10.

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- Porra, Benedita, pensavas que tinhas caído no balneário! - Bernardo resmungou e eu mostrei-lhe a língua.

- Olha a linguagem Bernardo Tomé. - a minha mãe ralhou e gargalhei com a expressão do meu irmão ao ouvir nome, este que tinha uma pequena aversão ao mesmo.

- Bernardo Tomé, olha o respeito. - fiz troça e o mais novo mostrou-me a língua.

- Meninos, comportem-se. - entre risos, o meu avô interviu e nós o acompanhamos, acabando por obedecer.

- Hoje, a Benedita é que escolhe o local onde vamos comer. Ela merece. - o meu pai abraçou-me pelos ombros e eu sorri, beijando a sua bochecha em forma de agradecimento.

- Epá, lá vamos nós comer aquelas comidas cheias de quinoa e que têm uma aparência exterior horrível. - Bernardo protestou e todos rimos.

- Estás muito resmungão, menino Bernardo. - a minha mãe apreciou, de forma crítica, e o mais novo revirou os olhos, acabando por rir.

- Hoje, por acaso, apetece-me comer assim um prato gigante com batatas fritas e um bife de vaca bem passado. - fechei os olhos por segundos, imaginando o prato confeccionado e eles riram.

- Por favor, isso sim! - o mais novo exclamou, levando as mãos ao alto e gargalhei.

Acabámos por ir a um restaurante que já nos era conhecido e que os meus pais eram clientes assíduos do mesmo, sendo calorosamente bem recebidos pelos seus funcionários.
Efectuámos os nossos pedidos e, durante o tempo de espera, ficámos a conviver.

- Reparei que o Rúben Dias estava presente no duelo de hoje. - o meu avô, num tom curioso, comentou. - Achei bem mas, ao mesmo tempo, estranho. Não é comum vê-lo por lá. Nem a ele, nem a qualquer outro jogador de futebol. - deu de ombros e quase me engasguei com a água que bebia.

- Estás bem, Benny? - a minha avó olhou-me preocupada e apenas fiz o sinal de like com o polegar, assegurando que estava tudo bem, enquanto tossia numa forma de me tentar recompor.

- Sim, concordo com o avô. - Bernardo interviu. - Até porque vocês não se dão nada bem. Pelo menos, da última vez em que estivemos todos juntos, não houve um minuto de conversa civilizada da vossa parte. - relembrou o caricato episódio no McDonald's. 

- Vocês não se dão bem? - curioso, Henrique quis saber e revirei os olhos, incomodada com o assunto que, de forma súbita, se tornara o centro das atenções. 

- Aliás, desde quando é que tu conheces esse jogador? - o meu progenitor interrogou sério e bufei com a curiosidade sobre a minha relação com Rúben, não evitando rir com a habitual proteção por parte do mais velho, nomeadamente, no que dizia respeito ao assunto namorados ou possíveis candidatos a genro. 

- Ai meu deus, mas agora vamos perder todo o nosso tempo a falar de algo que, não é, relevante para as nossas vidas? - revirei os olhos, numa tentativa de os fazer esquecer o tópico. 

- Benedita, tu não estás a namorar esse rapaz, pois não? - o meu pai voltou a intervir e quase gritei, frustrada pelo constante interrogatório. 

- Não pai, e se estivesse, não havia qualquer problema. Já sei decidir por mim. - rebati, tendo em conta os cenários possíveis de acontecer, uma vez que eu e o central estávamos longe de ser namorados mas, ultimamente, a forma como nos relacionávamos não era de duas pessoas que não se podiam ver à frente. 

- Então, deixa-me reformular a pergunta. - bebeu um pouco do seu vinho. - Tu sentes alguma coisa pelo Rúben Dias? - mirou-me atentamente, esperando uma resposta da minha parte. 

Opostos | Rúben Dias Onde as histórias ganham vida. Descobre agora