, mas eu tinha que ver a minha amiga!

Quase me joguei na frente de um táxi e foi duro convencer o taxista a aceitar a minha jóia como um pagamento, ele me mirava como se achasse que eu tinha cara de fugitiva e de fato, eu era.

Lhe passei o endereço do hospital e observei pela janela o instituto ir ficando para trás

Eu estava ansiosa quando cheguei na recepção, já havia me livrado do chapéu e da touca e meus cabelos jaziam soltos.

Mata-me de Prazer - RedençãoWhere stories live. Discover now