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Thiago Saether

Depois de alguns anos, meu manicômio só cresceu. O gorverno requisitava cada vez mais internações. Claro que não consegui absorver todas, mas aquelas que tinham realmente um problema sério ou que pagavam bem o suficiente para inventar algo eram muito bem recebidas.
O último caso que o Estado me encaminhou foi um tanto quanto intrigante.
Uma menina de 16 anos, assassina por natureza e com uma peculiaridade, foi sequestrada por uma facção ainda bebê e jamais devolvida. Talvez tenhamos tido algum problema no sigilo dos dados com a transação de um certo bebê. Acredita-se os valores tenham chamado atenção dos mercenários. Não sei bem como se deu, mas agora ela é minha novamente.
Eu chamaria o Erick para contar a novidade, mas infelizmente Griffin está fora de clínica. Talvez quisesse conhecer sua filha.
Chamei Maya, uma das jovens psiquiatras que precisei contrarar para ocupar o lugar de alguns dos antigos que precisaram sair. Quando chegou era recém formada, primeiro ano de residência em psiquiatria, expulsa dos manicômios mais modernos por ter se aproximado demais de um dos pacientes. Aqui ela aprenderia da melhor forma como não se importar com esses vermes. Maya agora está no seu terceiro ano, acredito que o seu problema tenha sido resolvido.
Hoje deixarei em pratos limpos.
Ouço na minha porta bater e mando entrar. É ela. Continua bonita. Maya é bem branca, tem cabelos negros lisos até depois dos ombros. Seus olhos escuros com cílios bem longos pediam permissão para entrar.
Pode vir, Maya. — Ela entra e fecha a porta atrás de si. Veio até mim e passou a mão nas cicatrizes antigas do meu rosto como um tipo de carinho e logo afastou-se. São poucas as pessoas que permito encostar em mim e, o tempo deu a Maya este previlégio.
Não conseguiram encontrar a menina. — Ela diz mau humorada.
Não é possível que ela consiga fazer o que fez e ainda sair por aí discretamente!
Ana Luísa é uma psicótica completamente paranóica. Seus assassinatos em série causaram uma comoção na cidade de onde ela vem. Todos tem medo da jovem loira.
Quero que você vá ao encontro dela, Maya. Você não vai a deixar escapar, suponho. — Coloquei Maya no caso, sei que essa menina é um ponto delicado de minha relação com ela, mas decido arriscar. — Não vai deixar questões do passado influenciarem no tratamento dela, uh?
A moça dá um sorriso amarelo e concorda apenas com a cabeça.
O Estado está pagando muito bem para ficarmos com a menina. — Expliquei, embora independente disto, essa era uma que deixaria internar-se aqui mesmo por um valor baixo. Se dermos sorte será tão divertida quanto a mãe.
Sim senhor. — Responde Maya muito mau humorada mesmo tentando disfarçar.
— Quero que você vá até a cidade e faça o que a polícia e a saúde não conseguiram fazer. Traga a menina para mim.

 Traga a menina para mim

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