Vick desmaia

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Victória

Era tão angustiante, me manter longe do meu marido e do meu filho, eu estava tentando seguir a terapia, tomar os remédios e me sentir animada! Mas, meu coração parecia encolhido dentro do peito. Dr. Rossi me dava remédios cada dia mais fortes e eu me sentia meio lesa a maior parte do tempo.

Eu fazia caminhadas rotineiras pelos jardins e naquela tarde, sentei-me a sombra de um arbusto e passei a encarar o nada. Eu vinha pensando muito na Sandy e na Gabrielle, às vezes era como se eu estivesse vendo minha amiga ajoelhada a minha frente, eu podia ouvir o disparo da arma e o momento em que encostei o cano em minha própria cabeça.

- Theodoro devia ter me deixado acabar com aquilo!- senti as lágrimas aflorarem- O que eu fiz, Meu Deus? - levantei e me voltei na direção do caminho para o meu quarto, então eu a vi. - Sandy... - Sussurrei e senti a minha visão ficar turva, tentei dar um passo, mas fui tomada pela escuridão e desmaiei

" Vai ficar tudo bem! você vai melhorar"

Senti que me pegavam do chão, a voz nítida de Sandy ecoou dentro da minha cabeça, não tive vontade de abrir os olhos e deixei ser levada para dentro. As rodinhas da maca deslizavam no chão.

- Coloquem ela na enfermaria, por favor! - Escutei a voz da dra. Ellen. - Vick? está me escutando?

- Eu! Onde eu estou? - Me senti confusa.

- Na Clinica Sta. Mônica... - ela media a minha pressão. - me diz o que está sentindo?

- Ela... Ela morreu... Ela voltou pra me buscar... Ela não me perdoou

- Victória! Se acalme. -. A Dra. Ellen colocou a mão em meu ombro. - Respira lentamente e solte devagar... - O Dr. Rossi entrou na enfermagem.

- O que aconteceu?

- Ela desmaiou... A pressão está baixa, delirando.

- Cadê o meu marido? Ela veio me buscar... Ela não me perdoou

- Victoria! Se acalme e converse comigo.

Pediu o Dr. Rossi.

- Eu não quero falar com você! - Eu odiava aquele homem. - Eu quero o meu marido, trás o meu marido! Theo...

- Isso não será possível. - Ele foi seco. - Vou preparar um sedativo, vai ser melhor para acalmar.

- O que está acontecendo? - Dr. Herbert se aproximou.

- Eu a vi, Anthony! Ela estava tão bonita.

- Quem você viu, meu bem?

- A Sandy!

- Calma, Victória! Vai ficar tudo bem. Ela não vai te fazer nenhum mal. Vocês eram amigas!

- Nós brigamos, Dr. Herbert! - senti meus olhos pesarem. - Eu... Eu estou com sono!

- Então, durma! Quando acordar vai ver que foi apenas um sonho ruim. - fechei os olhos, mas permaneci acordada. - Deixe-a descansar e não administre nenhum medicamento! A pressão está baixa, não acha que um sedativo poderia lhe fazer mal ou até matá-la, Rossi?

- não seria pra tanto. - Ele me encarou amargo.

- Ah não, Rossi? Como médico você conhece o mecanismo de ação dos medicamentos, então eu não preciso te explicar que um sedativo baixa a pressão arterial, promove relaxamento muscular, bradicardia entre outros fatores. Então, me diga como um sedativo seria prudente em uma paciente com queda de pressão?

Havia uma raiva incontida na voz do Dr. Herbert e aquilo era até divertido.

- Você está me acusando de tentativa de assassinato? - Rossi disse num tom de fúria. - Anda? Me responde garoto?

- Não! Eu estou acusando-o de negligência!

- Aqui não é lugar pra discussão. - Ellen deu uma bronca nós dois assim que voltou. - Saiam da minha enfermagem.

- Você não se aproxima mais da minha paciente!  - Dr. Herbert afirmou.

- Isso vamos ver. - Ele encarou o Dr. Herbert.

- Eu também acho melhor ficar longe da Sra. Austin. Eu mesmo vou falar com o diretor. - Ellen deu seu veredito que ficaria do lado de Anthony.

Rossi saiu batendo a porta. Ellen soltou o ar.

- Eu não sei... Mas acho que já está na hora do Sr. Depp trocar o nosso psiquiatra... Ou vamos ter outro caso aqui.



Mata-me de Prazer - RedençãoWhere stories live. Discover now