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Rapidamente afastei-me dele, olhando-o muito estupefacta pela sua confissão. Eu estava completamente rendida aos encantos do jogador.

- Como é que estás? - num instante mudou de assunto, embora as suas bochechas coradas denunciassem a timidez pelo que confidenciara.

- Eu estou bem e tu? - ainda um pouco acanhada falei. Ele riu, apertando a minha bochecha, gesto que me fez sorrir.

- Agora não podia estar melhor. - murmurou e sorri enamorada.

Após três meses de distância, era deveras impressionante o quanto o sentimento que nutria por aquele fantástico ser humano apenas aumentara, em todos os sentidos.

Depois de alguns segundos de um mirar intenso, sem saber o que dizer, o jogador da vecchia signora decidiu quebrar o constrangedor silêncio.

- Aceitas jantar comigo? - invitou e sorri-lhe, aceitando o seu convite com um aceno.

- Deixa-me só ir buscar a minha mala e o casaco e já vamos. Queres subir? - de forma educada invitei e este rapidamente negou, para meu desânimo.

- Não é isso que estás a pensar. - rapidamente afastou quaisquer pensamentos negativos que pudessem assombrar-me. - É que eu tenho tantas saudades tuas que, muito provavelmente, se eu subir contigo, certamente não te vou deixar descer. E eu quero mesmo levar-te a jantar. - foi muito direto no seu discurso, este que me rendeu umas bochechas muito vermelhas, tal era o embaraço.

- Tudo bem. - sucinta e tímida proferi.

Dirigi-me para o elevador em direção ao quinto andar. Em passos apressados, entrei no quarto pegando os meus pertences essenciais e o casaco antes de trancar a porta.

- Então? - fui apanhada de surpresa quando Nádia surgiu à minha frente, de rompante.

- Ele convidou-me para jantar. Não me posso demorar. - contei, andando de novo para o elevador.

- Aproveita! - gritou quando as portas se fecharam e eu ri do seu entusiasmo.

Quando cheguei ao rés do chão, dirigi-me até ele que me esperava com um sorriso no rosto.

- Pronta para provar a melhor pizza da tua vida? - gracejou e eu ri.

Sustive a respiração quando este entrelaçou os nossos dedos, dando conta do quanto eu sentira falta daquele tipo de contacto.

Deixei-me ser guiada por ele até ao seu automóvel BMW, deveras mais moderno do que o que tinha na sua posse em Portugal.

Abriu-me a porta e agradeci o seu gesto de cavalheirismo. Depois de este se dirigir para o lado do condutor, seguiu pelas ruas de Turim, estas completamente desconhecidas da minha parte.

A cada esquina que viravamos, tudo parecia ainda mais bonito. Viveria ali, sem qualquer problema. Até mesmo o silêncio que deveria ser constrangedor dado tudo o que passámos, este tornou-se confortável devido à imersão em que eu fiquei com toda a decoração e características de pequenos pedaços da cidade por onde passávamos.

Este estacionou em frente a um alto edifício, onde no letreiro moderno e refinado podia ler-se Ristorante All'Opera. O seu interior mostrava-se bastante contemporâneo e sofisticado, digno de apreciação positiva em termos decorativos.

- Rúben, estou a sentir-me com o vestuário inapropriado para o tipo de restaurante onde vamos. - comentei e o jovem lisboeta soltou uma gargalhada engraçada, esta que me fez rir igualmente e, da qual eu tantas saudades sentira de a ouvir.

- Estás linda, Benedita. - olhei-o aborrecida e ele tornou a rir. - Não estou a brincar. - insistiu. - Tenho de ter cuidado com os olhares dos italianos. Eles são uns autênticos galãs. - não evitei rir com o ciúme presente na sua voz.

Opostos | Rúben Dias Onde as histórias ganham vida. Descobre agora