08.

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- Benedita, querida, estás bem? - a minha mãe perguntou e todos os olhares caíram sobre a minha pessoa.

- Estou apenas um pouco indisposta. Talvez tenha sido da comida. - inventei, dando de ombros. Com o olhar que Sara me dirigira, sabia que não acreditava numa palavra do que eu dizia. - Além disso, estou um pouco nervosa para o combate de amanhã. É o primeiro. - confessei, essa não deixando de ser verdade.

- Vai correr tudo bem. Tu és a melhor, Benny. - o meu pai incentivou e sorri-lhe agradecida.

- És suspeito, pai. - acusei, entre risos, e o mais velho acompanhou-me.

- Vai e dá o teu melhor. Por isso, já serás uma vencedora. - o meu avô falou e eu sorri, levantando-me e envolvendo-me no seu abraço, gerando um coro de awns entre os presentes.

- Obrigado. - agradeci, olhando todos. - Se não se importam, eu vou indo. - sorri-lhes fraco, levando a minha mala ao ombro.

- Vai lá descansar, querida. Amanhã encontramo-nos no duelo. - a minha mãe falou, beijando a minha bochecha.

Despedi-me de todos e, abandonei a sala sob o olhar atento de Rúben que já se encontrava na mesa junto dos colegas, envolto em conversas animadas. Antes de desaparecer, mirei o jovem, este ainda sério pelo desfecho da nossa última interação.

Segui para o carro e conduzi até ao meu apartamento.

Uma vez chegada, preparei o meu saco de treino para o dia seguinte e tomei um duche rápido mas relaxante, vestindo o pijama fresco. Olhei o meu telemóvel, na ansiedade de querer receber algo, mas apenas observei o relógio que marcava as dez horas da noite.

Suspirei e decidi ir para a sala distrair-me com algum programa de televisão que pudesse estar a transmitir naquele sábado. O constante zapping estava a irritar-me e, por isso, escolhi um qualquer canal de música. Deitei-me no sofá e agarrei-me à almofada, perdendo-me nos meus pensamentos.

O tocar da campainha assustou-me e, rapidamente, levantei-me. Estranhei quem seria pois a hora já ia um pouco avançada. Acabei a rir quando cheguei à conclusão de que, muito provavelmente, era Henrique, uma vez que este tinha o hábito de aparecer fora de horas para dois dedos de conversa. Aquele andava sempre atrasado.

- Henrique, sabes.. - fui interrompida por uns lábios nos meus e que me fez perceber de quem realmente se tratava.

Ele fechou a porta com o pé e continuou a beijar-me intensamente e com ferocidade. Pegou-me ao colo e entrelacei as pernas na sua cintura, deixando-me levar pelas suas intenções. Sentou-se no sofá e quando nos afastamos ofegantes, o jogador encostou as nossas testas.

- Desculpa-me pela forma como falei contigo. - murmurou e eu ri fraco.

- Tu não tens de te desculpar por nada, Rúben. Eu é que fui uma estúpida. - reconheci, lembrando o nosso contacto horas antes.

Este sorriu e descansou a cabeça na curva do meu pescoço, gesto que me fez arrepiar e que se intensificou quando o central começou a beijar o mesmo. Apertei os seus ombros e puxei-o mais para mim, não deixando qualquer espaço entre nós.

- Eu tenho o meu primeiro combate amanhã. - do nada atirei, querendo conversar com ele sobre o assunto. Rúben parou o que fazia e olhou-me com um sorriso.

- Isso é ótimo, miúda. - acariciou as minhas pernas nuas pelos calções que usava. - Não estejas nervosa, vai correr tudo bem. Tu és a campeã. É só mostrar o teu valor, embora muitos já o reconheçam. - deixou um beijo na minha bochecha e suspirei, envolvendo os meus braços no seu pescoço.

Opostos | Rúben Dias Onde as histórias ganham vida. Descobre agora